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quarta-feira, 31 de julho de 2013



por Paulo Jonas de Lima Piva

Quantos "mensalões" do PT são necessários para preencher uma Privataria Tucana ou uma Sonegação da Rede Globo?

O ranking abaixo é para refletirmos sobre como a nossa grande mídia, que se coloca para a opinião publica brasileira como a paladina da honestidade e da ética, como instituição isenta, imparcial e republicana, trata as corrupções no país. Nenhum pio sobre a Privataria Tucana, silêncio absoluto na Globo sobre a sua sonegação. Sobre o "Mensalão" do PT, em compensação, um espetáculo golpista.

Vejamos: 




Por que a direita odeia o Foro de São Paulo?

Por Breno Altman*

Encontro constituiu-se em ferramenta fundamental para gestar a cultura política que facilitou o ciclo de vitórias progressistas

A realização do XIX Encontro do Foro de São Paulo, nesta última semana de julho, está provocando urticárias entre as fileiras de direita. Apesar do relativo silêncio da velha mídia, grupos de distintos naipes agitam a blogosfera contra o evento. Não faltam sequer ameaças de violência e terror.

Desde filósofos de bordel, como Olavo de Carvalho e seus cupinchas, a refinados intelectuais do tucanato, passando por vira-casacas da estirpe de Roberto Freire e Alberto Goldman, há um coro conservador contra a entidade fundada em 1990.
De tradicionais filiados a cristãos-novos do reacionarismo, forma-se frente contra uma esquerda que teve o desplante de se reconstruir e forjar alternativas de poder por toda a América Latina. Um cenário aparentemente inacreditável na origem do Foro.

No final dos anos 1980, com o colapso do socialismo no leste europeu, as ideias e partidos progressistas pareciam ter seus dias contados. Os porta-vozes do pensamento liberal vaticinavam o fim da história, com a vitória definitiva do mercado e do capital. A situação no subcontinente era bastante precária para a esquerda: à exceção de Cuba, a região estava dominada por governos subordinados aos Estados Unidos e sua cartilha.

Tão forte era a pressão que muitos dirigentes e agremiações de origem marxista, por todo o mundo, passavam de armas e bagagens para o outro lado. O poderoso Partido Comunista Italiano, por exemplo, já estava a caminho do desaparecimento, para dar lugar a uma legenda amorfa, disposta a ser linha-auxiliar das correntes neoliberais. O mesmo se passava em outros países, incluindo o Brasil, onde o PCB transitava para o controle de um grupo revisionista que viria a transformá-lo, sob a sigla PPS, em apêndice do bloco de direita.
Ao Partido dos Trabalhadores coube, então, papel decisivo. Com dez anos de vida, pouco afetado pela crise do sistema soviético e robustecido pelas lutas populares que desaguariam na formidável campanha de Lula para presidente, em 1989, o PT reunia as credenciais para se converter na principal força contra a dispersão e o desânimo que se abatiam sobre a esquerda.


Talvez a característica da identidade petista que mais contribuía para esta função unificadora fosse sua pluralidade e as formas criativas de lidar com a diferença sem fazer, de divergências, rupturas. Ao reunir, em seu interior, distintas famílias políticas e ideológicas da genealogia progressista, a agremiação brasileira apresentava vocação e tarimba para construir pontes continentais.
Nascimento do Foro

Alguns meses após a queda do Muro de Berlim, nascia o Foro de São Paulo, a partir da articulação nuclear do PT com o PC cubano. O modelo de organização era simples, formatado como espaço permanente de debates e ação unitária, sem disciplina centralizada e com a adesão de múltiplos partidos por cada país.

Apesar de abrigar diferentes estratégias, a existência do Foro garantiu à esquerda a existência de um fator centrípeto, além da construção de variados mecanismos de colaboração e solidariedade. Ao longo do tempo, constituiu-se em ferramenta fundamental para gestar a cultura política que facilitou o ciclo de vitórias no alvorecer do novo século, baseada na fusão entre mobilização popular e participação institucional, entre reformas e perspectiva socialista, entre democracia e revolução, entre alianças e hegemonia.

Passados mais de vinte anos, o Foro de São Paulo pode se orgulhar de ter colocado uma pá de cal na cova do fim da história. Ao contrário do que ocorria na época de sua criação, a maioria das mais importantes nações latino-americanas atualmente é dirigida por partidos integrantes da entidade. Mais que isso: os temas centrais de sua agenda comum estão determinados pelos desafios da integração e do erguimento de novas instituições que colaborem para o desenvolvimento autônomo e sustentável da zona em que atua.

A direita tem boas razões para destilar sua baba raivosa. Cheia de soberba, ao final da Guerra Fria, desdenhava e desqualificava como fora de moda qualquer iniciativa que se contrapusesse à pós-modernidade capitalista. Depois de duas décadas, além de seu natural ódio de classe, rumina em suas entranhas a frustração perante a renascença de uma esquerda popular e protagonista.

* Breno Altman é jornalista, diretor editorial do site Opera Mundi e da revista Samuel
Encontro constituiu-se em ferramenta fundamental para gestar a cultura política que facilitou o ciclo de vitórias progressistas

CLASSES SOCIAIS NECESSÁRIAS E SUPÉRFLUAS




Importante e pleno de atualidade este artigo de Engels, numa altura em que tanto se fala, por exemplo, nos proventos dos acionistas das empresas cotadas na bolsa, e nos salários e prémios dos gestores públicos ou privados...
Engels demonstra aqui de forma clara e sintética como evolui o sistema capitalista de produção e como este cava de forma inexorável a sua própria sepultura - não restando outro caminho à sociedade que não seja desapossar do poder a classe capitalista, exploradora, cada vez mais parasitária e supérflua.
  

