Kiev, 16 ago (Prensa Latina) Militares da Guarda Nacional (GN) ucraniana capturados por milicianos da insurgente cidade de Lugansk confirmaram hoje que tinham a missão de atacar o comboio de ajuda humanitária russa destinada à região do Dombass.
Os três saboteadores integrantes de uma força tarefa da GN escondiam em um veículo um carregamento de armas e munições, segundo informou o quartel geral das milícias unificadas da República Popular de Lugansk e de Donetsk. Um porta-voz dos rebeldes explicou que o arsenal estava oculto em bolsas como embalagens de alimentos.
O plano consistia em "plantar" minas ao longo do caminho e atacar ao comboio russo que transporta 400 toneladas de cereais, 100 de açúcar, 62 de alimentos para crianças, 54 de medicamentos, 12 mil sacos de dormir e 69 geradores elétricos.
Os integrantes do comando disseram nos interrogatórios que o objetivo principal de sua missão era impedir que esses meios de subsistência chegassem aos residentes das zonas rebeldes do sudeste ucraniano, destroçadas em catástrofe humanitária pelos bombardeios das forças subordinadas a Kiev.
Um dos detentos assegurou que o Exército ucraniano tem enviado sete equipes de sabotadores para as regiões de Donetsk e Lugansk e que esses grupos foram treinados para operar em emboscadas ao longo das rotas que conduzem às áreas controladas pela milícia.
Explicou que os oficiais de segurança os instruíram na execução de ações que obriguem ao comboio a retornar à fronteira sem chegar a matar aos socorristas russos que acompanham o veículo.
Os detentos reiteraram que os planos de atentado tem como objetivo impedir o fornecimento de alimentos e medicamentos nos territórios sob controle das forças insurgentes.
Porta-vozes do quartel geral das milícias citados por Itar-Tass disseram que continuam as investigações sobre as outras ações dos saboteadores.
A chancelaria russa denunciou ontem as tentativas de obstruir a chegada da ajuda humanitária enviada por Moscou para os civis do sudeste ucraniano. Uma nota publicada no site ministerial expressa "profunda preocupação" pelas tentativas de pôr cada vez mais novos obstáculos ao transporte desses meios.
A intensificação das ações militares por mando das tropas ucranianas na zona entre a fronteira da Rússia e Lugansk têm o evidente propósito de evitar a passagem do comboio pela rota acordada com Kiev, denuncia o comunicado oficial.
Ao que parece, na Ucrânia e fora de seus limites existem muitas forças dispostas a impedir a ajuda humanitária inclusive à custa de novas vítimas e destruições, indica o texto.
Nesta sexta-feira, guardas de fronteira e alfandegários ucranianos detiveram o comboio russo com o pretexto de não ter recebido a documentação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR).
A guarda fronteiriça e os oficiais da Alfandega estão prontos para começar o trabalho de recepção desses bens, mas nossos representantes não têm recebido nenhuma documentação do CICR, afirmou o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança e Defesa (CNSD), Andrei Lisenko.
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