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quarta-feira, 11 de junho de 2014

Ventos da Guerra Fria ocidental aquecem arsenais russos


Moscou (Prensa Latina) O presidente Vladimir Putin reiterou que a Rússia fortificará suas Tropas de Foguetes Estratégicos (TCE) em 2014 com 22 mísseis balísticos intercontinentais (MBI) de localização terrestre.
Durante uma reunião dedicada ao desenvolvimento destas forças, o mandatário ratificou que o principal componente dos efetivos estratégicos nucleares seguirá tendo respaldo prioritário no futuro.

Putin advertiu que as TCE devem ser capazes de superar qualquer sistema de defesa antimísseis, tanto atual como perspectivo.

De acordo com esta indicação, o ministro das Finanças da Rússia, Antón Siluanov, apresentou no Senado um anteprojeto de orçamentos que para 2014 e para o biênio 2015-2016 prevê aumentar as despesas de defesa em mais de 18 por cento.

Para 2014, o parágrafo defensivo compreende uma despesa em rublos equivalente a 40 bilhões de dólares, 18,4 pontos percentuais mais que em 2013, confirma um relatório do Comitê de Defesa da Duma estatal (câmara baixa parlamentar).

A proposta para 2014 em matéria de despesas de defesa representa 17,8 por cento em relação a todo o orçamento, deve crescer a 19,7 pontos percentuais em 2015 e chegar até 20,6 pontos percentuais em 2016, foi reportado.

Para preservar a paridade dissuasória nuclear com os Estados Unidos e seus aliados da OTAN, Moscou operará um aumento de 58 por cento no triênio, e de 29,3 bilhões de rublos dedicado a esta esfera em 2013, passará a mais de 1.500 em 2016.

Esta escalada corresponde com o programa esboçado pelo presidente Putin na Reunião Internacional de Segurança de Munich, em 2007, onde advertiu que a Rússia iniciaria um rearmamento ante a expansão da OTAN para as proximidades de suas fronteiras.

Alertou então o mandatário contra o perigo que a Rússia via no sistema de defesa antimísseis dos Estados Unidos na Europa, e advertiu que se não recebesse garantias jurídicas de cumprimento obrigatório de que não se dirigia contra Moscou, daria uma resposta adequada.

A ausência dessa resposta e a continuidade da expansão das forças da OTAN para o leste europeu estimularam o desenho de um plano de modernização das Forças Armadas até 2020.

Como parte desse programa, a Rússia já igualou aos Estados Unidos na criação de armamento hipersônico, segundo assegurou em entrevista televisionada o vice-primeiro- ministro Dmitri Rogozin, supervisor governamental da indústria nacional de defesa.

O incremento das ameaças norte-atlânticas no Mar Negro e do Báltico, e a presidência na Ucrânia do oligarca Pioter Poroshenko, que faz questão de estabelecer uma nova aliança castrense com os Estados Unidos e a OTAN, evidenciam o caminho que se impõe ao Kremlin.

Putin reafirmou que as TCE continuarão recebendo sistemas de localização inovadores em silos e em plataformas móveis.

EXERCÍCIOS EM 2014

No meio das ameaças que a Rússia percebe da contraparte ocidental, a 1 de junho do ano em curso as Forças de Defesa Aeroespacial começaram os treinamentos estivais que concluirão no final do outono, segundo o coronel Alexei Zolotujin, porta-voz da pasta da Defesa.

Durante o semestre, os efetivos deste corpo armado deverão realizar 15 exercícios que o oficial qualificou de importantes em declarações à agência de notícias Novosti.

Prevê-se realizarem mais de 10 manobras e treinamentos de comando e controle, bem como exercícios práticos com tiro real no polígono Ashuluk (província de Astracán) com a participação de sistemas antimísseis S-400 Triunf e complexos antiaéreos de canhão-míssil Panrsir-S.

Zolotujin enfatizou em que uma prioridade incondicional é a realização do calendário de lançamentos de vetores espaciais militares e de uso duplo, da mesma forma que de foguetes balísticos intercontinentais.

O general Víctor Yesin, ex-chefe do Estado Maior das Tropas de Mísseis Estratégicos de Rússia (TME), por sua vez, descartou que um míssil modernizado como o denominado RS-26 viole o tratado russo-norte-americano para a eliminação de projéteis de médio e curto alcance.

Moscou notificou por sua vez à contraparte estadunidense comprometida no Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START-3, em inglês) sobre os trabalhos de modernização do foguete intercontinental RS-24, assegurou o especialista.

Em declarações a meios de imprensa russos, o coronel geral (retirado) explicou que em sua nova versão o projétil recebe a denominação de RS-26.

Fez-se uma demonstração à contraparte norte-americana com 6.300 quilômetros no polígono de Kura, em Kamchatka, sustentou.

Participante na redação do START-3, Yesin explicou que os Estados Unidos investe grandes recursos na criação de armamentos hipersônicos (de velocidade cinco vezes superior à do som), mas indicou que a Rússia não está desatualizada a este respeito.

*Corresponsável da Prensa Latina na Rússia.

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