CLASSES SOCIAIS NECESSÁRIAS E SUPÉRFLUAS
Frequentemente põe-se a questão de saber em que medida as diferentes classes da sociedade são úteis, ou mesmo indispensáveis. A resposta é diferente, evidentemente, para cada período histórico. Houve indubitavelmente um tempo em que a aristocracia fundiária foi um elemento inelutável e necessário da sociedade. Mas, isso foi há muito tempo, mesmo muito tempo. Depois veio a época em que a classe capitalista - a burguesia, como lhe chamam os franceses - surgiu com uma necessidade igualmente inelutável: ela lutou contra a aristocracia fundiária, cujo poder político destruiu para conquistar por seu lado a hegemonia económica e política. Contudo, desde que existem classes, nunca existiu nenhuma época em que a sociedade pudesse passar sem a classe operária. O nome e o estatuto social desta classe mudaram: o servo substituiu o escravo, até que o trabalhador livre o substituiu a ele (por trabalhador livre, deve entender-se o trabalhador libertado da servidão e desprovido de qualquer propriedade neste mundo, à excepção da sua força de trabalho).
Portanto uma coisa é inteiramente clara: quaisquer que sejam as mudanças que se possam produzir entre as camadas superiores, não produtivas, da sociedade, nenhuma sociedade puderam até agora viver sem uma classe de produtores. Uma tal classe é, portanto, necessária em todas as circunstâncias - mesmo que venha a haver um tempo em que já não exista sob a forma de classe, mas se estenda a totalidade da sociedade.
Contudo, que necessidade há hoje em dia para a existência de cada uma destas três classes?
No mínimo é um eufemismo dizer que na Inglaterra a aristocracia fundiária é uma classe inútil no plano económico, quando se tornou num cancro que corrói a Irlanda e a Escócia, cujas terras e campos despovoa. O único mérito que podem reivindicar os proprietários fundiários da Irlanda e da Escócia é o de provocar fomes que escorraçam os expropriados para o outro lado do Atlântico ou para outras paragens, substituindo-os por carneiros ou caça (...)
Mas o que dizer da classe capitalista, essa classe esclarecida e liberal que fundou o Império colonial britânico e criou a liberdade britânica; essa classe que reformou o Parlamento em 1831 (1), aboliu as leis anti-cerealíferas e reduziu as taxas aduaneiras umas atrás das outras; essa classe que deu vida às gigantescas empresas industriais, a uma imensa frota comercial e à rede ferroviária cada vez mais extensa da Inglaterra, e continua a dirigir tudo isso? Essa classe não é pelo menos tão necessária como a classe operária, que ela dirige e que conduz de progresso em progresso?
A função económica da classe capitalista residia efectivamente no facto de ter criado o moderno sistema das indústrias movidas a vapor e dos meios de comunicação, e de ter varrido do seu caminho todos os obstáculos económicos e políticos que travavam ou impediam o desenvolvimento desse sistema. Enquanto a classe capitalista desempenhou essa função, era indubitavelmente uma classe necessária, dadas as circunstâncias mencionadas. Mas a questão consiste em saber se actualmente ela ainda é necessária. Continuará a desempenhar a sua função específica, que consiste em dirigir e alargar a produção social em proveito de toda a sociedade? Vejamos isso mais de perto.
Consideremos, em primeiro lugar, os meios de comunicação, que representam a infra-estrutura do modo de produção capitalista. Constatamos que o telégrafo se encontra nas mãos do governo. Os caminhos-de-ferro assim como uma grande parte dos vapores de alto-mar não são propriedade de capitalistas individuais, que dirigem a sua própria empresa, mas sim de sociedades por acções, cuja gestão está confiada a empregados assalariados os quais são funcionários que ocupam, sob todos os pontos de vista, a posição de trabalhadores mais cultos e mais bem pagos que a média.
No que diz respeito aos diretores e acionistas, ambos sabem perfeitamente que o trust funciona tanto melhor se os primeiros não se intrometerem na direção da empresa e se os segundos não se imiscuírem no controle dos negócios. De facto, um controle muito frouxo e a maior parte das vezes superficial é a única função que resta aos proprietários da empresa. Deste modo, constatamos que os proprietários capitalistas destas gigantescas empresas não têm nenhuma função a preencher além da que consiste em embolsar duas vezes por ano os seus dividendos. A função social do capitalista passou neste caso para as mãos de agentes remunerados, enquanto o capitalista continua a embolsar, sob a forma de dividendos, a remuneração pelas funções que há muito tempo deixou de exercer.
Mas o capitalista, que o desenvolvimento das grandes empresas em questão forçou a «retirar-se» da sua direção  conserva todavia uma outra função. Esta consiste em especular na bolsa com as suas ações. Não sabendo fazer mais nada, os nossos capitalistas «reformados» - ou mais exatamente: tornados supérfluos - especulam com ardor nos templos de Mammon. E vão lá com a deliberada intenção de fazer dinheiro, justificando assim as somas que saqueiam. Apesar disto, eles afirmam que o trabalho e a poupança são a origem de toda a propriedade - origem talvez, mas de maneira nenhuma ponto de chegada! Que hipocrisia fechar algumas pequenas casas de jogo por decreto da polícia, quando a sociedade capitalista não pode privar-se de uma gigantesca casa de jogo, onde se ganham e perdem milhões e milhões, e que representa o seu nervo vital mais importante. Mas, aqui, a existência do capitalista reformado, proprietário de ações  não é somente supérflua, mas também abertamente prejudicial.
O que é verdadeiro para os caminhos-de-ferro e para a navegação a vapor é-o cada vez mais para todas as grandes empresas comerciais e industriais. O lançamento de grandes negócios pela transformação de grandes empresas privadas em sociedades por ações esteve na ordem do dia durante estes últimos dez anos e continua a estar. Desde as grandes casas da City de Manchester às grandes empresas siderúrgicas e minas de carvão do País de Gales e do Norte de Inglaterra, assim como às fábricas do Lancashire, tudo era ou é motivo de lançamento de grandes negócios. Quase não resta uma única fábrica de algodão em mãos privadas em todo o Oldham. Ainda por cima, o comerciante privado é substituído cada vez mais pelos armazéns-cooperativas, cuja grande maioria de cooperativas só têm o nome - mas voltaremos ao assunto noutra ocasião. Tudo isto nos mostra que é precisamente o desenvolvimento do sistema de produção capitalista que torna o capitalista tão supérfluo como o tecelão, com esta única diferença: o tecelão foi condenado a morrer lentamente de fome e o capitalista, tornado supérfluo, está condenado a morrer lentamente de superalimentação. Têm só uma coisa em comum: tanto um como o outro não sabem o que lhes vai acontecer.
Seja como for, o resultado é o seguinte: o desenvolvimento económico da sociedade moderna tende para uma concentração cada vez mais forte, para uma socialização da produção sob a forma de empresas gigantescas que já não podem continuar a ser dirigidas por capitalistas privados.
Toda a conversa em volta do «golpe de vista» e dos milagres que este realiza tornam-se puro contra-senso, quando uma empresa atinge certa dimensão. Imagine-se o «golpe de vista» no caminho-de-ferro de Londres e do Noroeste! Mas aquilo que o patrão não pode continuar a fazer, são os operários, os empregados assalariados da companhia que o podem fazer, e com êxito.
Deste modo, no futuro, o capitalista não poderá continuar a justificar o seu lucro como «salário de direção e controle», pois já não dirige nem controla coisa nenhuma. Recordemos tudo isto, quando os defensores do capital nos martirizam os ouvidos com essa frase vazia!
No número da semana passada (2), já nos esforçamos por mostrar que a classe capitalista se tornou incapaz, além do mais, de dirigir o imenso sistema produtivo do nosso país: por um lado, a produção adquiriu uma extensão tal que todos os mercados são periodicamente obstruídos por mercadorias; por outro lado, tornou-se cada vez mais inapta a enfrentar a concorrência estrangeira. Em suma, consideramos que não só estamos perfeitamente à altura de dirigir a grande indústria do país sem a intromissão da burguesia, mas também que a sua ingerência provoca prejuízos crescentes.
Então nós dizemos-lhe: «Demiti-vos! Dai à classe operária oportunidade de mostrar aquilo de que é capaz!»
* * *
(1) – Trata-se da reforma do direito eleitoral, aprovada pela Câmara dos Comuns em 1831 e sancionada definitivamente pela Câmara dos Lordes em Junho de 1832. A reforma dirigia-se contra o monopólio político da aristocracia latifundiária e financeira, dando acesso ao Parlamento aos representantes da burguesia industrial. O proletariado e a pequena burguesia, que constituíram a força principal na luta pela reforma, foram enganados pela burguesia liberal e não conquistaram quaisquer direitos eleitorais.
(2) – Engels faz alusão ao artigo intitulado «Algodão e ferro», publicado a 30 de Julho de 1881 no mesmo jornal londrino.
* * *
(Escrito em 1 e 2 de Agosto de 1881 e publicado como editorial do nº. 14 do diário londrino The Labour Standard, 6 de Agosto de 1881)
Fonte - PCPT

