Translate

quarta-feira, 25 de junho de 2014

A balcanização do Iraque A arte da guerra

 

Obama organise une visite surprise en Irak au milieu d’un regain du carnage
Se fosse verdade o que se está dizendo em Washington, quanto aos Estados Unidos terem sido pegos de surpresa pelo ataque de ofensiva feito pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL),  no Iraque, isso significaria que Obama deveria imediatamente destituir os dirigentes da comunidade de inteligência estadunidense, comunidade essa constituída pela CIA e por inúmeras outras agências federais, que são as responsáveis pela espionagem, assim como para as execuções das operações secretas dos Estados Unidos, feitas em escala mundial.
Sem nenhuma dúvida e isso muito pelo contrário, eles devem ter sido felicitados pelo presidente, atrás de portas fechadas. O EIIL é na verdade um factor instrumental para a estratégia estadunidense de demolição de países através de guerras secretas. Vários dos chefes vindos das formações islâmicas na Líbia, anteriormente classificados como terroristas, foram armados, treinados e financiados pelos serviços secretos estadunidenses para derrubar Kadhafi. Foi o próprio EIIL que confirmou isso de quando comemorando dois de seus comandantes líbios : Abu Abdullah al Libi, que combateu na Líbia antes de ter sido assassinado por um grupo rival, na Síria, em 22 de setembro de 2013; e Abu Dajana que depois de ter combatido, ele também na Líbia, foi assassinado em 8 de fevereiro na Síria, numa confrontação com um grupo da Al Qaida, anteriormente seu aliado. Quando do começo da guerra secreta para derrubar ou abater o presidente Assad, vários militantes foram da Líbia à Síria, unindo-se com outros combatentes, na sua maioria não-sírios, vindos do Afeganistão, Bósnia, Tchetchênia, e outros países. O EIIL construiu uma grande parte da sua força justamente na Síria, onde os “rebeldes”, infiltrados na Turquia e Jordânia, receberam provisões de armas, entre elas então as provenientes da Croácia, através de uma rede organizada pela CIA (a existência dessa rede foi documentada por uma investigação do New York Times, apresentada em 26 de março de 2013.
Seria possível que a CIA e as outras agências estadunidenses – dotadas de uma densa rede de espiões, de eficientes drones, e de satélites militares, pudessem estar ignorantes de que a EIIL estava a preparar uma massiva ofensiva contra Bagdá, ofensiva essa anunciada ela mesma por uma série de atentados? Evidentemente que não. Então, porque seria que Washington não teria dado o alarme, antes da entrada da própria ofensiva? Isso é porque o objetivo estratégico dos Estados Unidos não é a defesa, mas o controle do Iraque.
Depois de ter gasto só na segunda guerra no Iraque mais de 800 bilhões de dólares para as operações militares, que chegam já a 3 trilhões de dólares se todos os custos, inclusive os sanitários forem incluídos, os Estados Unidos agora estão a ver a China cada vez mais marcando presença no Iraque: ela compra cerca da metade da produção petrolífera do Iraque, o que está aumentando de muito, assim também como faz grandes investimentos na indústria de extração do mesmo. Isso entretanto não é tudo. Em fevereiro, durante a visita do ministro dos negócios estrangeiros Wang Yi à Bagdá, os governos do Iraque e da China assinaram acordos tendo em vista fornecimentos de carácter militar para a China. Em maio o primeiro ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, participou em Xangai na Conferência sobre Medidas de Interação e Confiança na Ásia, com Hassan Rouhani, presidente do Irã, país com o qual o governo al-Maliki assinou no último novembro um acordo, desafiando o embargo, desejado por Washington, para a compra de armas iranianas numa quantia de 195 milhões de dólares. É nesse cenário que se passa a ofensiva do EIIL no Iraque, o que põe fogo no país onde se encontra o inflamável proveniente da rivalidade sunita- chiita, rivalidade essa que foi acelerada pela política de al-Maliki. Isso teria permitido aos Estados Unidos o relançamento de sua estratégia de controle do Iraque. Nesse quadro não se deve perder de vista o plano que o atual vice-presidente Joe Biden fez passar no senado em 2007, o qual prevê “a decentralização do Iraque em três regiões semi autônomas: curda, sunita e chiita”, com um “governo central limitado a Bagdá”.
Em outras palavras, o desmembramento do Iraque.
Manlio Dinucci

http://ilmanifesto.info/la-balcanizzazione-delliraq/
Traduzido por Anna Malm,  artigospoliticos.wordpress.com, para Mondialisation.ca

Iraque : Táctica de espera dos EUA ou armadilha para Irã e Síria ?


