11.08.2016
Fidel
Castro: 90 anos de exemplo
Dizem
que quando Fidel castro deu seu primeiro grito ao mundo naquele 13 de agosto de
1926, os cedros da chácara Birán balançaram suas folhas ao vento de forma
diferente e alguns dos vizinhos, que foram dar as congratulações a Lina e a
Ángel pela nova cria, miraram-no adormecido dentro do berço... e lhe auguraram
que seria um grande homem.
O
Líder histórico da Revolução cubana cumpre 90 anos e sua vida segue
representando um exemplo para milhões de pessonas em todo o mundo.
O menino Fidel Castro
Dizem
que quando Fidel castro deu seu primeiro grito ao mundo naquele 13 de agosto de
1926, os cedros da chácara Birán balançaram suas folhas ao vento de forma
diferente e alguns dos vizinhos, que foram dar as congratulações a Lina e a
Ángel pela nova cria, miraram-no adormecido dentro do berço e lhe auguraram que
seria um grande homem. E não se equivocaram.
O
menino Fidel cresceu entre o verdor do campo, das mangas, ameixas, tamarindos
e, sem explicações lógicas, ia quase todos os dias até o albergue onde estavam
os haitianos que trabalhavam na fazenda, pois gostava de passar o tempo junto
aos trabalhadores.
Seu
caráter revolucionário começou a moldar-se com força; se indignava ante cada
injustiça, e se envolvia sempre em defesa das causas justas, até que jurou
tornar-se advogado para defender aos despossuídos.
Já
na Universidade se tornou líder. Os estudantes o seguiam em suas ideias porque
viam nele o defensor das boas causas, e quando, em 1950, se gradua como Doutor
em Direito Civil e Licenciado em Direito Diplomático, se dedica
fundamentalmente à defesa de pessoas e setores humildes e já é um
revolucionário completo, que sofre a cada dia ante tanta afronta e opróbrio que
o tirano de turno causava.
Um
dia, só e em silêncio, tomou a decisão mais radical: ao governo havia
que derrocá-lo com as armas.
Então
começou a buscar companheiros que pensassem como ele e planejaram em silêncio
um golpe contra o tirano Fulgêncio Batista, até que chegou o Dia da Santa Ana,
quando Santiago de Cuba desfrutava de seus carnavais, aquele 26 de julho de
1953.
Fidel o Rebelde: "seremos livres ou seremos
mártires"
Na
noite de 25 de julho, Fidel, reunido com os revolucionários, sentenciou:
"Companheiros:
poderão vencer dentro de algumas horas ou serem vencidos; porém, de todas as
maneiras, ouçam bem, companheiros!, de todas as maneiras o movimento triunfará.
Se vencemos amanhã, se fará em breve o que Martí aspirou. Se ocorrer o
contrário, o gesto servirá de exemplo ao povo de Cuba, a tomar a bandeira e
seguir adiante.
"O
povo nos respaldará no Oriente e em toda a ilha. Jovens do Centenário do
Apóstolo! Como no 68 e no 95, aqui no Oriente damos o primeiro grito de
liberdade ou morte! Vocês já conhecem os objetivos do plano.
"Sem
dúvida alguma é perigoso e aquele que saia comigo daqui nesta noite deve
fazê-lo por sua absoluta vontade. Ainda estão a tempo para se decidir. De todas
as maneiras, alguns terão que ficar por falta de armas. Os que estejam
determinados a ir, deem um passo à frente. A palavra de ordem é não matar senão
por última necessidade".
Naquele
amanhecer de julho, o ataque ao quartel Moncada foi uma derrota militar, porém
uma vitória política. Ainda que dezenas de combatentes foram assassinados,
assinalaram o caminho para a liberdade.
Fidel,
junto a outros 19 sobreviventes, intenta chegar até a Gran Piedra para continuar
a luta. Depois de uma longa marcha para evitar numerosas barreiras militares e
operações de rastreamento, são surpreendidos por uma patrulha de Batista, sob o
mando do segundo-tenente Pedro Sarría Tartabull.
Ainda
que a ordem que tinham era a de matar aos prisioneiros suspeitos de terem
participado no assalto, Sarría respeita a vida dos jovens gritando para seus
subordinados:
"Não
disparem, não se mata as ideias".