Publicado na Comunidade Josef Stalin

terça-feira, 30 de julho de 2013

Ui, quebraram a santa





por  Mary W., da revista Wireshoes

"Geralmente, em virtude do papel que assume a religião na vida das mulheres, a menina, mais dominada pela mãe do que o irmão, sofre mais, igualmente, as influências religiosas. Ora, nas religiões ocidentais, Deus Pai é um homem, um ancião dotado de um atributo especificamente viril: uma opulenta barba brancal. Para os cristãos, Cristo é mais concretamente ainda um homem de carne e osso e de longa barba loura. Os anjos, segundo os teólogos, não têm sexo, mas têm nomes masculinos e manifestam-se sob a forma de belos jovens. Os emissários de Deus na terra: o papa, os bispos de quem se beija o anel, o padre que diz a missa, o que prega, aquele perante o qual se ajoelham no segredo do confessionário, são homens. Para uma menina piedosa, as relações com o pai eterno são análogas às que ela mantém com o pai terrestre; como se desenvolvem no plano do imaginário, ela conhece até uma demissão mais total. A religião católica, entre outras, exerce sobre ela a mais perturbadora das influências.

A Virgem acolhe de joelhos as palavras do anjo: “Sou a serva do Senhor”, responde. Maria Madalena prostra-se aos pés de Cristo e os enxuga com seus longos cabelos de mulher. As santas declaram de joelhos seu amor ao Cristo radioso. De joelhos no odor do incenso, a criança abandona-se ao olhar de Deus e dos anjos: um olhar de homem". (Beauvoir, Introdução ao volume II da Bíblia*, a outra)


Eu tinha um colega, na outra faculdade em que eu dava aula, que era doutor em biologia genética. Uma vez ele chegou puto porque na UNESP/Rio Preto, onde ele fazia o doutorado tinha tido um seminário sobre Evolução e um padre foi convidado para compor a mesa. O coordenador alegou relativismo e respeito à diversidade. E o meu amigo contou como o padre levou slides de fósseis que se pareciam com a Virgem Maria. Os estudantes de pós-graduação em Biologia também ficaram a par da teoria de que fósseis são uma maneira de Deus testar a fé. Aqueles que acreditam (nos fósseis), não passam no teste.

Outro dia fiquei sabendo, também, que a Mix Brasil convidou o pastor Felicianopara debater no 21o Festival sobre Diversidade. Não faço ideia de que fim teve isso. Mas o convite causou alguma polêmica, o que eu acho bom. Cada vez acho melhor.

Acho mesmo que o conceito antropológico de relatividade foi sendo desfigurado ao longo das últimas décadas. Cada vez mais ele parece ser usado para que os grupos conservadores recusem as mudanças com a anuência dos libertários. Feliciano tem o direito de falar num evento sobre diversidade. Um padre leva seu power point num congresso científico. Você pode me falar que não há contrapartida. O padre não abre a missa para darwinistas nem Feliciano deixa a diversidade invadir seus cultos. Mas nem de longe é isso que me preocupa. Porque eu não quero levar meu power point para a igreja. Pelo contrário, pretendo não pisar nelas todas. Sei o suficiente sobre história do cristianismo para considerar que ele não me representa e que nele não brotam as minhas pautas. De acordo com trocentos historiadores, o fundamentalismo é cristão. É nessa doutrina que ele aparece e se cria. Umberto Eco fala sobre isso, Giddens fala sobre isso. Não é difícil ter essa informação.

Eu não vou ficar repassando aqui a história da Igreja Católica especificamente. Várias pessoas fizeram isso ao longo do dia. O meu ponto aqui é bem outro. É como chegamos a isso. A Srta. Bia postou, no FB, um clipe da música Igreja, dos Titãs. Cito um trecho da ~subversiva~ canção:

Eu não gosto do terço
Eu não gosto do berço
De Jesus de Belém.
Eu não gosto do papa
Eu não creio na graça
Do milagre de Deus

Eu fiquei pensando nisso. Que eu fui adolescente na década de oitenta e essas coisas eram simplesmente lançadas. A Vida de Brian não causava debate nem tsc tsc doWilliam Bonner. E aí eu fico realmente pensando se esse relativismo aplicado ao indivíduo e seus problemas não acabou nos trazendo a um ponto em que nada de ~sagrado~ pode ser realmente criticado. Parece haver um pânico em ser chamado de intolerante e uma necessidade de mostrar respeito àquilo que nos agride. A máxima “toda religião é boa, o importante é ter uma” ganha caráter de verdade universal. No mundo do fragmento, as pessoas se utilizam das engrenagens duramente forjadas pelos oprimidos (a fim de sobreviverem) para manter o status quo inalterado. Sim, eu posso dizer e cantar que eu não gosto do berço de Jesus. Sim, é possível isso. Mais. Faz parte de uma rebelião secular. Enfrentar os símbolos da santa Igreja é uma forma de dizer não, ela não detém a verdade. Não, eu não acredito nela. Sim, eu posso dar de ombros pros ensinamentos que ela propõe.

Mas eu fico triste demais quando alguém zomba da minha fé. Mas eu choro quando alguém questiona os meus dogmas. É a senha do relativismo individual para que todos nós recuemos. Eu não recuo. E não quero deixar VOCÊ triste. Não sei como pode ser tão difícil perceber que a crítica está direcionada para a instituição Igreja. Claro que eu já sei também que vivemos o tempo da emoção e do afeto. E que a racionalidade, talvez por suas próprias limitações, tenha sido abandonada na elaboração de argumentos. A nebulosa afetual que nos fala Maffesoli. Acho que todos já percebemos que estamos diante desse novo tempo. E que toda e qualquer crítica é lida como uma desrespeito à pessoa. No episódio da santa, foi dito que os 3 milhões de fiéis ali foram agredidos. Por dois militantes nonsense de uma Marcha horizontal e livre.

