A Coreia do Norte colocou seus mísseis em
prontidão nesta sexta-feira, preparando um eventual ataque contra bases
militares dos Estados Unidos na Coreia do Sul e Pacífico, depois que os
EUA realizaram exercícios com aviões B-2 Spirit invisíveis aos radares
sobre a península coreana
Por David Chance e Phil Stewart
SEUL/WASHINGTON, 29 Mar (Reuters) - A Coreia do
Norte colocou seus mísseis em prontidão nesta sexta-feira, preparando um
eventual ataque contra bases militares dos Estados Unidos na Coreia do
Sul e Pacífico, depois que os EUA realizaram exercícios com aviões
"invisíveis" aos radares sobre a península coreana, numa rara
demonstração de força.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, assinou a ordem de preparação
militar numa reunião à meia-noite com generais de alto escalão, segundo a
agência estatal de notícias do seu país, a KCNA. De acordo com o
relato, Kim "julgou que chegou a hora de acertar contas com os
imperialistas dos EUA, com vistas à situação prevalecente."
A KCNA disse que Pyongyang e Washington só poderão resolver suas
diferenças por "meios físicos". O Norte tem um arsenal de mísseis de
curto alcance Scud, da era soviética, que são capazes de atingir a
Coreia do Sul. Já os seus mísseis Nodong e Musudan, de maior alcance
--teoricamente suficientes para atingirem bases dos EUA no Pacífico--
nunca foram testados.
A China, única aliada relevante da Coreia do Norte, repetiu seu
pedido por moderação na região, sem fazer críticas aos sobrevoos
norte-americanos.
A tensão está elevada desde que a Coreia do Norte realizou seu
terceiro teste de armas nucleares, em fevereiro, violando sanções da
ONU, e apesar dos alertas chineses em contrário.
O ministro de relações exteriores da Rússia criticou implicitamente
os exercícios dos EUA com aviões do tipo Stealth ("furtivos"), que não
são detectados por radares.
"Estamos preocupados de que, além da reação adequada e coletiva do
Conselho de Segurança da ONU, esteja sendo tomada em torno da Coreia do
Norte uma ação unilateral que é cada vez mais uma atividade militar",
disse o chanceler Sergei Lavrov.
"A situação pode simplesmente sair do controle, ela está escorregando
para a espiral de um círculo vicioso", acrescentou Lavrov a jornalistas
em Moscou.
Ele defendeu esforços pela retomada do diálogo multilateral com a
Coreia do Norte. Esse processo envolvia Rússia, EUA, China, Japão e as
duas Coreias.
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