Friedrich Engels
26 de Junho de 1874
Primeira
Edição: Escrito
em Junho de 1874. Publicado no jornal Der Volksstaat, n.º 73, de 26 de Junho
de 1874 e no livro: F. Engels, Internationales aus dem «Volksstaat»
(1871-1875), Berlim, 1894. Assinado: F. Engels. Publicado
segundo o texto do jornal, confrontado com o da edição de
1894. Traduzido do alemão.
Fonte: Obras Escolhidas em três tomos, Editorial"Avante!"
Tradução: José BARATA-MOURA.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo, fevereiro 2009.
Direitos de Reprodução: © Direitos de tradução em língua portuguesa reservados por Editorial "Avante!" - Edições Progresso Lisboa - Moscou, 1982.
Fonte: Obras Escolhidas em três tomos, Editorial"Avante!"
Tradução: José BARATA-MOURA.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo, fevereiro 2009.
Direitos de Reprodução: © Direitos de tradução em língua portuguesa reservados por Editorial "Avante!" - Edições Progresso Lisboa - Moscou, 1982.
Depois de
cada revolução ou contra-revolução fracassada desenvolve-se entre os refugiados
vindos para o estrangeiro uma actividade febril. Os diversos matizes
partidários formam-se em grupo, acusam-se reciprocamente de terem metido o
carro na valeta, culpam-se uns aos outros de traição e de todos os outros
possíveis pecados mortais. Mantêm-se em intensa ligação com a pátria,
organizam, conspiram, imprimem panfletos e jornais, juram que em vinte e quatro
horas recomeçarão, que a vitória é certa, e, em vista disto, partilham já os
lugares no governo. Segue-se, naturalmente, decepção após decepção e, como não
se atribui estas [decepções] a condições históricas inevitáveis, que não se
quer entender, mas a erros casuais de indivíduos, acumulam-se as acusações recíprocas
e termina tudo numa zaragata geral. Esta é a história de todas as comunidades
de refugiados, dos emigrados realistas[N280] de 1792
até aos dias de hoje; e quem, entre os refugiados, tiver entendimento e visão
afasta-se das querelas infrutuosas, assim que isso se puder fazer decentemente,
e dedica-se a algo de melhor.
A
emigração francesa depois da Comuna também não escapou a este
destino inevitável. Em virtude da campanha europeia de calúnias, que todos
atacou por igual e, em Londres, especialmente, em virtude do centro comum, que
ela encontra no Conselho Geral da Internacional, foi obrigada, por uma
temporada, a reprimir as suas discórdias internas, pelo menos, perante o mundo,
[mas], nos últimos dois anos, ela não estava mais em condições de esconder o
processo de decomposição que progride cada vez mais rapidamente. O conflito
aberto rebentou por toda a parte. Na Suíça, uma parte, essencialmente
influenciada por Malon, que foi ele próprio um dos
fundadores da Aliança secreta, juntou-se aos bakuninistas. Depois, em Londres, os chamados
blanquistas afastaram-se da Internacional e formaram um grupo à parte com
o título: a comuna revolucionária. Além deste, nasceu mais tarde um conjunto de
outros grupos que permanecem, porém, confinados a uma contínua reorganização e
refundição e que também em manifestos não realizaram nada de considerável,
enquanto os blanquistas, numa proclamação aos «Communeux»(1*) acabam
de dar a conhecer o seu programa a todo o mundo.
Estes
blanquistas[N132] chamam-se assim não
por serem algum grupo fundado por Blanqui — só uns dois ou três dos 33
subscritores deste programa chegaram a falar com Blanqui —, mas apenas porque eles querem
agir no espírito dele e segundo a sua tradição. Blanqui é essencialmente um
revolucionário político, socialista apenas por sentimento, que simpatiza com o
sofrimento do povo, mas não tem nem uma teoria socialista nem propostas
práticas determinadas de remédios sociais. Na sua actividade política, foi essencialmente
«homem de acção», acreditando que uma pequena minoria bem organizada que no
momento correcto tente um golpe de mão revolucionário pode, por um par de
primeiros sucessos, arrastar consigo a massa do povo e fazer assim uma
revolução vitoriosa. Naturalmente, sob Louis-Philippe, só pôde organizar este núcleo
como sociedade secreta e, então, passou-se aquilo que habitualmente se passa
com as conjuras: as pessoas, fartas de serem feitas esperar com promessas
vazias de que em breve se começaria, perderam, por fim, totalmente a paciência,
rebelaram-se e, assim, ficou apenas a escolha entre: ou deixar a conjura ruir
ou começar o ataque sem nenhum motivo exterior. Iniciou-se o ataque (em 12 de
Maio de 1839) e foi reprimido num abrir e fechar de olhos. Aliás, esta conjura
de Blanqui foi a única em que a polícia
nunca conseguiu meter o pé; o ataque caiu-lhe como [raio] de céu sereno. — Do
facto de Blanqui apreender toda a revolução como
golpe de mão de uma pequena minoria revolucionária, segue-se evidentemente a
necessidade da ditadura depois do êxito: a ditadura, bem entendido, não da
classe revolucionária toda, do proletariado, mas do pequeno número daqueles que
fizeram o golpe de mão e que já estão previamente organizados sob a ditadura de
um ou de uns poucos.
