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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Os crimes de Israel


Pravda.ru/
26.02.2017
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Os crimes de Israel
Artigo de resposta não toca no tema principal de nossa critica: embora divergentes em vários aspectos, esquerda e direita brasileira concordam com expulsão de milhões de palestinos de suas terras
A lista só aumenta: Duvivier e Wyllys ganham a companhia da senadora Kátia Abreu e dos senadores petistas Jorge Viana e Humberto Costa na defesa dos crimes de Israel
Por Arturo Hartmann e Bruno Huberman - ICArabe
Nesta semana, embarcou para Israel um grupo de parlamentares brasileiros com a missão de fortalecer as relações políticas e econômicas entre os países e aprofundar-se no conhecimento a respeito do conflito Palestina/Israel. O périplo de Kátia Abreu, Humberto Costa, Jorge Vianna e cia é financiado por organizações lobistas israelenses que atuam no Brasil. O resultado até o momento: postagem de azeitonas que não são israelenses, vídeos que falam da tecnologia de ponta da indústria local e discursos que alegam querer "compreender" a questão. Seria algo muito diferente do que foram fazer na região recentemente políticos e personalidades como Gregório Duvivier, Marcelo Crivella, Jean Wyllys e Jair Bolsonaro?


 Escrevemos aqui para revelar o que o discurso sionista, em especial, aquele autointitulado de esquerda, escamoteia, confunde e omite questões importantes para o leitor. Quando dizem que são contra a ocupação israelense na terras palestinas, a que estão se referindo? E o que não se menciona? Omite-se que o Estado de Israel foi criado, em 1948, por meio de uma limpeza étnica do território, que provocou a expulsão forçada de 800 mil nativos palestinos e a demolição de 615 cidades e vilarejos palestinos [1] em um processo que deixou um rastro de massacres e expulsões forçadas: Deir Ayyub, Khisas, Balad al Shayk, o bairro de Wadi Rushmiyya (em Haifa), Lifta, Sa'sa, Qastal, Deir Yassin, Qalunya, Saris, Beit Surik, Biddu, Safad, Tantura, Lydd e Ramla. Que os territórios de Cisjordânia e Gaza foram ocupados militarmente, em 1967, por meio de novas expulsões e massacres - fatos que se repetem cotidianamente até hoje. Que a propriedade privada palestina tem sido sistematicamente expropriada legal e ilegalmente pelas autoridades israelenses, que constroem cada vez mais colônias, muros e rodovias para segregar e inviabilizar a vida palestina em todo o território - seja dentro de Israel ou nos Territórios Palestinos Ocupados. Importante observação: tudo isso realizado diretamente ou com apoio de dirigentes do sionismo de esquerda. Entendemos, portanto, que é fundamental que a opinião pública compreenda o que significa atualmente a proposta de dois Estados para a sustentabilidade desse projeto político.
Significa não respeitar o direito de retorno dos mais de seis milhões de palestinos espalhado pelo mundo - as pessoas ou os parentes daqueles que foram expulsos em 1948; muitos, inclusive, encontram-se no Brasil, alguns em seu segundo refúgio. Aliás, esses refugiados palestinos, nascidos no exílio na Síria, no Líbano, no Iraque ou na Jordânia, nunca puderam conhecer o vilarejo da sua família, colocar os pés na Palestina, pois o Estado de Israel não permite a sua entrada no país. Como vemos, o sionismo tornou-se uma forma de colonialismo: para o sionismo real, a realização de um Estado majoritariamente judaico na Palestina, como resposta à perseguição aos judeus na Europa, teve e tem que recorrer a práticas colonialistas, de uma sistemática expulsão e segregação dos palestinos. O retorno dos milhões de palestinos para as suas casas afetaria decisivamente o balanço demográfico do território, fazendo dos judeus uma minoria, o que contraria a visão de qualquer sionista, até mesmo aqueles de esquerda. O artigo dos autores são apenas mais um tijolo dentro desse esforço.

Para evitar "simplificações extremas", vamos a alguns fatos. A esquerda sionista participa da colonização da Palestina há cerca de 140 anos, quando os primeiros colonos sionistas europeus começaram a migrar para a região. Os grupos nacionalistas judeus de esquerda lideraram este empreendimento ao longo de décadas, vindo do contexto dos debates políticos do leste europeu. Foram eles que protagonizaram as maiores catástrofes do povo palestino: os trágicos massacres e desapropriações de 1948 e 1967.

Se Duvivier e Wyllis tivessem tido pernas, teriam ido ao Vale do Jordão e visto a humilhação pela qual um palestino passa cotidianamente. Não é difícil, mesmo para um estrangeiro ser abordado e interrogado por um jovem soldado israelense. "Passaporte. O que faz aqui?". Silêncio, pouca interação. "Por que você está nessa área pobre, com essa gente pobre?". É chocante ver a lógica desse soldado israelense criado dentro desse sistema que incentiva o racismo ser reproduzida por pessoas como Wyllys e Duvivier. É chocante ver estes expoentes da esquerda tornarem-se defensores dessa lógica do sistema de segregação israelense. A esquerda sionista, cuja agenda o humorista e o deputado parecem defender, situa-se onde seu nome a coloca: à esquerda do sionismo, portanto, uma esquerda, acima de tudo, sionista. Esse exercício de lógica pode nos fazer parecer tolos, mas é necessário.

O debate, portanto, não é sobre este ou aquele governo israelense, mas sobre o regime de Israel, moldado pelo sionismo, que se fortalece pelos ganhos militares, ganhos econômicos e a indiferença da comunidade internacional em relação às violações israelenses. O processo de paz, como disse Edward Said, foi a rendição palestina. O que os presidentes Donald Trump e Bibi Netanyahu fizeram na semana passada, ao por fim ao processo de paz, foi apenas enterrar uma farsa iniciada por Yithzak Rabin, Shimon Peres e Yasser Arafat. O projeto de Estado-nação sionista está acima das nuances entre os partidos e as forças políticas israelenses. Nosso argumento é que há uma convergência de agendas entre a esquerda e direita israelense para a manutenção do Estado judaico com uma ampla maioria judaica. E isso tem implicações relevantes. Nas palavras do historiador Ilan Pappe, o fato de a limpeza étnica realizada na Palestina entre 1947 e 1949 não ser colocada a sério no cotidiano é, no mínimo, "desconcertante". Segundo ele, existe um "grande abismo entre a realidade e a representação" no caso da Palestina.