O que eu vejo é que nenhuma ação anticlerical é possível. Tudo que eu fizer é uma agressão individual. Caso de polícia. Quebrei uma santa. Nossa. Violei a liberdade religiosa e impedi o culto. O que me resta é ver o Papa passar. Minha proposta (sim, eu tenho uma proposta, a loka etc) é que enfrentemos. Vamos voltar a dizer que as religiões cristãs se erguem sobre uma cultura do ódio. Que historicamente eles tem impedido as pessoas de existirem. Impediram negros, índios, mulheres, gays, muçulmanos. Que eles nunca abandonaram a guerra santa. Que ~respeitar~ o discurso deles é legitimar o ódio. Que a Virgem Maria não é uma imagem feminina. É uma das imagens mais machistas já criadas pela cultura humana. Que não existem mulheres na Igreja deles. Elas lavam os pés e puxam o saco de homens. Que Simone de Beauvoir já dissecou A Religiosa (ou A Mística) no segundo volume de O Segundo Sexo. A liberdade mistificada da mulher, promovida pelas religiões, bem como a aniquilação da carne da mulher religiosa. Estranhamente, as feministas que apoiaram os manifestantes também fazem ressalvas individualista. “Eu não faria isso“, “eu respeito quem não respeita mas não faria“. Um espiral de justificativa que para mim é o cerne da questão: ´para combater criacionismo, cartilha bioética papal e que tais PRECISAMOS enfrentar as religiões. Ué. Não teve outro jeito. Até chegarmos nessa sinuca teórica. Se-eu-critico-não-respeito. É uma falsa sinuca. O relativismo é um método de compreensão. Não é a aceitação de todas as práticas e discursos. Podemos sair do armário. Podemos dizer que falta senso crítico àqueles que sacralizam um homem segundos depois da fumaça vaticana. O preço que estamos pagando por não enfrentar é alto demais. Cada vez mais vemos pastores e padres invadindo o Estado. Cada vez mais abaixamos a cabeça e dizemos “ó, mas eles tem o direito de estar“. Como se não soubessemos o que eles fazem quando tem o Estado nas mãos. Ao invés de ficarmos dizendo sem parar que não quebraríamos santa, está na hora de dizer que cagamos e andamos se uma santa foi quebrada.

Para terminar, conto uma história mil vezes por mim repetida. No meu primeiro ano de docência, durante uma aula sobre dimensão simbólica, falei de religião. E acabei falando de santos. E disse assim “até bem pouco tempo atrás as pessoas acreditavam em santos“. A sala ficou em silêncio. Um aluno levantou a mão. Disse que ainda acreditava. Outras pessoas levantaram a mão para dizer o mesmo. Oh, captain, my captain ao avesso. Essa é minha história docente. Mas eu soube, então. Que não estava mais no Kansas e ouvi os portões da faculdade de sociologia se fechando atrás de mim. Saí da ilha sem bóia. Eu já entendi isso. Mas, nossa. Tô preparada pra visita de Papa não. E muito menos para uma geração que se exime de enfrentar uma visita dessa.

*Pode queimar um exemplar, se você quiser :)

PS:  no twitter, várias pessoas reclamaram. de como esse assunto é chato etc. não me enganam. carolas disfarçadas.

ONU vê progresso "impressionante" no Brasil


segunda-feira, 29 de julho de 2013

Religiões: quando o cristianismo é pura intolerância



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Extremistas católicos e evangélicos querem agora vetar lei que regulamenta atendimento do SUS às vítimas de estupro. Decisão está com Dilma

Por Gabriela Leite
Certas leis podem, no máximo, reduzir danos. É o caso de um texto aprovado no último dia 11, no Congresso Nacional. Proposto no século passado (em 1999) pela deputada Iara Bernardi (PT-SP), ele estabelece as normas para atendimento, no Sistema Único de Saúde, das mulheres que foram vítimas de estupro. É um problema sabidamente grave, mas crescente. O número de casos deste crime no Brasil aumentou muito nos últimos anos. Só no primeiro semestre de 2013, a média na cidade de São Paulo foi de nove denúncias por dia. No Rio de Janeiro, os casos aumentaram 56% nos últimos quatro anos. Nestas situações, como os médicos da rede pública devem proceder?
O projeto da deputada Iara, aprovado por unanimidade após quase quinze anos de protelação, estabelece alguns procedimentos. Exige que todos os hospitais da rede do SUS atendam imediatamente as vítimas. Garante amparo social e psicológico, informações sobre direitos legais e acesso a exames de HIV e medidas necessárias para evitar doenças e gravidez. Não resolve o problema, mas assegura o direito à saúde das mulheres que sofrem com o crime.
Porém, grupos religiosos e conservadores parecem compreender que elas não têm esse direito. Para eles, um dos parágrafos da lei representa, na verdade, uma aprovação escondida do aborto: o que fala da “profilaxia da gravidez”. Carlos Alberto di Franco, membro da organização católica Opus Dei, sustenta, em artigo para O Estado de São Paulo (22/7) que, como não é necessária prova de que a mulher foi realmente estuprada, ela pode fingir o abuso para poder realizar o aborto. Argumento semelhante é o do deputado Marco Feliciano. Para ele, o termo “profilaxia” pode ser interpretado de maneira dúbia, e garantir a interrupção da gravidez. Ele também acredita que não é papel dos hospitais dar informações às vítimas de estupro sobre seu direito legal e sanitário, que elas devem procurar uma delegacia. Sugere que este ponto também deve ser vetado pelo Executivo.
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia explica que a profilaxia da gravidez não significa aborto — mas sim a administração de Levonorgestrel, a chamada “pílula do dia seguinte”. Ela evita a fecundação e deve ser tomada até três dias após o ato sexual. Esta medida funciona como técnica contraceptiva, e é totalmente legalizada no Brasil. No caso de estupro, evitaria um provável futuro aborto — mais perigoso para a vítima. De qualquer maneira, interromper uma gravidez que aconteceu por um ato de violência sexual já é um direito garantido por lei.
A proposta foi encaminhada para sanção da presidente Dilma Rousseff e deve ser aprovada até 1º de agosto. Define, para os devidos fins, que violência sexual é qualquer forma de atividade sexual sem consentimento. Resta agora à presidente decidir: optará pelos direitos ou pelo fundamentalismo?

"É preciso acelerar a integração latino-americana", diz secretário-executivo do Foro de São Paulo

Para Valter Pomar, crise econômica e avanço da direita em alguns países exigem salto de qualidade de partidos e governos


O Foro de São Paulo, articulação entre partidos progressistas e de esquerda da América Latina, volta à cidade onde foi criado. Entre 31 de julho e 4 de agosto, a capital paulista receberá pela terceira vez representantes de agremiações não apenas do continente, mas de todo o mundo.

Criado em 1990, por iniciativa do PT (Partido dos Trabalhadores), do Brasil, e do Partido Comunista de Cuba, entre outros, o Foro congrega mais de uma centena de agremiações. Os temas do evento vão da integração regional à crise econômica mundial, passando pelos avanços e recuos da esquerda em cada país. Estarão presentes representantes da Europa, África e Ásia, vários deles integrando governos.
Reprodução/Facebook

Pomar: mobilizações de junho no Brasil mostram que esquerdas enfrentam dilemas muito semelhantes em todos os países da região

Opera Mundi conversou com Valter Pomar, de 46 anos, membro do Diretório Nacional do PT e Secretário-executivo do Foro. Doutor em História Econômica, Pomar fala dos diversos desafios que devem ser tratados no evento, cuja programação completa pode ser vista no site oficial.

