Presidente sírio disse que poderia ter respondido aos ataques de Israel, mas que prefere "uma vingança estratégica"
O presidente da Síria, Bashar al Assad, expressou sua disposição a oferecer "tudo" ao Hezbollah em reconhecimento ao apoio do grupo político-militar xiita a seu regime, informou nesta quinta-feira (09/05) o jornal libanês Al Akbar.
A publicação, próxima ao Hezbollah, divulgou estas declarações que Assad fez durante um encontro com personalidades libanesas que apoiam seu regime.
"A Síria tem uma confiança absoluta e agradece pela fidelidade e a constância do Hezbollah, portanto decidimos lhe dar tudo", disse o líder, segundo o jornal.
Assad se referia supostamente ao envio de combatentes do Hezbollah para lutar junto às forças de seu regime, especialmente na cidade de Al Quseir, na província de Homs, perto da fronteira com o Líbano, e em lugares santos para a comunidade xiita.
"É a primeira vez que sentimos que eles (Hezbollah) e nós vivemos a mesma situação, e que não são só um aliado que nos ajuda a resistir", declarou Assad.
O líder sírio destacou, além disso, que poderia ter respondido aos supostos ataques israelenses contra seu país "disparando foguetes", mas acrescentou que prefere "uma vingança estratégica, abrindo a porta para a resistência".
O ataque do domingo passado, pelo qual Israel não se responsabilizou, destruiu várias instalações militares nos arredores de Damasco e, segundo o opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos, causou a morte cerca de 40 soldados, algo não confirmado pelo regime. Na ocasião, a imprensa dos Estados Unidos relacionou a operação à uma tentativa do premiê Benjamin Nethanyahu de evitar que a Síria transferisse armamentos ao Hezbollah.
"Depois deste ataque, estamos convencidos de que lutamos contra o inimigo, e perseguiremos seus soldados na Síria", acrescentou, em alusão aos rebeldes sírios aos quais acusa de serem aliados de Israel.
Ainda na entrevista ao Al Akbar, Assad criticou o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, chamando-o de "hipócrita e desonesto", e elogiou os iranianos.
"O Irã não é só uma minoria xiita em um mar sunita. Talvez nos ajude com os egípcios para tomar a liderança na região no lugar dos turcos", acrescentou.
Quanto aos países árabes do Golfo Pérsico, o presidente sírio disse que são "tribos, não compreendem a lógica da situação e não se deve trata-los como nações".
Por fim, a respeito da Jordânia, Assad afirmou que o rei Abdullah II não quer ver a Síria ameaçada, mas que está sujeito a uma forte pressão de Estados Unidos e Israel.
(*) com Agência Efe
Via Opera Mundi
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