O discurso da esquerda sionista se entrega a essa distorção, pois vê a questão palestina de forma binária: ou se é contra ou a favor da ocupação dos TPO; contra ou a favor do governo Netanyahu. Uma das consequências de dirigir a sua luta apenas em relação à desocupação dos territórios conquistados em 1967 - isto é, a Faixa de Gaza e Cisjordânia -, é a legitimação da posição que também é da direita, de negar retorno de milhões de palestinos refugiados da nakba de 1948. A superioridade demográfica em vigor até hoje em Israel (apenas cerca de 20% da população israelense é palestina, enquanto o restante é quase na totalidade judaica, à exceção de alguns imigrantes africanos e asiáticos) foi obtida originalmente através de um detalhado e planejado processo de eliminação e afugentamento da população nativa. O plano Dalet, de 1947, continha orientações explicitas nesse sentido: "os vilarejos que você capturará, limpar ou destruir serão decididas de acordo com consulta com seu oficial de assuntos árabes e de inteligência." O vídeo abaixo traz um exemplo, narrado por um miliciano sionista, de como isso aconteceu.

O patriarca do Estado de Israel e herói da esquerda sionista, David Ben-Gurion, foi um dos principais idealizadores do plano. Em 11 de janeiro de 1948, ele explicou que "o que aconteceu em Jerusalém e Haifa pode acontecer em outras partes do país. Se persistimos, é possível que em seis ou oito meses haja mudanças consideráveis, e a nosso favor. Com certeza haverá mudanças na composição demográfica do país". Pois então, o professor Gherman em artigo acadêmico "Entre a Nakba e a Shoá: catástrofes e narrativas nacionais", manifesta de forma clara um posicionamento político comum à esquerda sionista: negar a limpeza étnica. O professor reconhece que houve "um processo de expulsões, fugas e exílios de parte dos árabes habitantes de regiões da Palestina", mas que isso ocorreu devido a "disputas nacionais e coloniais" de 1948, absolvendo o protagonismo dos sionistas, principalmente dos dirigentes socialistas, na execução de crimes premeditados contra a humanidade, que provocaram uma fratura profunda na memória e no tecido social do povo palestino. Nesse sentido, repete o que um dos historiadores revisionistas israelenses, Benny Morris, sempre responde ao ser indagado sobre as expulsões: " guerra é guerra". É como se dissesse no popular "perdeu playboy". Isso é justiça? Isso é lutar pelos direitos humanos?

Perguntamos ainda o que você faria se estive entrevistando uma pessoa que declarasse o seguinte: "Os árabes têm bem menos respeito pela lei, como mostram estatísticas de trânsito, assassinato, assaltos e outros processos criminais. Isso pode ser desagradável de ouvir e pode parecer racista, mas é uma questão de estatística, não do que eu penso. É o que está lá, o que está acontecendo." Esse é o trecho de uma entrevista do historiador Morris para Gherman que permaneceu em silencio diante dessa resposta.

Os autores se enfurecem com a crítica que fizemos ao fato de visitarem a Universidade Hebraica. Ora, em seu artigo "Revisiting 1967: the false paradigm of peace, partition and parity", o historiador Ilan Pappe revela que a universidade promoveu, em 1963, um encontro entre os seus acadêmicos e os dirigentes civis e militares israelenses para montar um plano de governo para uma possível ocupação militar dos territórios palestinos de Cisjordânia e Faixa de Gaza, o que viria a acontecer de fato na guerra de 1967. O envolvimento da universidade com os crimes israelenses teve mais um importante capítulo por ocasião dos ataques à Faixa de Gaza, em 2014, que vitimaram 2.104 palestinos, sendo que 1.462 deles civis e 30% de crianças. Em carta, declarou: "A Universidade está se juntando ao esforço da guerra para apoiar seus estudantes guerreiros, para que possam minimizar o fardo financeiro" para aqueles que foram convocados para os ataques à Gaza". Caro leitor, sinceramente, vocês acham que é possível fazer acordos de cooperação com universidade que conclama a cometer crimes de guerra?

Mais recentemente, outro herói da esquerda sionista, o falecido Shimon Peres, quando presidente, em 2009, foi aos EUA vender colônias no deserto israelense do Negev, que segregariam e desocupariam os beduínos palestinos que ali vivem, para a classe dominante judaica dos EUA com a promessa de "fazer alyah [o processo de imigração de judeus para Israel] e viver com estilo" em condomínios com pistas de golfe, piscinas olímpicas e casas elegantes com ar condicionado central. E não fica por ai. Peres foi também o garoto propaganda da indústria armamentista israelense no Brasil. Quando o país foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, Peres veio ao país como representante de corporações envolvidas em diversos crimes na Palestina, como os ataque à civis em Gaza e na construção do Muro na Cisjordânia.

Vocês acham que é coerente o comediante, o deputado, e os intelectuais que se alinham na defesa dos direitos humanos no Brasil, apoiar um politico como Peres?

A ESQUERDA SIONISTA COMO FARSA?

