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sexta-feira, 15 de agosto de 2014

TÉCNICAS DE PUNIÇÃO DOLOROSA



Nikolay Starikov p/Vzgiad, via The Saker*
Tradução (para o inglês): equipe russa do SakerTradução (para o português):
mberublue


O ocidente está tão acostumado ao seu joguinho de um lado só que ficou realmente surpreso com a resposta russa às sanções que o ocidente impôs contra o país.
Tudo bem. Deixe lá que se acostumem. Seja quem for que contra nós venha com a espada, pela espada perecerá. Serve só quando se fala de batalha na qual se usem espadas, “guerra quente”. No entanto, se essa é guerra de sanções e proibições, o agressor, é claro, levará mais do que pediu.
Apoio em gênero, número e grau a introdução de sanções retaliatórias contra os países que, antes, impuseram sanções contra a Rússia. Por muitas razões:
– é bom para nossa economia e nossos produtores;– é importante para a autoestima de nosso povo, que nunca deixou de punir o infrator que tenha perdido o senso de realidade;– é necessário para que todos respeitem a Rússia, não apenas no interior do país mas também além de suas fronteiras.
A Rússia é uma superpotência. Recuperamos o status depois da reunificação da Criméia. Portanto, é futilidade tentar tratar a Rússia como se fosse criança birrenta que deve ser punida e ‘aprender uma lição’.
Pois a partir de agora, qualquer agressor saiba que pagará caro pela agressividade. A retribuição acontecerá na mesma medida e grau da agressão.
Se a agressão for econômica, o agressor pagará caro em sua própria economia e renda. Pagará igualmente caro em vidas de seus soldados e com a perda de liberdade de manobra na esfera internacional, por qualquer agressão militar.
Como já aconteceu várias vezes no decorrer da história, nós não começamos a confrontação. A Rússia está sendo ‘punida’ porque... há uma guerra em curso nos arredores das fronteiras da Rússia, depois de o ocidente ter dado apoio explícito e ostensivo ao golpe de estado na Ucrânia. Ocorre que a OTAN ameaça expandir sua infraestrutura nas proximidades de nossas fronteiras. O nosso território está sendo bombardeado pela zona de conflito.
O ocidente, em si mesmo, não está em perigo. A Rússia jamais tomou qualquer atitude agressiva contra o ocidente, a partir de suas fronteiras. No entanto, estamos sendo punidos. Muito bem. Também podemos puni-los.
Vocês precisam de nós muito mais do que precisamos de vocês.
A partir de agora, nenhum canhão tem permissão de disparar perto de nossas fronteiras sem nossa explícita permissão. Além de entender, o mundo deve recordar: sempre foi assim, desde os tempos da Imperatriz Elizabeth Petrovna até os tempos de Leonid Brezhnev.


Ninguém tem o direito de disparar perto de nossas fronteiras nem, e especialmente, através delas. É bom que nossos gentis “parceiros” acostumem-se com o fato de que toda a parte eurasiana da Europa é território de nossos interesses vitais. Sempre foi assim e assim deve continuar agora.
Entretanto, nesse meio tempo, armas não só militares, mas também econômicas estão disparando não sem nossa permissão, mas contra nós. A seu tempo, os atiradores devem ser e serão punidos. Severamente punidos. Chega!
O ocidente equivocadamente interpreta como fraqueza, a nossa bondade. Está na hora de responder todas as agressões contra a Rússia com técnicas de punição dolorosa.
Há apenas uma semana, no artigo “Técnicas para infligir a dor para proteger a Rússia”, escrevi o seguinte:


“Já está na hora de a Rússia mudar para uma política de técnicas de fazer sentir dor. Ademais, a continuação de nossa política de tentar promover a paz só fez nossos inimigos aumentarem suas forças. Temos de parar de sorrir e começar a responder aos ataques desfechados contra nós. Nossas ações têm de ser mais rápidas e provocar maior dano que os golpes de nossos inimigos. Como num ringue, na luta contra boxeador mais pesado, o atleta mais leve só tem uma vantagem: a velocidade.
E distribuir golpes dolorosos aos pontos mais sensíveis de nosso forte adversário. Quais são os pontos que mais doem em nossos “parceiros” geopolíticos? É necessário avaliar, escolher e golpear”.


