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sábado, 26 de maio de 2012

Na Grécia, coalizão de esquerda cresce a três semanas das eleições

 


Pesquisas mostram que Syriza deve conquistar quase o dobro dos votos registrados nas eleições legislativas
    
  



A três semanas das eleições na Grécia, pesquisas de opinião divulgadas essa semana mostram um crescimento da coalizão de esquerda Syriza, contrária às medidas neoliberais da troika (FMI, BCE e UE). O partido conservador Nova Democracia aparece tecnicamente empatado com a coalizão, mas com uma porcentagem menor do que a registrada nas eleições legislativas.

Pesquisa elaborada pelo Instituto Public Issue mostra que a Syriza pode duplicar os 16,8% de votos recebidos nas legislativas, tendo 30% das intenções de voto, enquanto a Nova Democracia, que apoia os resgates e cortes de gastos públicos, registrou apoio de 18,85% dos entrevistados, ligeramente inferior aos 18,9% conquistados em 6 de maio. O social-democrata PASOK subiria de 13,18 para 15,5%.

     
De acordo com o instituto VPRC, a Syriza lidera o levantamento, com 28,5% dos votos, contra 26% da Nova Democracia. O terceiro é o socialista Pasok, com 12,5%, seguidos pelos Gregos Independentes (7%), Esquerda Democrática (7%), o neonazista Aurora Dourada (5,5%) e os comunistas (3%).

Nesta sexta-feira (25/05), outro levantamento, do instituto RASS e do jornal local Metro, mostra vantagem da Nova Democracia sobre a Syriza. Os conservadores lideram no estudo, com 23,6% dos votos, ante 21,4% da esquerda. O Pasok é terceiro, com 13,1%, e os outros partidos têm a mesma proporção da pesquisa do VPRC.

Além de registrar o crescimento da Syriza, as enquetes mostram a indefinição sobre o partido vencedor nas eleições gregas, não dando prognóstico para a aprovação de um governo favorável ou contrário às medidas de austeridade impostas pela troika para a concessão de um resgate de 130 bilhões de euros em fevereiro.

Porém, as regras eleitorais gregas concedem à maioria na eleição um bônus automático de 50 lugares no Parlamento com 300 lugares, de modo que mesmo uma ligeira vantagem poderia desempenhar um papel decisivo na determinação de qual das partes terá o mandato para formar um novo governo.

A Grécia convocou novas eleições após o pleito de 17 de maio que deixou o parlamento dividido entre os grupos tradicionais que apoiam o resgate e os partidos que rejeitam a austeridade fiscal em troca de apoio financeiro. A incapacidade dos dois partidos tradicionais da Grécia - Nova Democracia e PASOK - para obter uma maioria para manter o acordo de resgate, e o sucesso do Syriza, que nas pesquisas finais ficou em segundo lugar, levou à decisão.

Após os resultados, a Grécia nomeou um governo tampão composto de 16 ministros, em sua maioria funcionários públicos do alto escalão e professores universitários. A principal tarefa desse governo provisório será preparar as novas eleições de 17 de junho. 
 
Opera Mundi

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