Fidel
foi preso com um grupo de sobreviventes e dois anos depois saiu do cárcere com
uma sentença que cumpriria: "Em 1956 seremos livres ou seremos
mártires".
Da guerrilha à Revolução
Assim
se foi ao México e durante vários meses preparou uma expedição, que desembarcou
nas costas do oriente cubano a 2 de dezembro de 1956, sob o assédio do exército
que só umas horas depois, em Alegría de Pío, assestou um ataque demolidor
contra os revolucionários, o qual obrigou a sua dispersão.
Depois,
a guerrilha foi se rearmando e, depois de sua consolidação definitiva na Sierra
Maestra como o Exército Rebelde, no oriente de Cuba, realizou a invasão para o
ocidente e Fidel e seus homens se alçaram com o triunfo no primeiro de janeiro
de 1959.
A
partir desse momento Cuba e sua Revolução enfrentaram os momentos mais
difíceis.
Fidel
soube se impor com sua inteligência e decisão ante cada desafio: luta contra
bandidos, Lei de Reforma Agrária, Lei de Reforma Urbana, Primeira e Segunda
Declarações de La Habana, invasão por Playa Girón, a Crise de Outubro,
imposição e recrudescimento do bloco econômico, comercial e financeiro;
constantes planos de atentados, que somaram até o ano de 2007 um total de 638
tentativas de assassinato e ações terroristas.
Durante
sua etapa como presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros presidiu
missões oficiais cubanas em mais de 50 países e, entre 21 e 25 de janeiro de
1998, recebeu e atendeu durante sua estadia em Cuba ao papa João Paulo II.
De
forma estratégica, Fidel dirigiu a participação de centenas de milhares de
combatentes cubanos em missões internacionalistas em Argélia, Síria, Angola,
Etiópia e outros países, e foi decisivo o aporte de Cuba ao triunfo sobre o
Apartheid. Também impulsou e organizou o aporte de dezenas de milhares de médicos,
professores e técnicos cubanos que prestaram e prestam serviços em mais de 40
países do Terceiro Mundo, assim como a realização de estudos em Cuba por parte
de dezenas de milhares de estudantes desses países.
Lutador contra a hegemonia
O
líder da Revolução cubana consolidou os programas integrais de assistência e
colaboração cubana em matéria de saúde em numerosos países de África, América
Latina e Caribe, e a criação em Cuba de escolas internacionais de Ciências
Médicas, Desporto e Educação Física e outras disciplinas para estudantes do
Terceiro Mundo.
Fidel
promoveu em escala mundial a batalha do Terceiro Mundo contra a ordem econômica
internacional vigente, em particular contra a dívida externa, o desperdício de
recursos como consequência dos gastos militares e a globalização neoliberal, e
são notáveis seus esforços pela unidade e a integração da América Latina e do
Caribe.
Também
liderou a ação decidida do povo cubano para enfrentar os efeitos do bloqueio
econômico imposto a Cuba pelos Estados Unidos desde há mais de 55 anos e as
consequências no plano econômico da derrocada da comunidade socialista
europeia, e promoveu o esforço tenaz dos cubanos para superar as graves
dificuldades resultantes destes fatores, sua resistência durante o chamado
Período Especial e o reinício do crescimento e desenvolvimento econômico do
país.
A
31 de julho de 2006 Fidel Castro fazia entrega de suas responsabilidades por
razões de saúde, e segundo suas próprias palavras havia chegado um momento em
que, devido a sua enfermidade, não podia continuar à frente do governo, pelo
que decidiu transferir o poder ao primeiro vice-presidente cubano nesses
momentos, Raúl Castro.+
Desde
então, Fidel Castro tem se dedicado a escrever sobre temas mundiais, o qual
reafirma que continua sendo um ativo participante na luta de ideias. Por sua
autoridade moral, influi em importantes e estratégicas decisões da Revolução, e
aos seus 90 anos segue sendo luz para milhões de pessoas em todo o mundo.
Tradução:
Joaquim Lisboa Neto
- See more at: http://port.pravda.ru/mundo/11-08-2016/41531-fidel_castro-0/#sthash.bi5YwOxM.dpuf
Nenhum comentário:
Postar um comentário