1. Doutor Harba, o senhor disse que a invasão do Iraque pelos bandos “daechistas”, ou seja dos membros do EIIL, “Estado Islâmico do Iraque e do Levante” seria uma consequência da resistência da Síria durante os últimos três anos e que Daech depois de ter fracassado na Síria, tinha se deslocado ao Iraque. Por sua parte Daech então teria dito claramente que os que eles estavam a ajudar representavam o ponto de partida para uma efetiva construção do “Estado Islâmico do Iraque e do Levante”. Agora, se eles nunca tivessem ido ao Iraque, até quando o Iraque conseguiria evitar a divisão do país e/ou uma guerra confissional? No caso de uma guerra confissional no Iraque, não se poderia recear que isso teria uma repercussão na Síria? Depois, o senhor aceita ou partilha a análise dos que pensam que se trata principalmente de um golpe contra o Irã?       
Os que apoiam o terrorismo na Síria são os mesmos que o apoiam no Iraque e isso eles o fazem utilizando os mesmos meios. Mas antes de responder a sua questão eu gostaria de dizer que nós somos a favor de todos os esforços internacionais para acabar com o terrorismo, não só na Síria e no Iraque mas por todo o mundo.
Tendo isso sido dito, tem-se que já há três anos que o terrorismo, seja qual for o nome que se lhe dê, está matando os sírios. Entretanto, ele não conseguiu realisar os objetivos de tudo o que possa ter sido planejado pelos serviços de inteligência e pelas câmaras operacionais americana-sionistas, ou outras. Foram três anos de resistência a esse terrorismo, mas três dias foram o suficiente para que esse tivesse sucesso no Iraque e eu acho que três horas lhes seriam suficientes para suceder na Jordânia!
Agora, acreditar que essa ofensiva de Daech teria sido feita no Iraque sem que os Estados Unidos o soubesse, de quando as suas redes de espionagem e satélites constantemente tem a mira sobre a nossa região, seria de uma extrema inocência. Ainda mais que esses grupos selvagens tiveram que atravessar regiões do deserto levando com eles suas armas, veículos, e materiais… Por outras fontes eu pude ler hoje que a Embaixada dos Estados Unidos estava informada [1].
Certo depois é que seria mais que provável que os daechistas tivessem se beneficiado de cumplicidades internas [2], a saber, aquela do governador da província de Ninavva, Assir al-Noujaïfï, o qual, e isso é um fato, visitou a administração de Erdogan e se encontrou com o chefe dos serviços secretos turcos, Hakan Fidan, uma semana antes do ataque. Nós sabemos também que os turcos tinham três contingentes a postos, dois contingentes de militares e um da polícia nacional. Em outras palavras, mais do que 30 000 tropas estavam presentes nessa província [3] quando o governador Assir al-Noujaïfï fez seu apelo ao povo iraquiano de não confrontar Daech. Por conseguinte, já havia no Iraque um clima político favorável sendo que Daech então não seria mais do que uma das frentes terroristas a lhe atacar.
2. Clima favorável significa aqui confissionalismo, não é verdade?
Isso de uma maneira geral, porque são os Estados Unidos que dirigem essa agressão, e isso de várias formas e dimensões.
  • A primeira dimensão é de ordem política. Ela mostra, especialmente depois dos resultados das eleições legislativas que confirmaram o bloco do Sr. Al-Maliki, o papél do Iraque na região, e principalmente as suas tomadas de posição em favor da Síria e da Palestina… Os Estados Unidos procuram provar que o Iraque tornou-se “um estado falido”, e que isso os obrigaria a tratar do problema através de intervenção militar direta ou indireta para poder extrair a “Frente de recusa” [Irã-Síria-Líbia] e levar o país ao círculo da Arábia Saudita e dos Países do Golfo.
Nesse caso eu classificaria o plano que está em curso de aplicação como o “Plano Balfour 2 ”, como sendo ainda mais perigoso que o Plano Balfour 1 [4]. Isso porque se o plano 1 [de 1917] foi umas das primeiras etapas da instalação de uma entidade sionista na Palestina, essa aqui seria a primeira etapa para a criação de uma “entidade sionista-wahhabista-takfirista” nessa região, a qual é de uma grande importância geoestratégica.
  • A segunda dimensão é de ordem econômica. Primeiro em questão de recursos petrolíferos e de gás do Iraque, especialmente na região que comprehende Ninawa, de Dyala e de Al-Anbar…O pretendido estado islâmico, o EIIL mencionado acima, deverá assim sua existência a essa imensa riqueza energética e, partimos disso, porque ele não se estenderá até a Jordânia, a Arábia Saudita e mesmo, como eles tem a pretensão, até Al-Raqqa e Deir ez-zor na Síria, depois… na Turquia !?
Isso sem que nos esqueçamos da possibilidade de concretizar o projeto de encaminhamento do gás e do petróleo da Arábia Saudita e do Catar através da Turquia [5], o que é feito para impedir o transporte do gás iraniano através do Mediterrâneo via Iraque e Síria [6]. Num só golpe então isso viria também a ameaçar os gasodutos que transitam pela Ucrânia, em direção a Europa… assunto de alta relevância atualmente [7].
  • A terceira dimensão é de ordem militar. Na realidade nós poderíamos dizer que a administração dos Estados Unidos está muito determinada procurando sempre sua cooperação com o terrorismo internacional, onde quer que seja que ele se apresente, o que explica o que alguns categorizam como um “`attentisme´ dos Estados Unidos” [8] frente a ofensiva de Daech no Iraque. Eles não interveniram “imediatamente” para salvar o governo central iraquiano como anunciaram [9] [10] assim como não o fizeram para salvar o exército que eles mesmos criaram, da mesma maneira como também não terão nenhuma pressa para intervenir agora.
Disso vem então o perigo, no senso de poderá se tratar de uma armadilha contra o Irã, porque se esse intervir no Iraque, isso poderá servir de pretexto para os Estados Unidos, e seus aliados, pretendendo que o Irã estaria intervindo para proteger os chiitas do Iraque, o que reforçaria a idéia de uma “guerra sunita-chiita” a qual querem que explique em princípio todos os males da região.
De quando as zonas de combate se deslocassem para as fronteiras iranianas, o país estaria como entre os dois lados de um alicate. De um lado, ao leste, estariam os Talibãs, do outro lado, ao oeste, os daechistas.
Como em outras ocasiões não deveremos ficar surpresos se dentro em pouco tempo eles começarem a nos explicar que uma fracção desses terroristas não são afiliados a Daech,  de outro modo conhecido como al-Qaïda, mas que fazem parte de uma “oposição armada moderada”, exatamente como eles não param de o fazer quanto a Síria.
Para ser conciso, eu acho que os Estados Unidos estão a caminho de perseguir vários objetivos de uma só vez. Eles pensam arrumar uma armadilha para o Irã de uma maneira ou de outra, abandonando o terreno sírio aos que eles fazem passar por “oposição moderada”, esses então em realidade não sendo mais que um outro sortimento da Al-Qaïda.
Depois tem-se que os Estados Unidos estão limpando o terreno para os interesses de Daech, e para si mesmos. Vou tentar explicar em lembrando um fato marcante que surgiu logo que Al-Zawari [sucessor de Bin Laden e chefe da Al-Qaïda] despachou seis de seus delegados para fazer com que Abou Bakr Al-Baghdadi [comandante de Daech] e Abou Mohammad Al-Joulani [comandante de Jabhat al-Nosra] saíssem da Síria para se ocupar dos desgostosos irmão iraquianos [11]. Nós todos sabemos que Al-Baghdadi se encantou com a idéia e respondeu ao apelo de Al-Zawari saindo da Síria para se retirar ao Iraque, mas não antes de garantir o transporte de armas e combatentes para a Síria, até o preciso momento em que os veículos blindados dos Estados Unidos, vindo do Iraque, já estivessem perfeitamente visíveis ao redor de Hassaka, de Deir ez-Zor, e de Al-Qamichli, enquanto al-Joulani se refusou a atender o pedido.
Nós podemos deduzir que teremos que esperar alguns dias para poder começar a falar de divisão na Al-Nosra, onde uma parte aceitou o ir juntar-se a Daech, e portanto a Al-Qaïda, enquanto uma outra parte se recusou para poder continuar ao lado de Al-Joulani que se aliou com a “Frente Islamista” [último nascimento de grupos terroristas a serem usados exclusivamente na Síria] [12]. Essa será então a ocasião para os Estados Unidos de nos apresentar Al-Joulani e Companhia, como a “nova oposição moderada da Síria”, pois poderão dizer que essa se compõe de elementos que se refusaram a prestar loialidade a Al-Qaïda !
Tem-se ainda que os daechistas já são os “maus”, porque eles muito depressa gritaram que eles tinham a intenção de destruir locais sagrados, quer esses fossem em Samarra, Najaf, ou Karbala…
No final das contas é sempre a administração americana que tem o controle e a responsabilidade final dessas organizações terroristas-takfiristas-wahabistas, e não se deve nunca ser esquecido que foi o próprio Estados Unidos que criou a Al-Qaïda para as necessidades de suas próprias “causas” no Afeganistão [13]. Eles retornam a ela persistentemente, apesar de que seu próprio povo ainda sofra da amargura de 11 de setembro de 2001. Mas tais são os costumes desses dirigentes, sempre prontos a se aliar com o próprio diabo desde que possam realizar seus próprios interesses.
Apesar disso temos que distinguir entre o sonho e a realidade. Eles não poderão realizar seus objetivos, nem na Síria, nem no Iraque, nem na região…
3. Mas como fazer para que isso termine ?
Não será os Estados Unidos que irá parar de fazer o que faz. A comunidade internacional tem que assumir sua responsabilidade e fazer com que esse apoio ao terrorismo, que mata na Síria e no Iraque, chegue a um fim. Quanto a nós, iremos lutar até que ele desapareça, e ele vai desaparecer porque tem que desaparecer!
4. O senhor fala de uma resolução internacional de luta contra o terrorismo?
Eu digo que o terrorismo tem que ser erradicado porque ele ameaça toda a humanidade ! Senão, e particularmente se os Estados Unidos continuar a sustentá-lo, não só mais sírios e iraquianos irão morrer, mas também mais europeus e americanos perderão suas vidas. Eu creio que a última palavra volta sempre aos Estados Unidos. Um chefe de Daech com o nome de Mazen Abou Mohammad foi hospitalizado num hospital público turco, e um jornal austríaco publicou, muito recentemente, um artigo detalhando as implicações da Arábia Saudita dando apoio a Daech no Iraque, etc. etc… Entretanto, sim, eu acredito que a palavra de ordem para parar o terrorismo, destruidor e sanguinário, teria que vir dos Estados Unidos.
Dr Salim Harba