Como vemos, Israel tornou-se uma conveniente combinação de um Estado democrático e liberal ao estilo ocidental para os judeus, mas que sustenta a sua economia com base na contínua catástrofe palestina, isto é, na exportação das armas e demais tecnologias de segurança testadas nos ataques à população palestina, além de sistemas de irrigação por gotejamento desenvolvidos nas terras expropriadas ilegalmente dos palestinos. As supostas qualidades democráticas e liberais, assim como a sua indústria high-tech, são saudadas e defendidas por Wyllys, Duvivier, Bolsonaro, Crivella e, agora, Katia Abreu, Humberto Costa e cia. Claro que Bolsonaro discorda de Wyllys, assim como Crivella de Duvivier. Essa clivagem é explicitada cotidianamente nas ruas, nos jornais e no Parlamento. Mas as semelhanças que apontamos são reveladoras da força da ideologia e das atitudes sionistas. É impressionante notar que, após décadas de crimes contra a população palestina, o lobby sionista consegue se renovar e conquistar o apoio de quadros tão diversos.

No Brasil, o lobby sionista se faz presente principalmente por meio de organizações financiadas pelo governo israelense ou por indivíduos e grupos sionistas que participam do debate público na sociedade brasileira, principalmente entre a comunidade judaica.
Destacam-se a Confederação Israelita do Brasil (Conib), a Federação Israelita de São Paulo (Fisesp) e a Federação Israelita do Rio de Janeiro (Fierj). A Conib, por exemplo, apoiou tanto a viagem dos parlamentares brasileiros que acontece nesses dias em Israel, como a viagem de Wyllys (vide imagem abaixo). Em seu artigo, Gherman, Cohen e Green afirmam terem rejeitado o apoio da Fierj, e nos chamaram de "tolinhos ou mentirosos" por expor a conexão. Ora, como poderiam explicar um vídeo produzido pela Fierj com uma entrevista de Jean Wyllys que "revela como a viagem o ajudou a entender melhor o conflito entre israel e os palestinos e como encarou as reações contrárias à sua visita ao Estado Judeu"? Além disso, num post de 7 de janeiro de 2016 no Facebook, a Federação afirmava: "A viagem de Jean Wyllys a Israel é uma iniciativa idealizada e custeada diretamente por membros da Comunidade Judaica do Rio de Janeiro. A Fierj, apesar de não ter tido qualquer participação na logística ou financiamento deste projeto, tradicionalmente vê com bons olhos a ida de formadores de opinião brasileiros a Israel, onde podem vivenciar in loco os desafios e conquistas do país. Salvo exceções, tais viagens costumam solidificar o apoio dos que já são amigos de Israel e oferecer novas formas de enxergar o país àqueles que lá chegam com estereótipos negativos." Quem mentiu? Fierj ou o nobre deputado?

Como bem expôs o jornalista Andrew Fishman, diferente do discurso de um sionista conservador, o liberal "quer convencer [...] que não existe um lado correto e um lado errado, é apenas 'um conflito' ou, melhor ainda, 'uma situação complicada' com gente boa e gente ruim nos dois lados. Só que um lado tem todo o poder e privilegio e o outro vive cada vez mais apertado e violado". Israel tem o completo controle vertical e horizontal de todas as fronteiras do território (terra, água e ar), do fornecimento de água, da moeda e do recolhimento de impostos, tem uma das Forças Armadas mais bem equipadas do mundo, instituições fortes e uma economia desenvolvida; enquanto os palestinos não tem controle sobre a sua própria terra, não possuem Forças Armadas, mas apenas uma polícia despreparada, instituições fracas e uma economia subdesenvolvida e dependente da israelense.

O que essas viagens de turismo de Wyllys e Duvivier mostram é que há divergências internas, de política nacional, entre a esquerda e a direita sionista, mas que há um consenso entre eles de que não se pode questionar o colonialismo que fundou o Estado de Israel. Essa esquerda sionista não aborda com afinco o projeto de armas, do controle, de prisioneiros políticos, dos assassinatos extrajudiciais, da distribuição desigual da água, do roubo de terras, das diferentes identidades, placas de carro e estradas para circulação, do impedimento para a compras de terras, de ter o seu vilarejo reconhecido, de que sua parede possa permanecer de pé. Algo que Wyllys e Duvivier parecem compreender tão bem no Brasil, não apenas lhe escapou na sua visita à Palestina, ou lhes foi ocultado, como ganhou a sua defesa inconteste. Um amigo palestino de Beit Sahour, ao saber o posicionamento de Wyllys durante a sua visita, observou: "Se ele vem até aqui e todo o discurso dele pisa em ovos porque nossos projetos políticos de resistência devem ter cuidado para não cair no antissemitismo, se essa é a compreensão, então no subtexto está dito que temos que ficar em silêncio diante de décadas de ocupação e opressão. Ou seja, a nossa própria existência é antissemita".

Diferente do que afirmam Gherman, Cohen e Green, não achamos que a militância de esquerda sionista é falsa, achamos sim que é hipócrita. Ela pode ter sido relevante quando se mobilizou nas ruas entre os anos 1980 e 1990 para apoiar um acordo de paz que, não sabiam ainda, se seria manipulado para perpetuar a ocupação. Mas é hipócrita ao se posar como ativista pró-palestina ao mesmo tempo em que rejeita o direito de retorno dos refugiados que foram expulsos. Ao fazer assim estão consentido, implicitamente, com a máxima de que a Força cria o Direito. Assim como denunciou Norman G. Finkelstein, ao revelar que existem judeus que lucram como falsas vítimas do Holocausto, os militantes da paz da esquerda sionista, assim como a elite burocrática da Autoridade Palestina, governada pelo Fatah, e os liberais americanos, lucram econômica e politicamente com a perpetuação do falso processo de paz, que jamais levaria à criação de um Estado palestino independente e soberano. Estes não defendem a ocupação de Gaza e Cisjordânia, mas desconsideram os direitos de quem perdeu suas terras e vidas. Eles dizem que lutam pela paz. Ok, qual paz? Defender as políticas do Estado israelense significa estar do lado do colonialismo e do apartheid. Irônico relembrar que liberais americanos brancos se diziam contra o racismo, mas se opunham a Martin Luther King.+

