© AP Photo / Susan Walsh
Em entrevista à Sputnik, um analista comentou as recentes declarações
da inteligência norte-americana que a Coreia do Norte estaria
construindo novos mísseis balísticos.
A inteligência norte-americana comunicou sobre
alegada descoberta no território norte-coreano de sinais de atividade
parecida com o desenvolvimento de novos mísseis balísticos, o que
contradiz os compromissos alcançados após o encontro entre o presidente
norte-americano Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong-un em
junho.
A Sputnik Mundo falou
com Georgy Toloraya, diretor de estudos coreanos da Academia das
Ciências da Rússia (RAN, na sigla em russo) para pedir sua opinião
quanto a estas declarações.”Existe uma conspiração daquela parte da
administração que se opõe à política de aproximação com Pyongyang e à
resolução da questão norte-coreana iniciada por Trump. A fim de impedir
este processo, surgem informações falsas que a Coreia do Norte
alegadamente está continuando seus avanços nucleares, bem como o
aperfeiçoamento de seus sistemas de mísseis”, explicou o analista.
De acordo com ele, em uma análise mais profunda, dá para perceber “que está em curso uma atividade normal, iniciada ainda antes das conversações”, e que não há nenhumas violações por parte dos norte-coreanos.
Entretanto, Georgy Toloraya assinalou que, por enquanto, ainda é cedo para falar sobre uma desnuclearização completa da Coreia do Norte.
Ele destacou que Pyongyang está dando passos concretos nessa direção. Por exemplo, os norte-coreanos já tinham lançado o processo de repatriamento dos restos mortais dos soldados norte-americanos falecidos durante a Guerra da Coreia de 1950 a 1953.”No futuro, caso a normalização corresponda ao plano elaborado, o presidente dos EUA e o líder norte-coreano podem vir a se encontrar de novo. Seu primeiro encontro tinha uma probabilidade de acontecer de 30% a 50%, mas apesar disso, ele se realizou”, ressaltou.
© AFP 2018 / ATTA KENARE
De acordo com ele, em uma análise mais profunda, dá para perceber “que está em curso uma atividade normal, iniciada ainda antes das conversações”, e que não há nenhumas violações por parte dos norte-coreanos.
“Não houve nenhuns compromissos vinculativos,
sendo assim, Pyongyang tem direito de não fazer nada. Contudo, a Coreia
do Norte já está dando certos passos. Por exemplo, começou a eliminar
seu centro de lançamento de mísseis e suspendeu a atividade militar”,
acrescentou.
Toloraya acredita que se trata de um exemplo típico de guerras
informacionais e provocações que visam paralisar a normalização das
relações entre os EUA e a Coreia do Norte.Contudo, o analista expressou
sua estranheza quanto à eliminação do centro de lançamento. Segundo ele,
as tecnologias norte-coreanas de lançamento de foguetes portadores no
futuro poderiam se tornar um produto capaz de competir no mercado de
serviços internacional. O analista acredita que Pyongyang poderia
cooperar com a Rússia nessa área.Entretanto, Georgy Toloraya assinalou que, por enquanto, ainda é cedo para falar sobre uma desnuclearização completa da Coreia do Norte.
Ele recordou que Pyongyang tinha pedido para
lhe fornecerem garantias firmes de sua segurança. Contudo, é difícil que
Washington possa assegurar essas garantias, já que com a chegada de um
novo presidente dos EUA, “todas elas podem ser jogadas na lixeira”.
“A Coreia do Norte está pronta para fazer certas concessões, mas por
estar percebendo que isso ainda está longe de acontecer, opta por uma
atitude de várias fases, ou seja, a normalização das relações gradual e a
redução do programa nuclear. Contudo, ninguém pode prever quanto este
processo pode demorar”, assinalou Toloraya.Ele destacou que Pyongyang está dando passos concretos nessa direção. Por exemplo, os norte-coreanos já tinham lançado o processo de repatriamento dos restos mortais dos soldados norte-americanos falecidos durante a Guerra da Coreia de 1950 a 1953.”No futuro, caso a normalização corresponda ao plano elaborado, o presidente dos EUA e o líder norte-coreano podem vir a se encontrar de novo. Seu primeiro encontro tinha uma probabilidade de acontecer de 30% a 50%, mas apesar disso, ele se realizou”, ressaltou.
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