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quinta-feira, 20 de junho de 2013

As lutas do povo e o jornalismo cagão

Amigas e amigos do Blog Autodinamismo e também do Facebokk. No dia de hoje, recebi um e-mail  de um amigo, Miguel Gonçalves Trujillo Filho, que fala das recentes manifestações e da preocupação de alguns setores da mídia alternativa, com os rumos do movimento e da exploração e direcionamento em beneficio da direita, face ao caráter difuso da pauta de reivindicações.
 No meu entendimento, superada a fase das tarifas que significaram uma vitória para o movimento popular, deve-se dar continuidade ao movimento, levantando bandeiras de interesse da população, tais como: carestia, saúde e educação, e não entrar em temas corporativos que só interessam a grupos, como as PECs. A nova pauta dever ser produto de um debate entre os movimentos de forma harmoniosa e consensual e não pode ser excludente. Assim, penso eu. Passamos a carta do nosso amigo:

As lutas do povo e o jornalismo cagão

Por Miguel Gonçalves Trujillo Filho

Desculpem o uso da feia expressão "cagão" mas às vezes é preciso usar toda a riqueza da língua portuguesa. E este é o caso. Recebi vários e-mails e posteriormente vi no facebook diversos posts medrosos com relação a uma possível articulação para um golpe através das manifestações de protestos que pipocam Brasil afora. A mais mirabolante e vergonhosa matéria (entre várias que li) foi a do Brasil de Fato: Novo estilo de golpe  http://www.brasildefato.com.br/node/13274.
        Eu não vou comentar as bobagens desse e de outros jornalistas, que estão vendo golpistas debaixo da cama, junto com o penico. É preciso ter claro que:

    1- nos momentos de acirramento das lutas de classes ou outras lutas há sempre os vacilões, os medrosos, os que temem a própria sombra. A receita contra isso já foi dada por Marighella: "É preciso não ter medo". Este é um momento de ação, de iniciativa, de participação. É nestes momentos que se vê quem é quem. Até onde vai a iniciativa e coragem política.

    2- não temer a direita: enfrentá-la na luta política, na luta ideológica, nas palavras de ordem e se necessário, fisicamente. Quem não tem isso em mente não entende o momento histórico que estamos vivendo. Está simplesmente brincando de fazer política.

    3- Pensar que as diversas organizações de direita, a mídia, os agentes provocadores da polícia e forças armadas não iriam se aproveitar das manifestações para tentar encaminhá-las para sua agenda ou sabotá-las é coisa de principiante. O mesmo pode ser dito em relação à "ultra esquerda", aos anarquistas e similares.

    4- Ao império não interessa desestabilizar Dilma. Para a Grande Estratégia (que é muito mais do que a estratégia nacional ou a estratégia militar) estado-unidense o Brasil é um contraponto ao bolivarianismo e à influencia da ALBA. Dilma segue uma política econômica que não confronta o imperialismo. Para que desestabilizá-la?

    5- As direitas golpistas não tem uma boa organização; estão divididas, enfraquecidas, não tem voto. São no máximo aqueles 3% odioso e rancoroso que sempre aparecem nas pesquisas achando o governo ruim ou péssimo. São virulentos nas cartas da Veja e nos seus blogs e Facebooks, cultivam o ódio a tudo que é democrático, nacional e popular, mas não há esse clima nos quartéis, como em 1964. A extrema direita brasileira está sem perspectiva de futuro.

      Como e quando essas manifestações vão acabar é impossível predizer. Mas algo é certo: a vida política brasileira mudou. E quem não entender isso vai ficar de fora. Se essas manifestações não arrefecerem tão cedo e o ódio aos operadores políticos e indignação contra o estilo de fazer política, às políticas públicas deficientes, etc continuarem, só há uma solução possível de imediato: uma ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE.

     Por fim, para que conheçam o novo estilo de golpes da CIA vai anexo um livreto (95 pg) criado para orientar os movimentos de oposição que ela favorece, financia e orienta. Está em espanhol e serviu de guia para diversas "revoluções". Deu certo na Tchecoslováquia, Sérvia, Georgia, Líbano e Ucrânia. Deu errado na Bielorrússia, Irã e na Venezuela. Não é para assustá-los. É para que conheçam e saibam como os inimigos da humanidade agem. O manual tem muita coisa interessante que podemos utilizar também.

     Abraço,

              

                   Miguel

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