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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Mesmo tecendo várias críticas ao governo Santos, em comunicado conjunto, Farc e ELN asseguram disposição em lutar pela paz


Natasha Pitts

Jornalista da Adital

Próximo ao início dos diálogos de paz na Colômbia, marcados para começar na primeira quinzena de outubro, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Exército de Libertação Nacional (ELN) se pronunciaram em declaração pública sobre a situação política nacional e internacional, os problemas de guerra e paz no país e a necessidade de se avançar no processo de unidade. Ao mesmo tempo, também nesta semana, o presidente colombiano Juan Manuel Santos comemorou durante a Assembleia Geral das Nações Unidas o "novo e especial momento da Colômbia”.
A declaração foi divulgada um dia antes de a Força Aérea Colombiana, com ajuda do setor de inteligência do Exército Nacional, bombardear o setor de Cuchilla del Oso,jurisdição do Bagre (Antioquia). O atentado custou a vida de seis guerrilheiros, entre eles o comandante da Frente 37 das Farc, Efraín González Ruíz, que usava o pseudônimo 'Pateñame', e deixou outros quatro feridos. Apesar deste números, ainda não se tem informações exatas sobre a quantidade de mortos e feridos.
No documento conjunto, as guerrilhas dizem que há cerca de três anos estão unidas para convergir ideias e ações que os ajudem e ajudem o povo a enfrentar juntos a oligarquia e o imperialismo, elementos que impõem a exploração e a miséria no país e asseguram sua disposição para continuar a buscar uma paz que para a Colômbia e o continente signifiquem "o estabelecimento da verdadeira democracia, da soberania popular, da justiça social e da liberdade”.
O comando central do ELN e o secretariado do Estado Maior central das Farc criticaram os flagelos provocados pelo sistema oligárquico e imperialista, geradores de exploração, exclusão, aumento das desigualdades e aprofundamento da confrontação de classes, problemas originados da aplicação de políticas neoliberais que priorizam os interesses de grandes grupos financeiros e grandes corporações transnacionais, em detrimento dos interesses da maior parte da população.
Juan Manuel Santos é apontado como continuador destes planos que seguem impondo o imperialismo ao povo colombiano e como responsável por blindar os direitos do capital. Prova desta conduta é a nova etapa de roubo de terras que o país enfrenta hoje, como o falso nome de "restituição”. Para executar estes planos, denunciam, o mandatário segue ordenando prisões, assassinatos e repressões a seus opositores.
"Frente a esta realidade não pode haver outro caminho para os revolucionários que a unidade e a luta, a ação de massas nas ruas, o levantamento popular no campo e nas cidades, desafiando a criminalização do protesto e exigindo do governo atos reais de paz, que não podem ser outra coisa que atos de solução aos problemas sociais e políticos que as maiorias padecem por conta do terrorismo de Estado da casta governante cujas tendências mais belicistas conduziram os destinos do país durante a última década”, defenderam, assegurando que não é com mais guerras que se colocará um fim no conflito armado interno.
Juan Manuel Santos aproveitou a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, para também tocar no assunto. O mandatário "apresentou ao mundo - com grande esperança – este novo e especial momento da Colômbia” e agradeceu o apoio da comunidade internacional no diálogo com as Farc. Santo disse que encara o momento com "otimismo moderado”, mas com absoluta convicção de que esta oportunidade não pode ser desperdiçada. O presidente garantiu que não vai se descuidar da proteção da segurança da população nem ceder na luta contra o terrorismo e o delito.

Adital

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