Source : TV syrienne / Al-Ikhbariya [dernier quart d’heure d’une émission consacrée à la libération de Kassab et de ses environs], le Dr Harba est interrogé par Mme Alissar Moala
http://www.youtube.com/watch?v=YqYUuLACLXI
Traduzido do arabe por Mouna Alno-Nakhal para Mondialisation.ca
Syrie-Irak terrorismeIrak : Attentisme US ou piège tendu à l’Iran et à la Syrie ?
Traduzido do francês por Anna Malm, artigospoliticos.wordpress.com, para Mondialisation.ca 
 Notes :
[1] L’ambassadeur américain était au courant de l’avancée de Daech
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=FrsVadeLlI4
[2] Les daéchites à Mossoul / Vidéo Irak 10/06/3014
http://www.youtube.com/watch?v=3dx5u90vC9k
[3] The Engineered Destruction and Political Fragmentation of Iraq. Towards the Creation of a US Sponsored Islamist Caliphate
http://www.globalresearch.ca/the-destruction-and-political-fragmentation-of-iraq-towards-the-creation-of-a-us-sponsored-islamist-caliphate/5386998
[4] Déclaration Balfour de 1917
http://fr.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9claration_Balfour_de_1917
[5] Syrie : Le trajet des gazoducs qataris décide des zones de combat !
http://www.mondialisation.ca/syrie-le-trajet-des-gazoducs-qataris-decident-des-zones-de-combat/5311934
[6] Syrie/Irak/Iran : un gazoduc très politique
http://www.infosyrie.fr/focus/syrieirakiran-un-gazoduc-tres-politique/
[7] Le gaz russe a bien été coupé aux ukrainiens
http://terredebrut.over-blog.org/article-1504530.html
[8] Alain Chouet : “En Irak, l’Iran a tout intérêt à laisser les Occidentaux s’enferrer !”
http://www.lepoint.fr/editos-du-point/jean-guisnel/alain-chouet-en-irak-l-iran-a-tout-interet-a-laisser-les-occidentaux-s-enferrer-14-06-2014-1836125_53.php#xtor=EPR-34
[9] Obama n’exclut rien… [12 Juin 2014]
https://fr.news.yahoo.com/video/irak-obama-affirme-%C3%A9tudier-toutes-201444710.html
[10] Irak : Obama n’enverra pas de GIs contre les islamistes [13 Juin 2014]
http://www.dailymotion.com/video/x1zd1oo_irak-obama-n-enverra-pas-de-gis-contre-les-islamistes_news
[11]Syrie : Zawahiri somme Al-Nosra de cesser de combattre les autres djihadistes
http://www.france24.com/fr/20140502-zawahiri-enregistrement-al-nosra-syrie-combat-eiil-djihadistes-al-qaida/
[11] Syrie : Lexique de la terreur en prévision de Genève II !
http://www.mondialisation.ca/syrie-lexique-de-la-terreur-en-prevision-de-geneve-ii/5364080
[12] Hillary Clinton : Nous avons crée Al-Qaïda, Nous avons financé les Moudjahidin
http://www.dailymotion.com/video/xsgyjs_hillary-clinton-nous-avons-cree-al-qaida-nous-avons-finance-les-moudjahidin_news

