31.08.2016 | Fonte de
informações:
Muito
embora a visita à Síria do Almirante Guan Youfei (o chefe do novo Departamento
de cooperação militar internacional chinês) se situe no quadro de uma tomada de
contacto com o conjunto de países da região, ela causou inquietação no
Ocidente. De momento, segundo o acordo assinado, o Exército chinês apenas se
comprometeu a formar na China os militares sírios do serviço de saúde. No
entanto, todos perceberam muito bem que este acordo esconde mais, porque há já
quatro anos que metade dos médicos militares são formados na China. Embora se
ignore o que foi realmente decidido, a existência deste acordo marca, por si
só, uma mudança estratégica.
Thierry
Meyssan
Com
efeito, no decurso dos últimos cinco anos a China Popular inibiu-se de qualquer
forma de cooperação que pudesse ser interpretada por Washington como ajuda
militar. Portanto, ela não só recusou fornecer armas mas também materiais civis
essenciais durante esta guerra, tal como detectores de túneis.
Independentemente
da importantíssima assistência económica de Pequim, todos se lembram que a
Rússia tinha identicamente concluído um acordo com a Síria no início de 2012,
prenunciando a sua assistência militar três anos e meio mais tarde. Prepara-se,
pois, a China para se instalar ali também?
É
provável que a resposta dependa de rapidez da instalação norte-americana no mar
da China, e das provocações dos aliados de Washington nesta região.
O
interesse da China pela Síria data da Antiguidade e da Idade Média. A Rota da
Seda atravessava a Ásia Central para passar por Palmira e Damasco antes de
bifurcar em direcção a Tiro e Antioquia. Poucas coisas restam desta longínqua
cooperação comercial, a não ser o Pagode visível nos mosaicos da Mesquita dos
Omíadas. O Presidente Xi fez da restauração desta via de comunicação (e da
criação de uma segunda através da Sibéria e da Europa) o objetivo principal do
seu mandato.
O outro
grande interesse de Pequim é a luta contra o Partido islamista do Turquestão
que se juntou à Al-Qaida, depois ao Daesh (E.I.). Existe actualmente um
quarteirão uigur em Rakka e o Daesh (E.I.) publica um jornal especialmente para
os seus membros.
Os
membros deste grupo estão ligados à Ordem dos Naqchbandis, uma congregação
Sufista, da qual o antigo Grande mufti da Síria, Ahmad Kuftaru foi mestre. As
lojas desta Ordem aproximaram-se dos Irmãos Muçulmanos, em 1961, por influência
do serviços secretos anglo-saxónicos, CIA e MI6. Eles participaram na criação
da Liga Islâmica Mundial pela Arábia Saudita, em 1962. No Iraque, agruparam-se
em torno de Izzat Ibrahim al-Douri, e apoiaram a tentativa de golpe de Estado
dos Irmãos Muçulmanos sírios, em 1982. Em 2014, eles forneceram 80. 000
combatentes ao Daesh (E.I.). Na Turquia, os Naqchbandis criaram a Milli Goruş,
da qual Recep Tayyip Erdoğan foi um dos líderes. Foram eles ainda que, nos anos
90, organizaram os movimentos islamistas tanto no Cáucaso russo como no
Xinjiang chinês.
Mais
ainda que os Russos, os Chineses precisam de informações sobre esta organização
e sobre a maneira como Washington e Londres a controlam. Eles acreditaram
erroneamente, em 2001, que os Anglo-saxónicos tinham mudado após os atentados
de 11-de Setembro, e que iriam colaborar com a Organização de Cooperação de
Xangai no combate ao terrorismo. Actualmente estão cientes que a Síria é uma
verdadeira defensora da paz.
Thierry
Meyssan
Tradução
Alva
Alva
Fonte
Al-Watan (Síria)
Al-Watan (Síria)
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http://port.pravda.ru/news/mundo/31-08-2016/41657-china_siria-0/#sthash.6wi2tvEu.dpuf
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