[1] Os dados fazem parte de uma nova pesquisa da ONG israelense DeColonizer, que agregou em um só mapa as destruições de localidades palestinas, de 47 até 2016.
Artigo publicado originalmente no site http://www.revistaforum.com.br/arabizando/2017/02/23/a-lista-so-aumenta-duvivier-e-wyllys-ganham-a-companhia-dos-senadora-katia-abreu-e-dos-senadores-petistas-jorge-viana-e-humberto-costa-na-defesa-dos-crimes-de-israe
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sábado, 25 de fevereiro de 2017

Mulheres curdas tornam vida de jihadistas do Daesh em um inferno em Al-Hasakah

Publicado por: Redação Irã News 

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Guerreiras Curdas


© REUTERS/ Asmaa Waguih
A guerra na Síria continua já pelo sexto ano. No país não há nenhuma mulher que não tenha sido tocado pela desgraça. Algumas pegaram em armas e lutam contra os terroristas, ombro a ombro com os homens, elas estão defendendo suas terras e suas vidas.
O destacamento militar feminino Bein Nakhrein (Mesopotâmia) cumpre seu serviço nas Forças Democráticas da Síria na província de Al-Hasakah, no nordeste da Síria.
Junto com o Bein Nakhrein, na província atuam as Unidades Femininas de Autodefesa, além disso, as mulheres lutam também nas forças de segurança curdas As-Saish e nos grupos assírios an-Natora.
A combatente Rushan disse à Sputnik Árabe que ela foi uma das mulheres a integrar a primeira unidade feminina. De acordo com ela, as mulheres dão uma grande contribuição para as esferas política, social, cultural e militar. Elas próprias lutam tanto para proteger os direitos das mulheres, como pela paz e pela liberação das áreas ocupadas por terroristas.
A combatente Lara foi durante quarenta anos uma dona de casa, mas com o início da guerra se alistou voluntariamente nas fileiras dos defensores da Síria. Em uma entrevista à Sputnik, ela disse que nunca considerou a possibilidade de emigrar do país. Lara acredita que a Síria continuará sendo a pátria de sírios de todos os credos e confissões. Ela está pronta para lutar por cada palmo de terra.
A menina Sara é uma aluna do último ano da escola, agora ela, junto com suas companheiras de armas, diz de forma segura ao correspondente da Sputnik que o dever cívico de cada sírio é defender sua terra, levantar o moral dos seus concidadãos e manter no povo a confiança de que eles conseguirão defender o seu país.
Najwa nasceu no povoado de Tell Arboush. Ela se juntou ao exército depois de na presença dela os terroristas terem morto seu irmão mais velho a sangue-frio porque suspeitaram que estivesse ligado ao exército. Mas, como disse Najwa à Sputnik, ele era apenas um estudante universitário.
A mulher chamada Um Ziyad, do povoado de Um Garkan perto da cidade de Tel-Tamr, foi acusada por terroristas de cumplicidade com as tropas sírias, eles confiscaram seus bens e destruíram sua casa.
“Eu estava ajudando o exército. Dava aos soldados comida e água”, disse Um Ziyad à Sputnik.
De acordo com um dos instrutores do campo de treinamento, agora decorre um recrutamento de mulheres e meninas para cursos intensivos preparatórios no uso de diferentes tipos de armas. Uma especial atenção é dada ao uso do fuzil de assalto Kalashnikov
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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Depressão e esperança

Imagem de perfil do Colunista
"Novos dias devem ser alimentados em doses poderosas pela felicidade do encontro e pela esperança de justiça social" / Mídia NINJA
Serra rebaixou o Brasil no contexto internacional
O recente afastamento de José Serra do governo não eleito por motivos de saúde foi interpretado por alguns analistas como um episódio que carregava também motivações políticas e emocionais. No que diz respeito à saúde pessoal, os votos são de melhoras e de um acompanhamento médico ético e respeitoso. Fora do governo, Serra tem condições de melhorar a saúde, o que é bom. Sem Serra nas relações exteriores, a saúde diplomática do país só tem a ganhar, o que é promissor.
O que passa a ganhar interesse público a partir de agora é a consequência do ato. Ao deixar o Ministério das Relações Exteriores, no qual se esforçou para reduzir a altivez alcançada pelo Brasil nos últimos anos, Serra parece sinalizar para uma fratura no bloco do poder. Mas é sempre bom lembrar que em sua gestão ele imprimiu uma ação menor, sempre submissa aos países ditos centrais e aos interesses do capital internacional em matéria de comércio e exploração das riquezas nacionais. Essa direção não deve se alterar, o que indica motivações pessoais no gesto.
No campo político, a atitude significa uma torção do interesse público às ambições pessoais. Todos sabem que Serra tem anseios maiores e que sua opção desde o início da aventura golpista se dirigia para pastas mais influentes. Não foi um acaso que sua atuação como incentivador do entreguismo das riquezas brasileiras tenha reforçado a dimensão econômica do ministério. Ao mesmo tempo, virava as costas para o caminho trilhado com êxito em direção a um novo concerto multilateral.
A substituição de Serra por outra plumagem do mesmo partido – como também deve ocorrer na pasta da Justiça –, vai consagrando uma divisão de tarefas sórdida. De um lado a ideologia neoliberal extrema dos tucanos dá as cartas, de outro o pragmatismo sem ética do peemedebismo viabiliza o jogo. Todas as ações voltadas para a desmontagem do estado social, para a entrega do patrimônio nacional e para o extermínio das conquistas da Constituição de 1988 não são tiros dados a esmo, mas componentes de um programa antipopular orgânico, jamais bancado pelas urnas.
O sucesso da arquitetura do golpe foi substituir a legitimidade da democracia direta e de seus instrumentos pela composição de uma base parlamentar venal. O que os tucanos tecem em seus ninhos ideológicos, os peemedebistas e acólitos bancam em votações dirigidas. Neste sentido, Temer mantém a postura dúbia de fiador e síndico de um poder que não emana de seus projetos, mas que só se concretiza por meio de sua ação e de sua base de apoio. O parlamento deixa de ser uma casa do diálogo para se configurar como um cartório. Sai a palavra, entra o carimbo.
Mas a renúncia de Serra tem ainda um componente simbólico forte. O ex-chanceler, pelo que noticiaram comentaristas próximos ao poder, estava, além de desgastado fisicamente, padecendo de depressão. Parte vinha da ausência de protagonismo, parte de um real déficit de vitalidade em razão das críticas que se avolumavam em torno de sua atuação. Serra tem motivo para se deprimir. Fez um péssimo trabalho, rebaixou o Brasil no contexto internacional e retirou da diplomacia brasileira a elegância. É bom ficar atento a esse sinal. Os tristes decaem.
O momento por que passa o país, com o risco de naturalização do atraso, tem servido para ampliar a perda de vitalidade dos que se contrapõem ao poder do arbítrio. Pior que a ditadura é a ditadura sem oposição enérgica. Além de restabelecer a força dos argumentos, a defesa de valores e a mobilização popular, cabe aos cidadãos que se identificam na luta contra o poder sem legitimidade, preservar a cota necessária de esperança e, por que não, de alegria. Este não é um desafio menor.
Deixemos a depressão para os inimigos do povo. O futuro precisa ser desenhado na luta ferrenha e destemida. Deve ainda ser provida de força política, mobilização popular e disposição para conhecer melhor a realidade e propor alternativas consequentes de transformação. Interpretar para mudar o mundo. Mas os novos dias devem ser alimentados em doses poderosas pela felicidade do encontro e pela esperança de justiça social. A revolução, como a alegria, é a prova dos nove.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Repasse de R$ 4 milhões a Moraes é abafado na sabatina, com ajuda de Fux