sexta-feira, 20 de junho de 2014

A disputa pela versão oficial sobre a carreira de Barbosa no STF


O protagonista, com o apoio da imprensa monopolista, tenta vender a imagem do homem destemido que enfrentou forças poderosas e hoje é perseguido por isso.


Najla Passos


A versão oficial sobre os 11 anos de carreira de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal (STF) está em disputa. De um lado, o protagonista, com o apoio da imprensa monopolista, tenta vender a imagem do homem destemido que enfrentou forças poderosas e hoje é perseguido por isso.

Do outro, juristas, intelectuais, acadêmicos, políticos e representantes dos movimentos sociais escancaram com cada vez mais intensidade que os arbítrios cometidos pelo presidente da mais alta corte de justiça do país podem ter efeitos devastadores para a democracia brasileira.

Na terça (17), quando o país se preparava para torcer pela seleção brasileira, Barbosa renunciou à relatoria da ação penal 470, o chamado “mensalão”. A alegação foi a de que estaria sofrendo ameaça por parte dos advogados dos condenados que, segundo ele, “passaram a atuar politicamente no caso”.


A afirmação foi uma alusão direta ao caso do advogado Luiz Pacheco que, no legítimo exercício da sua função, foi expulso do plenário da corte por Barbosa, e afirmou que ainda pegaria o magistrado “por abuso de autoridade”. O vídeo é absolutamente claro quanto a isso. Mas Barbosa preferiu traduzir o desabafo como uma ameaça à sua vida.

Ele, inclusive, já havia recorrido à tática da vitimização dias antes, quando anunciou que iria se aposentar precocemente. Na coletiva oficial à imprensa, não quis revelar os motivos que o levaram a decidir sair antes mesmo de encerrar seu mandato à frente da presidência, o que ocorrerá somente em novembro, e 11 anos antes de completar os 70 anos necessários à aposentadoria compulsória.

Mas teve o cuidado de deixar vazar para os jornalistas amigos que estaria sendo ameaçado de morte. O assunto conquistou amplo destaque, mas, de concreto, o melhor que a imprensa conseguiu encontrar para comprovar a tese foi o caso do petista Sérvolo de Oliveira, de Natal, que publicou um comentário raivoso no Facebook dizendo que Barbosa merecia “morrer de câncer ou de um tiro na cabeça”.

Um único homem, com nome, CPF e endereços conhecidos pela Polícia Federal. Procurado pela reportagem de Veja, se desculpou pelos excessos cometidos na rede social: “Quando eu vi como trataram o julgamento do caso no STF, realmente me irritei. Quando falei do tiro na cabeça, eu estava lembrando do PC Farias. A burguesia brasileira age assim. Mas eu sou do candomblé, não tenho coragem de matar ninguém”.

O problema é que, para a imprensa que tentou transformar Barbosa em herói para legitimar a sucessão de arbítrio que foi o julgamento do “mensalão”, a versão do justiceiro injustiçado é muito mais tentadora do que a do homem autoritário que vêm recebendo o repúdio da comunidade jurídica.

E, mesmo que ele tenha desistido de concorrer a um cargo nas eleições de outubro, as pesquisas apontam que ele é o segundo melhor cabo eleitoral do país, perdendo apenas para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas muitos pontos à frente da pré-candidata à vice-presidência pelo PSB, Marina Silva, e mais ainda do lanterninha da disputa, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB.