Opera Mundi : Qual a importância deste Encontro do Foro de São Paulo? Quais os principais temas a serem debatidos?
Valter Pomar: Trata-se do primeiro encontro do Foro, depois da morte de Hugo Chávez e da eleição de Nicolas Maduro. Cito esses dois fatos, porque ajudaram o conjunto da esquerda regional a perceber que estamos em uma nova etapa na região, marcada principalmente pela contra-ofensiva da direita local e de seus aliados nos Estados Unidos e Europa. Nessa nova etapa, há dois desafios principais: aprofundar o processo de mudanças em cada país e acelerar o processo de integração regional. São os grandes temas em debate no XIX Encontro do Foro.
Leia mais:
Às vésperas de encontro, Foro de SP é alvo de ameaças de grupos direitistas

OM: O Encontro acontece quase simultaneamente à visita que Papa Francisco fez ao Brasil. Que significado pode ter um pontífice latino-americano nessa conjuntura?
VP: Há controvérsias sobre isso. A maior parte da esquerda regional prefere não opinar a respeito. Há setores com expectativas positivas, o que é compreensível se lembrarmos do comportamento do Papa anterior. Mas há, também, setores muito preocupados, por três motivos: primeiro devido a versões acerca do que ocorreu na época da ditadura militar argentina; segundo, por lembrar do papel jogado por outro Papa no combate ao socialismo, tal como existia no Leste Europeu; terceiro, devido a crescente influência dos conservadores no interior da igreja católica. Para os que são crentes, acho que o mais adequado é orar e vigiar muito.

OM: Uma nova conjuntura política parece estar se abrindo no Brasil, com a ascensão das mobilizações populares. Isso será objeto de debate no Encontro?
VP: Os partidos brasileiros que integram o Foro - o PT, o PC do B (Partido Comunista do Brasil), o PSB (Partido Socialista Brasileiro), o PDT (Partido Democrático Trabalhista), o PPL (Partido Pátria Livre) e o PCB (Partido Comunista Brasileiro) - terão diversas oportunidades, nas atividades oficiais do Foro e nas bilaterais, para apresentar seu ponto de vista sobre o que ocorreu e sobre os impactos presentes e futuros. Há uma grande curiosidade a respeito, especialmente daqueles que acreditavam na existência de "duas esquerdas" na região. Pois um dos ensinamentos das mobilizações de junho é que a direita brasileira, como a venezuelana, disputa a mídia, as urnas e as ruas conosco. E que as esquerdas enfrentam dilemas muito semelhantes, em todos os países da região.

OM: Um tema de relevo na pauta do Encontro é a integração regional. Como isso se dá, pela via dos partidos políticos?
VP: A integração regional é um processo em disputa. Primeiro, disputa contra o imperialismo, que deseja uma integração subalterna a eles, como no projeto da Alca. Segundo, disputa contra a grande burguesia, que deseja uma integração focada nos mercados e no lucro de curto prazo, o que conduz a uma integração que aprofunda as disparidades regionais e sociais, o que por sua vez acabaria nos levando a uma integração subalterna aos gringos. Terceiro, uma disputa entre diferentes ritmos e vias de desenvolvimento e integração. Trata-se, portanto, de um processo quente, que do ponto de vista da esquerda precisa ser simultaneamente político, econômico e cultural. Tarefas nas quais os governos são fundamentais, mas insuficientes. Os partidos políticos, assim como os movimentos sociais e o mundo da cultura são essenciais nesse processo.

Pt.org.br
OM: A grande variável da internacional hoje é o comportamento da economia chinesa. O aumento de sua demanda por commodities possibilitou que o ciclo de governos progressistas da América Latina – exportadores de produtos primários – conhecesse surtos expressivos de crescimento. Se a China desacelerar, quais os cenários para o continente?
[Primeira edição do Foro de São Paulo, realizada em julho de 1990]
VP: A China já está desacelerando e está fazendo uma inflexão em direção ao seu mercado interno. Isto pode ter duas consequências: ou voltarmos ao "estado normal" de economias dependentes, vítimas da desigualdade nos termos de troca entre produtos de baixo e de alto valor agregado; ou fazermos uma inflexão em direção a um ciclo de desenvolvimento econômico regional, impulsionado pelo Estado e baseado na ampliação de infraestruturas, políticas universais e capacidade de consumo.
Este é o pano de fundo do acirramento da luta de classes na região, assim como do acirramento no conflito entre alguns países da região, para não falar do acirramento de nossa relação com as potências imperialistas.

OM: A alta das commodities tende a recolocar as economias latino-americanas num quadro conhecido na primeira metade do século passado: o de exportador de produtos primários e importador de manufaturados. Não há uma contradição no fato de governos que têm recuperado a soberania nacional estejam se mantendo graças a uma inserção econômica subordinada no mercado global?
VP: Contradição há, mas a realidade está corrigindo essa contradição. Para ser mais claro: os governos progressistas e de esquerda que insistirem neste caminho estarão pavimentando o caminho para sua derrota eleitoral, mais cedo ou mais tarde. Ou, o que também pode acontecer, para uma mudança de lado: os progressistas e a esquerda continuariam lá, nos governos, mas a serviço de outros interesses. Claro que na etapa anterior a esta, foi correto aproveitar o boom das commodities para com isso enfrentar alguns problemas imediatos.

OM: Em 2014, completam-se 15 anos do início da gestão de Hugo Chávez, na Venezuela. A partir daí, uma série de governos de centro-esquerda foram eleitos na América Latina. Nos últimos meses, alguns deles enfrentam turbulências internas. É o caso da Venezuela, da Argentina e do Brasil. É possível ver uma tendência nesses processos? O ciclo progressista estaria se esgotando?
VP: O que certamente se esgotou foi a primeira etapa do ciclo progressista e de esquerda, esta etapa que começa entre 1998 e 2002, com as eleições de Chávez e de Lula. E que se conclui em algum ponto entre a eclosão da crise internacional e a posse de Obama. Deste momento em diante, entramos em outra etapa, marcada pela crise, pela contraofensiva da direita e pelo esgotamento do padrão adotado em todos os governos progressistas e de esquerda. Esse padrão foi, na Venezuela, no Brasil, na Bolívia e na Argentina, por todos os lados, redirecionar para outros setores sociais a renda e a riqueza geradas pelo modelo herdado. Este modelo se esgotou. Agora está posto construir outro modelo. Se não tivermos sucesso nisso, aí sim poderemos falar de esgotamento do ciclo. Se tivermos sucesso, por outro lado, viveremos um salto de qualidade.
Efe

Venezuelanos lembram aniversário de Hugo Chávez, em Caracas. Falecimento do presidente é tema do Encontro do Foro de SP

OM: A direita continental promoveu golpes em Honduras e no Paraguai e teve expressiva votação nas eleições presidenciais na Venezuela. Há um fortalecimento regional dessas correntes?
VP: Claro que sim. Elas se apoiam em suas próprias forças, que são enormes; nos seus aliados internacionais; e nas debilidades de nossos governos. A direita está jogando seu papel. O desafio é reagir a isto, corrigindo erros, superando debilidades, ampliando a cooperação entre nós.

OM: Países como Chile, Colômbia, México e Peru estão articulando a Aliança do Pacífico. Quais as consequências disso?
VP: A Aliança do Pacífico constitui um espaço de articulação próprio daqueles governos e países mais amarrados, através de tratados de comércio ou de acordos político-militares, com os Estados Unidos e outras potências. Comercialmente, economicamente, não constituem uma grande ameaça. Do ponto de vista político, é distinto: trata-se de uma cunha contra o Mercosul, a Unasul e a Celac. O caminho para resolver o problema está, também, principalmente na política: trata-se de recuperar as relações com o governo Ollanta Humala, de recuperar em novas bases o governo chileno, trata-se de fazer a paz na Colômbia e retomar a influência da esquerda no México.