Então, aconteceu exatamente isso. Entendemos, reconhecemos, fizemos nossas escolhas. E respondemos aos golpes.
De acordo com as medidas para implementar a Ordem Executiva Presidencial n. 560, de 6/8/2014 “Adoção de Medidas Econômicas Especiais para Proporcionar Segurança à Federação Russa” foi introduzida a proibição, por um ano, das importações de produtos agrícolas, matérias primas e alimentares dos seguintes países:


Estados Unidos da América;União Europeia;Canadá; Austrália; Reino da Noruega.


A lista inclui:
1) Carne, porco, aves, salgados, secos ou defumados, peixes e frutos do mar, frescos, refrigerados ou congelados.
2) Leite e produtos dele derivados, vegetais, frutos e nozes, embutidos e produtos assemelhados e outras variedades de carnes (incluindo produtos alimentícios acabados com base em carne).
3) Alimentos processados, queijos, requeijão e outros produtos lácteos, baseados em gordura vegetal.
Os embargos da Federação Russa em relação aos produtos dos países ocidentais não se estendem à comida importada para bebês, nem a compras individuais de bens originários de países sancionados pela Rússia.
Adicionalmente, a Rússia impôs a proibição de voos de companhias aéreas ucranianas em seu espaço aéreo. “Esta foi uma resolução acordada pelo governo. Refere-se à suspensão do trânsito de aeronaves ucranianas sobre o espaço aéreo russo para certo número de países – Azerbaijão, Geórgia, Armênia e Turquia,” disse o Primeiro Ministro Medvedev.
Sanções que ainda podem vir a ser implementadas:
1) Proibir voos de aeronaves da Europa e dos Estados Unidos sobre o nosso espaço aéreo, rumo à Ásia Oriental (a região Ásia/Pacífico).
2) Alterar as chamadas de entrada e pontos de saída no espaço aéreo russo para qualquer voo regular ou charter da Europa, o que vai acarretar aumento de custos de transporte e tarifas para transportadores aéreos ocidentais.
“Nosso país está pronto para revisar as regras de uso das rotas transiberianas, quer dizer, denunciar os princípios acordados de modernização do sistema existente na atualidade – declarou o Primeiro Ministro Medvedev. – A revisão será aplicável em sua plenitude aos países europeus. Interromperemos também as conversações com as autoridades aéreas dos Estados Unidos sobre o uso das rotas transiberianas.”
A resposta às agressões é não só justificada, como também é a única iniciativa correta para a Rússia. Mas a Rússia sempre estará pronta para cessar a confrontação e reiniciar uma pacífica e mútua cooperação benéfica.
Contra esses países que declararam suas sanções econômicas contra nós, a Rússia foi forçada a introduzir suas próprias sanções. Para todo o mundo, o sinal é muito claro: “Nem tente atacar a Rússia”! Custa caro atacar a Rússia. Leve-se em consideração que nossas sanções têm período de duração de um ano. É o suficiente para que nossos “parceiros” também sintam a dor das sanções e mudem seu modo de pensar.
Se nada disso ajudar, o período pode ser estendido à vontade. Apresentaremos aos nossos “parceiros” novos setores nos quais serão ainda mais machucados.
Este é o nosso país e o país é nosso. Aqui, portanto, nós fazemos as regras. Já jogamos pelas regras de vocês por tempo suficiente. Agradecemos a vocês, parceiros queridos que já desistiram das próprias regras. Claro que, nessas circunstâncias, estamos livres do trabalho de nos retirarmos unilateralmente.
Surpresos? Não esperavam por isso?Acostumem-se. A Rússia voltou...**************************



* Nikolay Starikov é presidente adjunto do partido político para toda a Rússia “Partido da Grande Pátria” (POF). É escritor e publicitário.

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