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Jornal GGN – O inquérito da Operação Acrônimo, que apura suposto esquema de lavagem de dinheiro para campanhas eleitorais, deflagrada em maio de 2015, foi colocado em sigilo em outubro daquele ano. Com as fases avançadas pela Polícia Federal, noticiou-se que a frente mirava o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). Mas desdobramentos da investigação mostraram que o ex-ministro de Temer, Alexandre de Moraes, teria recebido, pelo menos, R$ 4 milhões de empresa alvo.
O relator da investigação, que no fim de 2015 deu início ao sigilo do inquérito, é Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Apurava-se o envolvimento de Pimentel, sua esposa e o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, conhecido como Bené, no desvio de contratos com o governo federal, desde 2005, que supostamente financiaram a campanha do governador em Minas.
Mas o caso foi além do PT. No dia 1º de outubro de 2015, a PF deflagrava uma nova fase. Os alvos eram o presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Mauro Borges, nomeado por Pimentel, mas também a empreiteira Odebrecht em São Paulo e Caoa, em Goiás. Foi quando um dos investigados, o empresário Benedito Oliveira Neto, resolveu prestar delação premiada.
Em depoimento, Bené afirmou que a empresa JHSF pagou por uma pesquisa de opinião pública em benefício de Pimentel, automaticamente entrando para as apurações dos investigadores. Mas, por outro, documentos apreendidos na JHSF mostraram outros beneficiários.
A apreensão ocorreu no dia 16 de agosto de 2016. A PF encontrou uma planilha da empresa com o nome “Alexandre Moraes”, indicando valores não apenas ao PT, como também ao PSDB. No dia 31, o proprietário da empresa, José Auriemo Neto, confirmou que se tratava do então ministro da Justiça de Michel Temer.
Apenas uma das planilhas indicavam três pagamentos de um total de R$ 1 milhão, repassados no ano de 2011, com a justificativa de “honorários advocatícios”. A empresa ficou de apresentar os documentos fiscais dessa suposta prestação de serviços do escritório de advocacia de Moraes, entre os anos de 2010 e 2014, que juntos somaram R$ 4 milhões, pelo menos.
Alguns recibos e notas fiscais foram enviados, mas sem explicações ou detalhes dos supostos serviços prestados por Moraes. Com a suspeita, os policiais pediram ao relator Herman Benjamin a abertura de um inquérito contra Alexandre de Moraes, especificamente.
Entretanto, como o caso tramita em sigilo, tanto o STJ, quanto o STF não trazem mais informações sobre o andamento do caso. Ainda, em 22 de setembro do último ano, apenas oito dias depois de os documentos serem protocolados no STF, o relator Luiz Fux simplesmente arquivou o caso.
O ministro do Supremo arquivou a investigação contra Moraes, sem sequer pedir a abertura de inquérito, medidas investigatórias, quebras de sigilos ou depoimentos. Fux tampouco consultou a Procuradoria-Geral da República. Após monocraticamente arquivar os documentos enviados pelo STJ, o ministro ainda colocou sigilo sobre o caso.
Com a decisão tomada pelo ministro do Supremo, além de ter sido absolvido, o ministro Alexandre de Moraes não pode, sequer, ser questionado sobre o tema envolvendo a Operação Acrônimo, uma vez que toda a documentação do suposto recebimento de R$ 4 milhões por Moraes estar sob sigilo.
Foi o que ocorreu quando, no início da sabatina na manhã desta terça (21), a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) questionou a suspeita que recai sobre Alexandre de Moraes e solicitou a suspensão da sabatina, até que o Senado recebesse as informações sobre a petição que investiga o indicado.
O relator da sessão, Eduardo Braga (PMDB-AM), barrou o pedido de Grazziotin. Justificou que seu pedido não pode ser aceito porque a documentação está sob sigilo. Em seguida, a questão de ordem foi rejeitada pelo presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), Edison Lobão (PMDB-MA).