OM: O sr. é candidato à presidência do PT, cuja eleição se realizará em novembro. Qual a ligação dessa postulação com sua atividade internacional?
VP : Sou candidato e as eleições serão em novembro de 2013. Mas até 4 de agosto, quando conclui o XIX Encontro do Foro de São Paulo, minha prioridade total é o próprio Foro, do qual sou secretário executivo por indicação do PT.

operamundi

Fora de ponto

O pensamento econômico ortodoxo avalia a política econômica pelo tripé criado no início do segundo mandato de FHC por imposição do FMI como pré-condição para salvar o país da bancarrota. Aparentemente bonito na teoria, não funciona na prática, pois os caminhos da inflação, do crescimento e do equilíbrio interno e externo respondem por outros fatores.


O pensamento econômico ortodoxo avalia a política econômica pelo tripé criado no início do segundo mandato de FHC por imposição do FMI como pré-condição para salvar o país da bancarrota.

O tripé é definido por: a) superávit primário elevado; b) câmbio flutuante e; c) meta de inflação. Foram três condições que facilitariam o pagamento da dívida do País. Caso adotado garantiria, segundo a ortodoxia, crescimento econômico, equilíbrio nas contas internas e externas e inflação baixa.

Aparentemente bonito na teoria, não funciona na prática, pois os caminhos da inflação, do crescimento e do equilíbrio interno e externo respondem por outros fatores.

Esse tripé não trata da taxa de juro. É como se ela fosse consequência dos três fatores. Assim, o Banco Central deitou e rolou praticando taxas básicas de juros elevadas e deixou o mercado financeiro livre para usar e abusar de taxas de juros de corar agiota.

Fato é que com o tempo esse tripé foi morrendo e hoje quando se fala dele é que foi abandonado. Mas o que de fato caracteriza a política econômica em todos os governos, sem exceção, é a submissão vergonhosa aos ditames do mercado financeiro, que é quem de fato comanda a economia.

Esse comando se dá garantindo as taxas de juros que maximizam o lucro financeiro dos bancos com a Selic e nos empréstimos.



Os presidentes do BC, à época de FHC praticaram a Selic mais saborosa que o mercado financeiro já teve. Vale sempre registrar o agrado ao mercado financeiro, que marcaram suas gestões. À exceção do atual presidente Tombini os demais vieram e retornaram ao mercado financeiro, tendo Armínio Fraga sido operador do megaespeculador George Soros.

Os lucros com a Selic ocorrem pelo uso hábil do mercado financeiro ao propagar a ameaça da inflação e dela se encontrar fora do centro da meta. O lucro se dá sob duas formas: a) nos ganhos de tesouraria em cima dos títulos do governo federal e; b) na remuneração pelo BC dos saldos de caixa diário dos bancos presenteados pela Selic. Sim, nosso BC remunera os saldos diários de caixa dos bancos, o que seria um escândalo em qualquer país, isso parece que não é notado pelo Tribunal de Contas, pelo Ministério Público, pelo Congresso Nacional nem pela mídia.

O outro ganho anormal do mercado financeiro é com as taxas de juros dos empréstimos. Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade - Anefac, essa taxa para empréstimos em 12 meses é de 90% para o consumidor e 45% para as empresas. É onde o lucro é maior e inigualável em qualquer outro país.

Se durante o governo FHC os ex presidentes do BC praticaram a Selic mais elevada, no governo Lula ela ainda permaneceu nos dois dígitos, mas ainda ao gosto do mercado financeiro. No governo Dilma parecia que isso iria mudar ao declarar a presidenta que não havia justificativa técnica para as taxas de juros serem tão elevadas. Assim, conduziu a equipe econômica objetivando a queda da Selic e em abril de 2012 iniciou campanha de pressão sobre os bancos privados para a redução das taxas de juros dos empréstimos. No começo parecia que iria conseguir seu objetivo, mas passados seis meses voltaram ao nível anterior e ficou por isso mesmo.

Fora de ponto – Ao permanecer submissa ao mercado financeiro, a economia vem sendo operada fora de ponto. É como um potente motor que, estando fora de ponto, se move rangendo e trepidando. O rendimento é baixo e, com o tempo pode queimar.

A estratégia usada pelo BC para controlar a inflação é manter a Selic elevada para atrair o capital especulativo internacional para os ganhos financeiros nas aplicações em títulos do governo federal.

Esse artificialismo cambial é devastador para a economia. Em primeiro lugar pelo rombo nas contas externas, que atingiram nos últimos doze meses até junho, US$ 72,5 bilhões (3,2% do PIB). Em segundo lugar pela perda potencial de dólares que irá naturalmente ocorrer quando os especuladores decidirem repatriar os lucros das aplicações. Em terceiro lugar por manter baixa a competitividade da empresa local face às empresas de fora do País.

Como resultado, boa parte da expansão do consumo das famílias é atendida pelo produto importado, o que reduz o PIB e a geração de emprego industrial.

O câmbio de equilíbrio para restaurar as contas externas é de R$ 3,00/US$ conforme o gráfico, que ilustra a relação entre as transações correntes e o câmbio em valores atuais para os anos de 2005 a 2012.



A outra anomalia que faz a economia girar fora de ponto é a taxa de juro ao tomador. Ela dobra o custo de aquisição para financiamentos com prazo de um ano, restringindo o orçamento doméstico. É o mais potente freio ao consumo, em linha com a política do BC para controlar a inflação.

Resumindo: para crescer é necessário reduzir as taxas de juros básicas e ao tomador. Com isso o consumo cresce de forma saudável e pode ser atendido preferencialmente pelas empresas locais, livres do câmbio artificial. Retorna-se ao equilíbrio fiscal, por se reduzir as despesas com juros e ao equilíbrio das contas externas ao permitir ao câmbio voltar ao seu ponto de equilíbrio.

A OPUS DEI NA AMERICA LATINA


Com o encerramento, no domingo, (28/7) da visita do Papa Francisco, Mario Bergollio, na Jornada Mundial da Juventude, o que me chamou a atenção foi a postura do Papa, um tanto quanto controversa: quando de um lado exorta a igreja a promover uma aproximação com os mais pobres e sair as ruas na busca desse intento, por outro lado, mantém as tradicionais políticas conservadoras da igreja secular, sem qualquer menção ou intenção de modificá-las, mantendo inalterada essa política conservadora com relação a temas candentes da atualidade, aceitas pela maioria da população e já admitidas em vários países, inclusive judicialmente legalizadas. É o caso do casamento entre pessoas do mesmo sexo, adoção de crianças; o uso de preservativos para se evitar nascimentos indesejáveis e a questão do aborto, procedimento legal, também, adotados em alguns países.
Tudo indica, salvo engano ou alguma surpresa mais a frente, que o Papa é um populista de direita que faz um discurso progressista e age da mesma forma que o Papa anterior, Bento XVI. Pelo menos Bento XVI, não escondia o jogo e era bem claro em suas posições conservadoras.
Falando nisso, qual vai ser sua posição com relação a Opus Dei? O Papa Bento XVI mantinha relações cordiais e amistosas com o Bispo Chefe da Prelazia da Organização Opus Dei. Entidade de grande poderio financeiro e grande influência política em boa parte do mundo, inclusive na America Latina, onde domina Jornais importantes e setores do judiciário Paulista, segundo denúncias de ex-membros da organização.
Para refrescar a memória, tendo em vista a visita do Papa Francisco no Brasil, reeditamos a matéria:
A Opus Dei na America Latina