Tanto Eduardo Campos, do PSB, quanto Aécio Neves, do PSDB, já confirmaram que estão de olho no seu apoio. Manter a admiração que ele ainda angaria dentre os mais desavisados e reverter a má fama entre os que o acompanham mais de perto é, portanto, uma obsessão das forças políticas conservadoras.


O outro lado, entretanto, não comprou a versão do herói em apuros e nem se calou frente a ela. Na quarta (18), juristas, intelectuais, acadêmicos e representantes dos movimentos sociais protocolaram nos gabinetes dos outros dez ministros do STF um abaixo-assinado em que pedem reação às arbitrariedades de Barbosa.

No documento, os signatários alegam que já não se trata de contestar o resultado do polêmico julgamento da ação penal 470, embora os juristas ainda discutam as inovações do processo, como a adoção da Teoria do Domínio do Fato que, segundo os eles, substituiu a presunção de inocência pela de culpabilidade.

A questão, agora, segundo o documento, é evitar o caos no já deficiente sistema prisional brasileiro e restaurar o estado democrático de direito. “O desrespeito ao direito de um único cidadão coloca em risco o direito de todos, e o Brasil já sofreu demais nas mãos de quem ditava leis e atos institucionais, atacando os mais elementares direitos democráticos”, diz o texto.

Os signatários lembram que a exigência imposta por Barbosa de que os réus do regime semiaberto tenham que cumprir um sexto da pena antes de serem autorizados ao trabalho externo, à revelia da jurisprudência praticada há mais de uma década no país, causa sofrimento e incerteza não só a José Dirceu, Delubio Soares, José Genoino e seus familiares, mas também às dezenas de milhares de famílias de réus que cumprem o regime semiaberto.

O novo relator da ação penal 470, ministro Luís Roberto Barroso, parece sensível a voz do bom senso e ao apelo das garantias constitucionais. Na mesma quarta, declarou que submeterá os recursos dos réus ao plenário já na próxima semana, antes do início do recesso judiciário e antes da aposentadoria definitiva de Barbosa. “Quem está preso tem pressa”, justificou.


Imediatamente após a declaração, se transformou em alvo da TV Globo. Hoje, é atacado pelo jornal O Globo. Provavelmente, também o será no final de semana, pela revista Veja. Nos próximos dias, as forças conservadoras tudo farão para acuar os ministros que querem atender ao apelo da sociedade organizada e restaurar o estado democrático de direito. É preciso, portanto, reforçar o coro dos que lutam pela democracia!

Fonte: Carta Maior

Chomsky, Galeano e Zizek associam-se ao manifesto de apoio ao Podemos


Documento diz que ante a paisagem desoladora que as políticas de austeridade desenharam para o sul da Europa, é acalentador que surjam novas alternativas.


Esquerda.Net
Esquerda.Net

Noam Chomsky, Eduardo Galeano, Naomi Klein, Antonio Negri e Slavoj Zizek figuram entre os 36 intelectuais que subscrevem o manifesto “Apoio Internacional ao Podemos”. Os subscritores do documento frisam que “ante a paisagem desoladora que as políticas de austeridade desenharam para o sul da Europa, é acalentador que surjam novas alternativas dispostas a batalhar pela democracia, direitos sociais e soberania popular”.

No manifesto “Apoio Internacional ao Podemos”, datado de 12 de junho, os 36 intelectuais celebram “a irrupção em Espanha da iniciativa política 'Podemos', que obteve em escassos meses de existência um impressionante apoio popular ao conseguir 8% dos votos, convertendo-se na terceira força política em 23 das 40 cidades principais do país”.

“Ante a paisagem desoladora que as políticas de austeridade desenharam para o sul da Europa, é acalentador que surjam novas alternativas dispostas a batalhar pela democracia, direitos sociais e soberania popular”, avançam, sublinhando que “estas alternativas tentam, ao mesmo tempo, fazer política de uma forma nova, para além da chantagem que condena estes países a dependerem das políticas ditadas pelas elites políticas e financeiras da União Europeia”.

O Podemos “soube recolher a herança do ciclo de mobilizações populares” que, desde 2011, surgiu para “reivindicar uma democracia realmente digna desse nome”.

Segundo os subscritores do documento, o Podemos “soube recolher a herança do ciclo de mobilizações populares” que, desde 2011, surgiu para “reivindicar uma democracia realmente digna desse nome”. “Fê-lo ao fomentar a participação política da cidadania através de umas eleições primárias abertas e a redação de um programa colaborativo, graças à constituição de círculos de apoio e assembleias populares e, por outro lado, fá-lo renunciando financiar-se mediante empréstimos bancários, publicando no site (podemos.info) a sua contabilidade completa, e adotando um compromisso firme com a revogabilidade dos cargos e a limitação de mandatos, privilégios e salários”, referem.

No manifesto é também enfatizado que “o programa político de Podemos, elaborado de maneira participativa por milhares de cidadãos, foi capaz de materializar o anseio compartilhado por milhões de pessoas de todo mundo num projeto político concreto: uma rutura com a lógica neoliberal do austericídio e a ditadura da dívida; uma partilha equitativa do trabalho e da riqueza; uma democratização de todas as instâncias da vida pública; a defesa dos direitos sociais e os serviços públicos, e o fim da corrupção e da impunidade com as quais o sonho europeu de igualdade, liberdade e fraternidade degenerou no pesadelo de uma sociedade injusta, desigual, oligárquica e cínica”.

Perante o avanço da xenofobia e do fascismo, os intelectuais esperam que “a esperança que germinou com o Podemos se estenda a todos os países.