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Bolívia investiga carregamento de armas provenientes dos EUA

La Paz, 19 fev (Prensa Latina) Autoridades bolivianas continuam hoje as investigações sobre um carregamento de armas, provenientes dos Estados Unidos, que foi descoberto na sexta-feira no departamento de Santa Cruz, escondidas no fundo falso de um transportador.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Reforma da previdência: ruim para todos, pior para as mulheres

Somadas as jornadas de trabalho dentro e fora de casa, as mulheres trabalham 5 horas por semana a mais que os homens
Brasil de Fato, Curitiba (PR) , 
No Brasil, as mulheres ganham 25% menos que os homens, o que diminui o valor de contribuição / Latuff
Envelhecer com dignidade é um direito de todos nós. Este direito, difícil de ser alcançado pela maioria dos brasileiros, corre mais risco com a reforma da previdência, proposta pelo presidente ilegítimo Michel Temer.
Para as mulheres, a situação é pior. A reforma eleva a idade de aposentadoria de 60 para 65 anos, igualando aos homens. Não se leva em consideração que elas trabalham mais e em condições, muitas vezes, mais precárias. O IBGE indica que, se somadas as jornadas de trabalho dentro e fora de casa, as mulheres trabalham quase 5 horas por semana a mais que os homens.
A proposta também estabelece o mínimo de 25 anos de contribuição para receber benefício no valor de apenas 76% da média arrecadada. Para chegar ao valor de 100%, os trabalhadores devem pagar o INSS por 49 anos. Só que, no Brasil, as mulheres ganham 25% menos que os homens, o que diminui o valor de contribuição. O resultado é uma aposentadoria menor.
A reforma da previdência vai ampliar o tempo de trabalho das mulheres e dificultar o acesso de todos os trabalhadores aos benefícios. O enfrentamento desse retrocesso, que apenas serve para aumentar as desigualdades sociais, só vai se dar com mobilização social.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

A decomposição moral do Brasil

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Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:
A consequência mais trágica do golpe é a destruição do Brasil enquanto nação e a decomposição moral das suas instituições. Se o impeachment em si representou um ataque aos fundamentos democráticos e republicanos da Constituição o trabalho de sapa do governo ilegítimo consiste em destruir de forma implacável e impiedosa o sentido social que o país vinha construindo desde a Constituição de 1988. As medidas do governo falam por si e se sintetizam na PEC dos gastos, nas propostas de Reforma da Previdência e Trabalhista e na lenta destruição de programas sociais como o Prouni, Minha Casa Minha Vida, o Bolsa Família, o financiamento estudantil etc..
​O governo federal, junto com governos de estados, particularmente do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, vêm destruindo a pesquisa científica e a Cultura, cortando verbas, fechando instituições e institutos de pesquisa, acabando com programas, demitindo orquestras sinfônicas, minando as universidades públicas. Há uma conjura deliberada anti-sociais, contra a ciência, a pesquisa, cultura, a educação e a saúde pública. Serão necessárias décadas de reconstrução, com perdas incalculáveis em termos de avanços, recursos e capacidades. O que está em curso é um grande desastre social, com um massacre de direitos de tal magnitude poucas vezes visto em nossa história.
Do ponto de vista econômico, em Brasília, o país está à venda. Grupos de assalto cercam o governo pronto a satisfazê-los, entregando-lhes petróleo e gás, serviços e infraestrutura, previdência e direitos sociais, perdoando dívidas do agronegócio, num devastador jogo de pirataria econômica. O resultado é uma economia paralisada com quase treze milhões de desempregados, com empresas fechando as portas e com a capacidade ociosa nas alturas. O milagre da recuperação rápida se revelou uma grande mentira.
O mais grave é o trabalho deliberado de decomposição moral das instituições. O governo perdeu qualquer pudor, qualquer senso de limite, de razoabilidade, de respeito. É um governo de quadrilha que promove criminosos a altos postos governamentais diariamente, comprovando que o PMDB, apoiado pelo PSDB e os partidos do centrão, promoveram o golpe para buscar a proteção no foro privilegiado. A perda de pudor se transformou em cinismo e em escárnio, sem escrúpulos e sem decência. Esta é a consequência lógica da grande farsa montada em torno do impeachment: ora, se a sociedade se mobiliza para entregar o governo nas mãos da maior e mas bem organizada quadrilha de corruptos que o Brasil já teve, esta quadrilha se sente à vontade em promover a sua autoproteção, desprezando as exigências de moralidade pública.
No Congresso, os corruptos se organizaram para tomar de assalto as principais comissões da Câmara e do Senado, notadamente as comissões de Constituição de Justiça. Ser delatado na Lava Jato, ser denunciado por corrupção, se tornou condição para a ascensão em postos de comando, em comissões que decidem. Neste pais tornou-se normal que o presidente da República, o presidente da Câmara e o presidente do Senado tenham pesadas denúncias sobre seus ombros. Isso tanto fez quanto tanto faz. Extirpariam os fundamentos morais do Estado brasileiro.
  As quadrilhas do governo e do Congresso se articularam para tornar juiz do STF alguém que é acusado de advogar para o PCC, de receber propinas da corrupção e de ter plagiado livros de juristas espanhóis. Se alguém assim se torna ministro da mais alta Corte de Justiça do país, encarregada de zelar pela Constituição e pelo sentido moral do Estado, que força terá um professor em sala para solicitar que os alunos não plagiem trabalhos na internet? O que se está assistindo é a destruição dos próprios valores morais vinculantes da sociedade, pois parte desta sociedade, anestesiada em sua hipocrisia, julga que tudo isto é normal e que faz parte do jogo político.
Autoridades sem moral e desmoralizadas
Nada mais importa. Não importa se o futuro ministro se refestelou na chalana da indecência. E isto nem importa para vários dos atuais ministros do STF que, sem pudor, sem virtudes, sem prudência e sem decência se manifestaram favoráveis à entrada de Alexandre de Moraes no egrégio colégio de capas pretas acovardados.
Qual é o sentido moral que resta neste país quando se nomeia um ministro da Corte Suprema com a intenção manifesta de que sua função será a de proteger corruptos? O que se pode esperar da moralidade social quando os juízes são íntimos daqueles que deveriam julgar, como é o caso de Gilmar Mendes com Temer e com tucanos de alta plumagem? O fato é que as nossas mais altas autoridades perderam todas as medidas, todos os critérios, toda a sensatez, toda prudência, toda a vergonha. Sem metros e sem limites morais, sem sentido social, sem senso de Justiça, sem os valores da dignidade e dos direitos humanos, o Brasil pós-golpe se decompõem diariamente a olhos vistos, exalando putrefação pelos seus poros.
Resultado de imagem para A decomposição moral do Brasil
Estados, a exemplo do Rio de Janeiro e Espírito Santo, estão em situação de convulsão. O governador Pezão classifica os manifestantes de “vândalos”. Vândalos são os peemedebistas do Rio, que saquearam os cofres do estado. Já o governador Hartung afirma que a “sociedade se tornou refém da polícia”. Mas a verdade é que polícia e sociedade são reféns de governadores incompetentes que, em tempos de trágica normalidade, jogam a polícia contra a sociedade e, em tempo de banhos de sangue por motim armados, jogam a sociedade contra as polícias. Sociedade e polícias são vítimas de um atroz jogo de violência, manipulado pelos interesses políticos dos governantes. E, após de sete dias de banho de sangue, Temer se manifesta colocando tanques nas ruas, numa demonstração de força estúpida e impotente.
Selvageria nas prisões, violência e desordem nas ruas, confrontos crescentes entre manifestantes e polícias, crescimento do desemprego e da pobreza, destruição das instituições do Estado é o legado crescente de um governo sedicioso que premia o crime com os altos cargos públicos. Ao assim proceder, sem escrúpulos e sem moral, o governo vai autorizando a barbárie social, a desmesura, a desordem. É preciso reagir antes que o estrago se torne medonho. As oposições e os movimentos sociais precisam sair das letargias de suas próprias crises. Precisam se refazer nas lutas, nas ruas, nas praças, pois são estes os melhores remédios para restabelecer as virtudes cívicas. As batalhas pela cidadania, pelos direitos, pela justiça e pela liberdade são as melhores formas de fazer autocrítica. O ensimesmamento da derrota é o benefício do inimigo.
O Brasil não pode continuar nas mãos daqueles que o estão destruindo. Os jovens precisam de esperança, os trabalhadores querem EMPREGOe os idosos estão desamparados, temendo uma velhice desassistida. É preciso reconduzir o Brasil no leito da democracia, no sentido social, na busca de direitos, de justiça e de igualdade. O Brasil precisa, com urgência, de um governo decente que seja capaz de conduzir moral e politicamente a sociedade. Este governo que ai está, pela imoralidade manifesta que representa, merece uma danação da memória, um esquecimento eterno.