Bento XVI saúda D. Javier Echevarría Rodríguez, Bispo titular de Cilibia, Prelado da Prelazia Pessoal do Opus Dei, Foto Flickr (Escritório de informação do Opus Dei
 A Opus Dei atua também no monopólio da imprensa. Controla o jornal "El Observador", de Montevidéu, e exerce influência sobre órgãos tradicionais da oligarquia como "El Mercurio", no Chile, "La Nación", na Argentina e "O Estado de São Paulo", no Brasil.
O elo com a imprensa é o curso de pós-graduação em jornalismo da Universidade de Navarra em São Paulo, coordenado por Carlos Alberto di Franco, numerário e comentarista do "Estadão" e da Rádio Eldorado.
O segundo homem da Opus Dei na imprensa brasileira é o também numerário Guilherme Doring Cunha Pereira, herdeiro do principal grupo de comunicação do Paraná ("Gazeta do Povo").

Os jornalistas Alberto Dines e Mário Augusto Jakobskind denunciam que a organização controla também a Sociedade Interamericana de Imprensa - SIP (na sigla em espanhol).

Analisando a estrutura de classes dos países latino-americanos, Darcy Ribeiro identificava como segmento hegemónico dentro das classes dominantes o corpo de gerência das transnacionais. Ponta de lança do imperialismo, é ele quem dita ordens e impõe ideologias às demais fracções e, em muitos casos, organiza-as politicamente. A desnacionalização das economias latino-americanas na década de 90 agravou este quadro. A alteração de mais relevo no perfil da classe dominante verificada no bojo deste processo é o crescimento da influência da Opus Dei. Sustentada pelo capital espanhol, a organização controla jornais, universidades, tribunais e entidades de classe, sendo hoje peça chave para se compreender o processo político no continente, inclusive no Brasil, onde quer eleger Geraldo Alckmin presidente da República.


Procissão Católica na Espanha, berço da Opus Dei.
Mas o que é afinal, a Opus Dei (em latim, Obra de Deus)?
Em seu campo original de atuação, é a vanguarda das tendências mais conservadoras da Igreja Católica. "Este concílio, minhas filhas, é o concílio do diabo" teria dito seu fundador, Josemaria Escrivá de Balaguer, sobre o Vaticano II, no relato do jornalista argentino Emilio J. Corbiere no seu livro "Opus Dei. El totalitarismo católico".
Fundada na Espanha em 1928, a organização foi reconhecida pelo Vaticano em 1947. Em 1982, foi declarada uma prelatura pessoal, o que, sob o Direito canónico, significa que só presta contas ao papa e que seus membros não se submetem à jurisdição dos bispos. "A relação entre Karol Wojtyla e a Opus Dei" conta o teólogo espanhol Juan José Tamayo Acosta "atinge seu êxito nos anos 80-90, com a irresistível ascensão da Obra à cúpula do Vaticano, a partir de onde interveio altivamente, primeiro no esboço e depois na colocação em prática do processo de restauração da Igreja católica sob o protagonismo do papa e a orientação teológica do cardeal alemão Ratzinger."
Fontes ligadas à Igreja Católica atribuem o poder da Obra à quitação da dívida do Banco Ambrosiano, fraudulentamente falido em 1982.
Obscurantismo e misoginia são traços que marcam a organização. Exemplos podem ser encontrados nas denúncias de ex-adeptos como Jean Lauand, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo - Universidade de São Paulo (USP), que recentemente escreveu junto com mais dois ex-membros, o juizMárcio Fernandes e o médico Dário Fortes Ferreira, o livro "Opus Dei - os bastidores". Em entrevista ao programa Biblioteca Sonora, da Rádio USP, Jean Lauand conta que a Obra tem um "Index" de livros proibidos que abrange praticamente toda a filosofia ocidental desde Descartes. Noutra entrevista, à revista Época, Jean Lauand denuncia as estratégias de fanatização dos chamados numerários, leigos celibatários que vivem em casas da organização: "Os homens podem dormir em colchões normais, as mulheres têm de dormir em tábuas. São proibidas de segurar crianças no colo e de ir a casamentos". É obrigatório o uso de cinturões com pontas de ferro fortemente atados à coxa, como prática de mortificação que visa refrear o desejo. Mas os danos infligidos pelo fanatismo não se limitam ao corpo.
No site que mantém com outros dissidentes (http://www.opuslivre.org/), Jean Lauand revela que a Obra conta com médicos especialmente encarregados de receitar psicotrópicos a numerários em crise nervosa.
A captação de numerários dá-se entre estudantes de universidades e escolas secundárias de elite. Centros de estudos e obras de caridade servem de fachada. A Opus Dei tem forte presença na USP, em especial na Faculdade de Direito, onde parte do corpo docente é composta por membros e simpatizantes,como o numerário Inácio Poveda e o diretor Eduardo Marchi. Outro expoente da organização na USP é Luiz Eugênio Garcez Leite, professor da Faculdade de Medicina e autor de panfletos contra a educação mista. A Obra atua também na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de Campinas (Unicamp) e Universidade de Brasília (UnB).

Fazendo a América
Mas a Opus Dei é mais que um tema de saúde pública. Ela tem, desde a origem, uma clara dimensão política. Durante a ditadura de Franco, praticamente fundiu-se ao Estado espanhol, ao qual forneceu ministros e dirigentes de empresas e órgãos governamentais. No fim da década de 40, inicia sua expansão rumo à América Latina. Não foi difícil conquistar adeptos entre oligarquias como as da Cidade do México, Buenos Aires e Lima, que sempre buscaram diferenciar-se de seus povos apegando-se a um conceito conservador de pretensa hispanidade. Um dos elementos definidores desse conceito é exatamente o integralismo católico.
Alberto Moncada, outro dissidente, conta em seu livro "La evolución del Opus Dei": "os jesuítas decidiram que seu papel na América Latina não deveria continuar sendo a educação dos filhos da burguesia, e então apareceu para a Opus Dei a ocasião de substituí-los - ocasião que não hesitou em aproveitar".
No Brasil, a organização deitou raízes em São Paulo no começo da década de 50, concentrando sua atuação no meio jurídico. O promotor aposentado e ex-deputado federal Hélio Bicudo conta que por duas vezes juízes tentaram cooptá-lo. Seu expoente de maior destaque foi José Geraldo Rodrigues Alckmin, nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)por Médici em 1972 e tio do atual governador de São Paulo. Acontece que nos anos 70, o poder da Opus Dei era embrionário. Tinha quadros em posições importantes, mas sem atuação coordenada. Além disso, dividia com a Tradição, Família e Propriedade (T.F.P.) as simpatias dos católicos de extrema-direita.
Era natural, da mesma forma, que, alguns quadros dos regimes nascidos dos golpes de Estado de 1966 e 1976, na Argentina, e 1973, no Uruguai, fossem também quadros da Opus Dei. Mas segundo se lê no livro de Emilio J. Corbiere , sua atuação era ainda dispersa, o que não os impediu de controlar a Educação na Argentina durante o período Onganí (1966-70).
Já no Chile, a Opus Dei foi para o pinochetismo o que havia sido para o franquismo na Espanha. O principal ideólogo do regime,Jaime Guzmá, era membro activo da organização, assim como centenas de quadros civis e militares.