Perante o avanço da xenofobia e do fascismo, os intelectuais esperam que “a esperança que germinou com o Podemos se estenda a todos os países: a resistência de um povo que se nega a aceitar a sua submissão passiva e reclama para si esse poder que, em essência, é somente seu: a democracia, a capacidade de decidir tudo sobre o que é de todos”.

O documento é subscrito por Gilbert Achcar; Jorge Alemán; Cinzia Arruzza; Étienne Balibar; Brenna Bhandar; Paula Biglieri; Bruno Bosteels; Wendy Brown; Hisham Bustani; Judith Butler; Fathi Chamkhi; Noam Chomsky; Giuseppe Cocco; Mike Davis; Erri De Luca; Pierre Dardot; Costas Douzinas; Eduardo Galeano; Michael Hardt; Sreko Horvat; Robert Hullot-Kentor; Sadri Khiari; Naomi Klein; Christian Laval; Chantal Mouffe; Aristeidis Mpaltas; Yasser Munif; Antonio Negri; Simon Pinet; Jacques Rancière; Leticia Sabsay; Mixalis Spourdalakis; Nicos Theotocas; Alberto Toscano; Raul Zelik; Slavoj Zizek.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Ventos da Guerra Fria ocidental aquecem arsenais russos


Moscou (Prensa Latina) O presidente Vladimir Putin reiterou que a Rússia fortificará suas Tropas de Foguetes Estratégicos (TCE) em 2014 com 22 mísseis balísticos intercontinentais (MBI) de localização terrestre.
Durante uma reunião dedicada ao desenvolvimento destas forças, o mandatário ratificou que o principal componente dos efetivos estratégicos nucleares seguirá tendo respaldo prioritário no futuro.

Putin advertiu que as TCE devem ser capazes de superar qualquer sistema de defesa antimísseis, tanto atual como perspectivo.

De acordo com esta indicação, o ministro das Finanças da Rússia, Antón Siluanov, apresentou no Senado um anteprojeto de orçamentos que para 2014 e para o biênio 2015-2016 prevê aumentar as despesas de defesa em mais de 18 por cento.

Para 2014, o parágrafo defensivo compreende uma despesa em rublos equivalente a 40 bilhões de dólares, 18,4 pontos percentuais mais que em 2013, confirma um relatório do Comitê de Defesa da Duma estatal (câmara baixa parlamentar).

A proposta para 2014 em matéria de despesas de defesa representa 17,8 por cento em relação a todo o orçamento, deve crescer a 19,7 pontos percentuais em 2015 e chegar até 20,6 pontos percentuais em 2016, foi reportado.

Para preservar a paridade dissuasória nuclear com os Estados Unidos e seus aliados da OTAN, Moscou operará um aumento de 58 por cento no triênio, e de 29,3 bilhões de rublos dedicado a esta esfera em 2013, passará a mais de 1.500 em 2016.

Esta escalada corresponde com o programa esboçado pelo presidente Putin na Reunião Internacional de Segurança de Munich, em 2007, onde advertiu que a Rússia iniciaria um rearmamento ante a expansão da OTAN para as proximidades de suas fronteiras.

Alertou então o mandatário contra o perigo que a Rússia via no sistema de defesa antimísseis dos Estados Unidos na Europa, e advertiu que se não recebesse garantias jurídicas de cumprimento obrigatório de que não se dirigia contra Moscou, daria uma resposta adequada.

A ausência dessa resposta e a continuidade da expansão das forças da OTAN para o leste europeu estimularam o desenho de um plano de modernização das Forças Armadas até 2020.

Como parte desse programa, a Rússia já igualou aos Estados Unidos na criação de armamento hipersônico, segundo assegurou em entrevista televisionada o vice-primeiro- ministro Dmitri Rogozin, supervisor governamental da indústria nacional de defesa.

O incremento das ameaças norte-atlânticas no Mar Negro e do Báltico, e a presidência na Ucrânia do oligarca Pioter Poroshenko, que faz questão de estabelecer uma nova aliança castrense com os Estados Unidos e a OTAN, evidenciam o caminho que se impõe ao Kremlin.

Putin reafirmou que as TCE continuarão recebendo sistemas de localização inovadores em silos e em plataformas móveis.

EXERCÍCIOS EM 2014

No meio das ameaças que a Rússia percebe da contraparte ocidental, a 1 de junho do ano em curso as Forças de Defesa Aeroespacial começaram os treinamentos estivais que concluirão no final do outono, segundo o coronel Alexei Zolotujin, porta-voz da pasta da Defesa.

Durante o semestre, os efetivos deste corpo armado deverão realizar 15 exercícios que o oficial qualificou de importantes em declarações à agência de notícias Novosti.

Prevê-se realizarem mais de 10 manobras e treinamentos de comando e controle, bem como exercícios práticos com tiro real no polígono Ashuluk (província de Astracán) com a participação de sistemas antimísseis S-400 Triunf e complexos antiaéreos de canhão-míssil Panrsir-S.

Zolotujin enfatizou em que uma prioridade incondicional é a realização do calendário de lançamentos de vetores espaciais militares e de uso duplo, da mesma forma que de foguetes balísticos intercontinentais.

O general Víctor Yesin, ex-chefe do Estado Maior das Tropas de Mísseis Estratégicos de Rússia (TME), por sua vez, descartou que um míssil modernizado como o denominado RS-26 viole o tratado russo-norte-americano para a eliminação de projéteis de médio e curto alcance.

Moscou notificou por sua vez à contraparte estadunidense comprometida no Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START-3, em inglês) sobre os trabalhos de modernização do foguete intercontinental RS-24, assegurou o especialista.