Atentas a Trump: Rússia e China reforçam a aliança .


atentos
MK Bhadrakumar, Indian Punchline
Não culpem os russos se já tiverem começado a dar sinais de agudo mal-estar, com a impressão de que o governo Donald Trump serve-se deles, enquanto monta a própria jogada para recuperar terreno que os EUA perderam para Moscou nos anos recentes, na dinâmica global do poder.
O punhal que Trump enfiou no coração da aliança Rússia-Turquia-Irã deve ter sido como uma revelação para Moscou – recordando ao presidente Erdogan os charmes de sua olvidada identidade OTAN. (Sobre isso também emTrump hails Turkey as strategic partner, NATO ally.)
Trump aparentemente está reexaminando a velha agenda de ‘mudança de regime’ na Síria. Mike Pompeo, chefão da CIA, pousou hoje cedo em Ankara. A estratégia dos EUA visa a quebrar o eixo russos-turcos-iranianos na Síria. É o que explica o tsunami de hostilidade contra o Irã.
Há uma conversa de que o Corpo de Guardas Revolucionários Islâmicos [ing. Islamic Revolutionary Guard Corps (IRGC)] seria ‘listado’ como Organização Terrorista. O IRGC é responsável por traçar a estratégia da guerra de Assad na Síria; tem papel crucial nas operações em solo e, se os EUA o declarar Organização Terrorista, passará a poder ser atacado nas ‘operações de contraterrorismo’ comandadas pelos EUA na Síria (e no Iraque). Claro que, sem o apoio do IRGC, as operações aéreas russas tornam-se sem sentido, e as forças do governo sírio não conseguirão sustentar-se nos territórios onde estão.
A Rússia vê a ofensiva do governo Trump contra o Irã como parte de uma grande estratégia. Moscou saiu-se com várias declarações fortes de apoio a Teerã, repudiando firmemente do começo ao fim as várias acusações que o governo Trump fez contra o Irã. (Aquiaqui, e aqui.).
As relações russo-norte-americanas têm história muito longa, e Washington já várias vezes fez o jogo do ‘policial-bonzinho/policial-durão, em jogada com o Congresso, para desnortear a diplomacia russa. Matéria recente no Wall Street Journal (republicada por Fox News) intitulada Governo Trump procura rachar as relações da Rússia com o Irã mostra que a equipe de Trump tem interpretação simplesmente ingênua das relações estratégicas Rússia-Irã.
Mas o teste definitivo está em o quanto resistirá a aliança da Rússia com a China, na era de Donald Trump. Depois de relativa pasmaceira durante a transição em Washington, Moscou e Pequim escalaram para contatos de alto nível, o que significa afirmação forte, dos dois lados, da centralidade da cooperação e da coordenação de políticas externas nesses tempos de incerteza que crescem no horizonte. Houve alguns sinais importantes nesse sentido, vindos de Moscou:
– presidente Vladimir Putin participará da Cúpula “Um Cinturão uma Estrada” que Xi Jinping presidirá em Maio, e que a China classificou como o eventointernacional mais importante de todo o calendário da política exterior em 2017;
– presidente Xi fará visita oficial à Rússia em “meados do ano” (talvez coincidindo com a Cúpula da Organização de Segurança e Cooperação em Astana, em junho);
– primeiro-ministro russo Dmitry Medvedev e seu contraparte chinês Li Keqiang têm reunião marcada para o final de 2017;
– Várias reuniões de vários vice-primeiros-ministros, e também dos ministros da Defesa e das Relações Exteriores também estão planejadas para esse ano;
– o presidente do Comitê Central do Congresso Nacional do Povo Chinês Zhang Dejiang é esperado em visita oficial à Rússia no primeiro semestre do ano.
Na mesma direção, o embaixador da Rússia à China Andrei Denisov destacou que Moscou impedirá qualquer tentativa dos EUA para interromper as relações entre Rússia e China. Denisov fez alguns comentários muito importantes, especialmente sobre o Mar do Sul da China:
  • Nossa posição [da Rússia] sobre as disputas territoriais no Mar do Sul da China não mudará e não pode mudar. Não pode mudar porque é posição equilibrada, verificada e lógica (…). Não estamos interferindo nessas disputas, e alertamos outros contra qualquer interferência.
  • Toda e qualquer interferência externa terá efeito negativo, porque nenhum terceiro conseguirá manter-se neutro numa específica disputa regional e todo e qualquer terceiro só complicará a discussão.
  • A Rússia aprecia o alto nível de parceria entre China, Vietnã e outros estados do Sudeste Asiático para resolver a questão.
  • A Rússia está pronta para ajudar a criar uma atmosfera favorável para resolver tais questões.
Significativamente, Denisov comentou diretamente as relações de três vias entre Rússia, China e os EUA. Disse ele:
  • “Há muita conversa agora sobre desdobramentos das eleições nos EUA (…). O período de transição ainda não acabou (…) Os dois lados, nós e nossos parceiros chineses levamos isso sempre em conta em nossa política, de um ou de outro modo. Mas, permitam-me repetir mais uma vez que é pouco provável que as relações entre Rússia e China nesse caso sejam afetadas. Elas são algo que tem valor constante, seja para a China seja para nós. Não vejo qualquer indicação de que alguma coisa possa mudar nesse ponto. Além do mais, seria estranho para a Rússia, se nosso país, com o papel que tem nos assuntos globais, fosse visto como fator de algum modo variável, que pudesse ser empurrado numa direção ou noutra. As relações russo-chinesas tornaram-se importante fator de estabilização para as relações internacionais no quadro de crescente turbulência – culpa de nossos parceiros ocidentais, digamos bem claramente, incluindo em primeiro lugar e sobretudo o governo anterior dos EUA.” (TASS)
Sem dúvida alguma, Denisov, diplomata de primeira classe, trabalhava aí para deixar perfeitamente claro para o governo Trump que a bússola das políticas exteriores da Rússia acompanha sempre bem de perto princípios fundamentais, e que se o governo Trump não está disposto ou não é capaz de avançar nas relações com a Rússia, nem por isso a vida parará, na Kremlyovskaya naberezhnaya [avenida que margeia o rio Moskva, pelo centro de Moscou e leva até o Kremlin]*****
Tradução: Vila Vudu