No México, a Obra conseguiu fazer Miguel de la Madrid presidente da República em 1982, iniciando a reversão da rígida separação entre Estado e Igreja imposta por Benito Juárez entre 1857 e 1861.

Internacional reacionária
A Opus Dei não criou o reacionarismo católico, antes, teve nele sua base de cultura. Mas sistematizou-o doutrinariamente e organizou politicamente seus adeptos de uma forma quase militar. Hoje, funciona como uma espécie de Internacional reaccionária, congregando, coordenadamente, adeptos em todo o mundo.
Concorrem para isto, nos anos 90, o ápice do poder da Obra no Vaticano e a invasão da América Latina por transnacionais espanholas.
A Argentina entregou suas estatais de telefonia, petróleo, aviação e energia á Telefónica, Repsol, Iberia e Endesa, respectivamente. A Telefónica controla o sector também no Peru e em São Paulo. A Iberia já havia engolido a LAN, do Chile, onde a geração de energia também é controlada pela Endesa. Bancos espanhóis também chegaram ao continente neste processo.
No Brasil, o Santander comprou o Banespa e o Meridional, enquanto que o BBVA recebeu os ativos do Excel através do Proer, no governo de Fernando Henrique Cardoso.
"A Opus Dei tem sido para o modelo neoliberal o que foram os dominicanos e franciscanos para as cruzadas e os jesuítas frente à Reforma de Lutero" compara José Steinsleger, colunista do diário mexicano "La Jornada".
A organização atua também no monopólio da imprensa. Controla o jornal "El Observador", de Montevidéu, e exerce influência sobre órgãos tradicionais da oligarquia como "El Mercurio", no Chile, "La Nación", na Argentina e "O Estado de São Paulo", no Brasil. O elo com a imprensa é o curso de pós-graduação em jornalismo da Universidade de Navarra em São Paulo, coordenado por Carlos Alberto di Franco, numerário e comentarista do "Estadão" e da Rádio Eldorado. O segundo homem da Opus Dei na imprensa brasileira é o também numerário Guilherme Doring Cunha Pereira, herdeiro do principal grupo de comunicação do Paraná ("Gazeta do Povo"). Os jornalistas Alberto Dines e Mário Augusto Jakobskind denunciam que a organização controla também a Sociedade Interamericana de Imprensa - SIP (na sigla em espanhol).
Sedeada na Espanha, a Universidade de Navarra é a jóia da coroa da Opus Dei no negócio do ensino. Sua receita anual é de 240 milhões de euros. Além disso, a Obra controla as universidades Austral (Argentina), Montevideo (Uruguai), de Piura (Peru), de Los Andes (Chile), Pan Americana (México) e Católica André Bello (Venezuela).
Dentro da igreja católica, a Opus Dei emplacou, na última década, vários bispos e Cardeais na América Latina. O mais notável é Juan Luís Cipriani, de Lima, no Peru, amigo íntimo da ditadura de Alberto Fujimori. Em seu estudo "El totalitarismo católico em el Peru", o jornalista Herbert Mujica denuncia que quando o Movimento Revolucionário Tupac Amaru tomou a embaixada do Japão, em 1997, Juan Luís Cipriani, valendo-se da condição de mediador do conflito, instalou equipamentos de escuta que possibilitaram à polícia invadir a casa e matar os ocupantes.
Na Venezuela, a Obra teve papel essencial no fracassado golpe de 2002 contra Hugo Chávez. Um dos articuladores da tentativa foi José Rodríguez Iturbe, nomeado ministro das Relações Exteriores. Também participou da articulação à embaixada da Espanha, governada na época pelo neo-franquista Partido Popular (PP).
Após os reveses na Venezuela, as esperanças da Opus Dei voltaram-se para Joaquím Laví, no Chile, e Geraldo Alckmin, no Brasil, hoje seus quadros políticos de maior destaque. Joaquím Laví foi derrotado nas últimas eleições presidenciais chilenas em Dezembro. Resta o Brasil, onde a Obra tenta fazer de Geraldo Alckmin presidente e formar um eixo geopolítico com os governos Álvaro Uribe (Colombia) e Vicente Fox (México), aos quais está intimamente associada.

Entranhas mafiosas
Além das dimensões religiosa e política, a Opus Dei tem uma terceira face: a de sociedade secreta de cunho mafioso. Em seus estatutos secretos, redigidos em 1950 e publicados em 1986 pelo jornal italiano "L´Expresso", a Obra determina que "os membros numerários e supernumerários saibam que devem observar sempre um prudente silêncio sobre os nomes dos outros associados e que não deverão revelar nunca a ninguém que eles próprios pertencem à Opus Dei."

Inimiga jurada da Maçonaria, ela copia sua estrutura fechada o que frequentemente serve para encobrir atos criminosos.
Entre os católicos, a Opus Dei é conhecida como "Santa Máfia",Emilio J. Corbiere lembra os casos de fraude e remessa ilegal de divisas nas empresas espanholas Matesa e Rumasa, em 1969, onde parte dos activos desviados financiaram a Universidade de Navarra. Bancos espanhóis são suspeitos de lavagem de dinheiro do narcotráfico e da máfia russa. A Opus Dei também esteve envolvida nos episódios de falência fraudulenta dos bancosComercial (Uruguai, pertencente à família Peirano, dona de "El Observador") e de Crédito Provincial (Argentina).
Na Argentina os responsáveis pelas desnacionalizações da petrolífera YPF e das Aerolineas Argentinas, compradas por empresas espanholas, em dois dos maiores escândalos de corrupção da história do país, tiveram sua impunidade assegurada pela Suprema Corte, onde pontificava António Boggiano, membro da Opus Dei.
No Brasil, as pretensões de controlo sobre o Judiciário esbarram no poder dos Maçons.
A Opus Dei controla, porém, o Tribunal de Justiça de São Paulo através da manipulação de promoções. Segundo fontes do meio jurídico paulista, de 25 a 40% dos juízes de primeira instância no estado pertencem à organização - proporção que se repete entre os promotores, no tribunal, a proporção sobe para 50 a 75%.
Recentemente, o tribunal, em julgamento secreto, decidiu pelo arquivamento de denúncia contra Saulo Castro Abreu Filho, braço direito de Geraldo Alckmin, acusado de organizar grupos de extermínio desde a secretaria de Segurança, e contra dois juízes acusados de participação na montagem desses grupos.
A fusão dos tribunais de Justiça e de Alçada, determinada pela Emenda Constitucional n.º 45, foi uma medida da equipe do ministro da Justiça, Mácio Thomaz Bastos, para reduzir o poder da Obra no judiciário paulista, cuja orientação excessivamente conservadora, principalmente em questões criminais e de família, é motivo de alarme entre profissionais da área jurídica.

por Henrique Júdice Magalhães
Blog GeoSapiens leia Como a Obra faz sofrer a família