Em declarações a meios de imprensa russos, o coronel geral (retirado) explicou que em sua nova versão o projétil recebe a denominação de RS-26.

Fez-se uma demonstração à contraparte norte-americana com 6.300 quilômetros no polígono de Kura, em Kamchatka, sustentou.

Participante na redação do START-3, Yesin explicou que os Estados Unidos investe grandes recursos na criação de armamentos hipersônicos (de velocidade cinco vezes superior à do som), mas indicou que a Rússia não está desatualizada a este respeito.

*Corresponsável da Prensa Latina na Rússia.

terça-feira, 10 de junho de 2014

O regime de Kiev não é “oficialmente” um governo neo-nazi


ucr_neonazi
Há “ultra-conservadores” no governo de Kiev mas “eles não são neo-nazis”. Segundo a mídia do ocidente, é tudo parte de “uma implacável ofensiva de propaganda do Kremlin que utiliza expressões e imagens da II Guerra Mundial”.
As mídias alternativas, contudo, têm reconhecido que o regime de Kiev é “uma coligação frouxa de centro-direita” integrada por dois partidos neo-nazis (Svoboda e Right Sector) “mas não é um governo neo-nazi”. Tanto o Svoboda como o Right Sector exibem emblemas nazis.
Será ela uma coligação frouxa? Se um governo exibe oficialmente emblemas nazis será que isso não sugere que o governo está comprometido com a ideologia nazi?
Quando o regime de Kiev exibe “oficialmente” emblemas nazis para identificar entidades do seu aparelho de segurança nacional e militar qualquer um normalmente supõe que seja de um governo neo-nazi. 
Abaixo está o emblema nazi da Guarda Nacional, a qual é definida como Reservas das Forças Armadas Ucranianas. Elas operam sob a jurisdição do Ministério da Administração Interna. A Guarda Nacional faz parte das chamadas “Tropas internas da Ucrânia”. O emblema é uma suástica estilizada (ver abaixo).


Imagine o que aconteceria se a National Guard dos EUA exibisse símbolos como a suástica.
É significativo que a Guarda Nacional da Ucrânia seja financiada directamente pela administração Obama, tendo em vista proteger o estilo de democracia americana na Ucrânia.
O público americano desconhece que o governo dos EUA está a canalizar apoio financeiro, armas e treino a uma entidade neo-nazi.
Ninguém na América sabe acerca disto porque as palavras neo-nazi e fascista são um tabu em relação à Ucrânia. Eles excluíram-nas do léxico da reportagem de investigação.
Outra entidade – que faz parte da Guarda Nacional da Ucrânia – é o Batalhão Azov . O Batalhão Azov – que ostenta o emblema nazi da SS (ver imagem) – é descrito pelo regime de Kiev como “um batalhão voluntário de defesa territorial”. É um batalhão da Guarda Nacional sob a jurisdição do Ministério da Administração Interna. Baseado oficialmente em Berdyank, no Mar de Azov, foi formado pelo regime para combater a oposição insurgente na Ucrânia do Leste e do Sul. É também financiado pela administração dos EUA.


Esta milícia que porta o emblema SS nazi é patrocinada pelo Ministério da Administração Interna da Ucrânia, o equivalente ao Department of Homeland Security dos EUA.
É tudo para uma boa causa. A democracia está no fim do jogo.
Segundo o New York Times, “Os Estados Unidos e a União Europeia abraçaram a revolução aqui como outra “florescência de democracia, um golpe no autoritarismo e na cleptocracia no interior do antigo espaço soviético”. (NYTimes.com , March 1, 2014).
Não é preciso dizer que o “apoio” à formação de uma governo na Ucrânia com “tendências neo-nazis” de modo algum implica o desenvolvimento de “tendências fascistas” dentro da Casa Branca, do Departamento de Estado e do Congresso dos EUA.

Imagens seleccionadas de “combatentes da liberdade” do Batalhão Azov:


     
     
     
     
     
Fonte das imagens: news.pn/en/public/104475
O original encontra-se em www.globalresearch.ca/…
Este artigo foi traduzido em português por http://resistir.info/ 

Você está preparado para a guerra nuclear?