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Câmara Municipal de Taquaritinga - Estado Laico é uma piada

O estado laico em Taquaritinga virou uma piada.
Por Valdir Pereira
A maioria evangélica da Câmara, recém-eleita, tratou de transformar o poder legislativo, num templo religioso.
Além disso, é costumeiro que nas sessões da Câmara, que se dão somente nas segundas feiras, as orações servem de abertura dos trabalhos. A sua competência, fiscalizar os atos de executivo, os investimentos na infraestrutura, ficam para as calendas gregas. Para democratizar a instituição, deveriam formular políticas públicas; criar Conselhos Populares nas áreas da saúde ( que por sinal está uma lastima); faltam medicamentos, seringas para os diabéticos; médicos em diversas áreas; não existe sequer um geriatra, um nefrologista e outras especialidades. A saúde é um caos.
O transporte, que por sinal é concessão do atual prefeito, é o pé dois; a linhas são insuficientes e extremamente demoradas, obrigam os usuários a utilizar o transporte das pernas pela ausência de um Conselho de Transporte que exija um transporte decente.
A educação é uma lástima, embora o esforço sobre-humano dos professores; os alunos agridem verbalmente seus mestres quando não fisicamente.
Estabelecer um Conselho popular(sem a presença dos cupinchas ) envolvendo os educadores e pais, discutindo profundamente as saídas para a crise na educação, em Taquaritinga, seria de grande valia para encaminhar um diálogo produtivo entre pais e mestres e a superação dos problemas.
Se o poder legislativo se empenhar nas soluções dos problemas legislando em favor do povo mais pobre, teriam o apoio da maioria angustiada dos taquaritinguenses.
Nossa cidade é pobre. Seus moradores vivendo de bicos; a classe média constituída de profissionais liberais e de comerciantes; ruralistas de baixa envergadura, e a maioria de servidores públicos é que sustentam esta cidade.
Os coronéis, não querem o progresso da cidade do jeito que está, para eles está bom, porque mudar?
Agora, o espirito de porco do prefeito recebeu dadivas divinas de seus asseclas edis (vereadores) a competência de aumentar salários de funcionários, a seu critério, não por merecimento, a quem bem entender e a qualquer época.
Os manás caíram do céu exatamente na sede do poder executivo.
Os puxa-sacos, com certeza, serão agraciados.
Arrematando este pequeno texto, espero do Prefeito eleito, que se cerque de pessoal competente, trabalhadores, para exercer uma boa gestão. É isso que o povo espera. É isso que eu desejo.
O pastor, Valter Filho, conduz o culto religioso.
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Linda manhã de bênçãos a Taquaritinga
Por iniciativa dos vereadores Gilberto Junqueira e Joel Garcia, juntamente com o pastor Valter Filho, está sendo realizada agora na Câmara uma emocionante manhã de orações por Taquaritinga, pelas autoridades que a conduzem e pela população. Várias denominações evangélicas se uniram para orar e pedir bençãos.





Tiago Augusto Volante Olha o artigo da Constituição que proíbe tal prática