bombe nucléaire
Preste bem atenção à coluna de convidados de Steven Starr “A letalidade das armas nucleares”:
http://www.paulcraigroberts.org/2014/05/30/lethality-nuclear-weapons/ Washington pensa que a guerra nuclear pode ser ganha e planeja um primeiro ataque nuclear contra a Rússia, e talvez contra a China como forma de prevenção a qualquer desafio a sua dominância mundial.
Esse plano já está num estado bem avançado enquanto a implementação do mesmo também já está em curso. Como eu relatei anteriormente a doutrina estratégica americana foi modificada, e o papél dos mísseis nucleares foi elevado de um papél de retaliação a um papél ofensivo de primeiro ataque.  Bases de mísseis antibalísticos (MAB) foram estabelecidas na Polônia nas fronteiras com a Rússia, enquanto outras bases foram sendo projetadas. Quando tudo  estiver completo, a Rússia estará completamente cercada por bases militares americanas de mísseis antibalísticos, MAB.
Os mísseis antibalísticos, conhecidos também como a “guerra das estrelas”, são armas feitas para interceptar e destruir os mísses balísticos inter-continentais, ou seja os mísseis de longa distância, (ICBM na sigla inglêsa). Na doutrina de guerra de Washington, os Estados Unidos atacariam a Rússia com um primeiro ataque, e qualquer que fosse a força retaliatória ainda disponível da Rússia, essas seriam impedidas de alcançar os Estados Unidos pela proteção dos mísseis antibalísticos, MAB.
A razão dada por Washington para mudar a sua doutrina de guerra foi a possibilidade de que terroristas pudessem vir a obter armas nucleares com as quais pudessem vir a destruir uma cidade norteamericana. Uma tal explicação não faz nenhum sentido. Quanto a terroristas trata-se de indivíduos, ou um grupo de indivíduos,  não de um país com um poder militar ameaçador. Usar armas nucleares contra terroristas iria destruir muito mais que os próprios terroristas, e seria inútil na medida em que um ataque por mísseis convencionais, carregados por um drone, seria o suficiente.
A razão dada por Washington para as bases dos mísseis antibalísticos, MAB, na Polônia seria a proteção da Europa contra MBIC, mísseis balísticos inter-continentais, do Irã. Washington e os governos europeus sabem muito bem que Irã não tem nenhum MBIC, e que esse país nunca apresentou a mínima intenção de atacar a Europa.
Nenhum governo acredita nas razões invocadas por Washington. Cada um deles compreende que as razões de Washington não são mais que pequenas tentativas de disfarçar o fato de que eles estão a caminho de criar uma capacidade, de fato consumado,  que os permita ganhar uma guerra nuclear.
O governo russo compreende que a mudança da doutrina de guerra americana, e a construção de bases de mísseis antibalísticos nas suas fronteiras, são dirigidas mesmo é contra a Rússia, e que essa seria uma clara indicação de que Washington estaria planejando um ataque ofensivo contra a Rússia, e isso com armas nucleares.
A China também já compreendeu que as intenções de Washington contra ela são as mesmas. Como eu relatei a vários mêses atrás, em resposta as ameaças de Washington a China então tinha chamado a atenção do mundo quanto a sua capacidade de destruir os Estados Unidos, no caso de Washington iniciar um tal conflito.
De qualquer modo, Washington acredita que ele poderá ganhar uma guerra nuclear, com pouco ou nenhum dano, para os Estados Unidos. Essa crença faz com que uma guerra nuclear apresente-se como provável.
Como Steven Starr deixou bem claro, essa crença baseia-se na ignorância. Uma guerra nuclear não dá a vitória a ninguém. Mesmo se as cidades americanas pudessem ser salvas de um ataque retaliatório da Rússia ou da China pelos mísseis antibalísticos, os efeitos da radiação e do inverno nuclear que viria depois de uma tal colisão com a Rússia ou China iria destruir os Estados Unidos também.
A mídia, que foi convenientemente concentrada em poucas mãos durante o corrúpto governo de Clinton, é cúmplice por ignorar a questão. Os governos dos países subjugados por  Washington, tanto na Europa ocidental como na Europa do Leste, assim como os do Canadá, da Austrália e do Japão também são cúmplices, porque aceitam os planos de Washington e fornecem as suas bases militares para a realização desses planos. O governo da Polônia, do qual já não há duvidas quanto a insanidade mental, já terá provavelmente assinado a autorização de morte da humanidade, por procuração. O congresso dos Estados Unidos também é cúmplice, porque nenhuma investigação está sendo feita a respeito dos planos do poder executivo de iniciar uma guerra nuclear.
Washinton criou uma situação muito perigosa. A Rússia e a China estando claramente ameaçadas por um ataque nuclear poderiam muito bem atacar primeiro. Porque deveriam sentar e esperar passivamente o inevitável enquanto seus adversários constroem uma capacidade de proteger a si mesmos através dos mísseis antibalísticos? Uma vez que esse sistema esteja concluído, a Rússia e a China podem estar certas de que serão atacadas, ao menos que se entreguem incondicionalmente de antemão.
Essa reportagem de 10 minutos aqui abaixo vem da Russia Today, RT. Ela esclarece que o plano secreto de Washington para um primeiro ataque ofensivo contra a Rússia não é na realidade uma coisa secreta. Essa reportagem também esclarece que Washington está se preparando para poder eliminar qualquer líder político europeu que não se alinhe com Washington .http://rt.com/shows/the-truthseeker/162864-us-plans-strike-russia/  A transcrição foi encaminhada pela  Global Research :http://www.globalresearch.ca/us-plans-first-strike-attack-on-russia-or-china/5384799
Os leitores poderiam me perguntar. “Mas o que poderemos fazer?” Aqui está o que poderia ser feito. Você poderia por um fim ao ministério da propaganda não assistindo  Fox News, CNN, BBC, ABC, NBC e CBS. Você poderia se recusr a ler o New York Times, o Washington Post e LA Times. Deixe simplesmente de lado toda a mídia oficial. Não acredite numa palavra dita pelo governo. Não vote.
Compreenda que o problema, o mal, está concentrado em Washington. Nesse século XXI (treze anos e meio), Washington já destruiu em parte, ou completamente, 7 países. Milhões de pessoas foram assassinadas, aleijadas e deslocadas. Washington não mostrou até agora absolutamente nenhum remorso que fosse quanto a isso, e tampouco o fizeram as igrejas “cristãs”. A devastação inflingida por Washington é apresentada como um grande sucesso.
Washington prevaleceu até aqui e está determinado a se manter em dominância enquanto a perversidade, a desgraça, e o mau absoluto que Washington representa dirige o mundo à destruição.
Paul Craig Roberts
Artigo original : Are You Ready for Nuclear War ? – de 3 junho de 2014
Traduzido por Anna Malm, artigospoliticos.wordpress.com, para Mondialisation.ca