Vê-se que
Blanqui é um revolucionário da geração
precedente. Estas representações do curso dos acontecimentos revolucionários,
pelo menos para o partido operário alemão estão há muito antiquadas e, em
França, também só podem ainda encontrar eco junto dos operários menos maduros
ou junto dos operários impacientes. Veremos também que no presente programa
elas foram submetidas a certas limitações. Mas, entre os nossos blanquistas de Londres, também passa por
princípio fundamental que as revoluções, em geral, não se fazem por si
próprias, mas são feitas; que elas são feitas por uma minoria relativamente
pequena e segundo um plano previamente estabelecido; e, finalmente, que, a
qualquer momento, ela «começará em breve». Com tais princípios, naturalmente,
fica-se inelutavelmente exposto a todas as autodecepções de refugiado e tem de
se cair de disparate era disparate. Antes de tudo, quer-se fazer de Blanqui «homem de acção». Mas, [só] com
a boa vontade alcança-se aqui pouco; não é qualquer um que tem o instinto
revolucionário, a resolução rápida, de Blanqui e por muito que Hamlet fale de
energia continua sempre a ser Hamlet. E, quando agora os nossos trinta e três
homens de acção não encontram absolutamente nada para fazer no domínio daquilo
a que chamam acção, os nossos trinta e três Brutus caem numa contradição mais
cómica do que trágica consigo próprios, uma contradição cujo trágico não é de
modo nenhum carregado pelo ar sombrio de que se rodeiam, como se fossem puros
«Möros, de punhal no fato», o que, de passagem, de modo nenhum lhes ocorre. Que
podem eles fazer? Preparam o próximo «começo» estabelecendo listas de
proscrições para o futuro, para que, assim, a série de gente que tomou parte na
Comuna seja depurada (epuré), pelo
que eles também são chamados pelos outros refugiados: os puros (les purs). Se
eles próprios se dão esse título, é-me desconhecido, [mas.] ele também
assentaria bastante mal a vários de entre eles. As suas reuniões são fechadas e
as suas decisões devem ser mantidas secretas, o que, porém, de modo algum
impede que na manhã seguinte todo o bairro francês se faça eco disso. E, como
sempre acontece a semelhantes homens de acção graves que não têm nada que
fazer, embarcaram numa polémica, primeiro pessoal e depois literária, com um
digno adversário, uma das pessoas mais mal afamadas da pequena imprensa de
Paris, um certo Vermersch que, sob a Comuna, editou o Père Duchêne[N281], miserável
caricatura da folha de Hébert de 1793. Este nobre senhor
responde à indignação moral deles, declarando-os a todos, num panfleto, como
«patifes ou cúmplices de patifes» e cumulando-os com uma rara profusão de
palavrões de urinol:
E os
nossos trinta e três Brutus acham que é preciso brigar com
semelhante adversário perante o público!
Se uma
coisa é certa, é esta: que o proletariado de Paris, depois da guerra esgotante,
depois da redução à fome de Paris e, nomeadamente, depois da terrível sangria
das jornadas de Maio de 1871, tem precisão de bastante tempo de descanso para
acumular de novo forças, e que toda a tentativa prematura de uma sublevação só
pode ter por consequência uma nova derrota, talvez ainda mais terrível. Os
nossos blanquistas são de outra opinião. A
desagregação da maioria monárquica em Versalhes anuncia-lhes
«a queda
de Versalhes, a desforra da Comuna. Pois chegamos a um desses
grandes momentos históricos, a uma dessas grandes crises, em que o povo, embora
pareça afundar-se na sua miséria e estar condenado à morte, retoma com uma
força nova a sua marcha avante revolucionária».
Recomeça-se,
portanto, e, precisamente, de imediato. Esta esperança de uma pronta «desforra
da Comuna» não é mera ilusão de refugiado,
é necessário artigo de fé para gente que à força se meteu na cabeça fazer de
«homens de acção» num tempo em que, no sentido deles, no sentido do começar do
ataque revolucionário, não há absolutamente nada a fazer. Tanto faz. Como a
coisa começa, parece-lhes «chegado o momento de todo aquele que na comunidade
de refugiados ainda tiver alguma vitalidade tomar posição». E, por conseguinte,
os 33 declaram-nos que são: 1. ateus, 2. comunistas, 3. revolucionários.
Os nossos
blanquistas têm de comum com os bakuninistas o quererem representar a
orientação de mais longo alcance, a orientação mais extrema. É por isso também,
diga-se de passagem, que, embora opondo-se-lhes quanto aos objectivos, os
acompanham, contudo, frequentemente, nos meios. Trata-se, portanto, em referência
ao ateísmo, de se ser mais radical do que todos os outros. Ser ateu hoje em
dia, felizmente, já não é obra. Assim, o ateísmo está mais ou menos
subentendido nos partidos operários europeus, embora em certos países ele ainda
possa, frequentemente, ser como o daquele bakuninista espanhol que acerca disso
declarou: que acreditar em deus era contra todo o socialismo, mas na virgem
Maria era uma coisa totalmente diferente, na qual, naturalmente, qualquer
socialista da ordem tinha de acreditar. Dos operários sociais-democratas
alemães pode mesmo dizer-se que, entre eles, o ateísmo já fez a sua época; esta
palavra puramente negativa já não tem para eles qualquer aplicação, uma vez que
eles já não estão mais numa oposição teórica à fé em deus, mas numa oposição
prática: eles desembaraçaram-se simplesmente de deus, pensam e vivem no
mundo real e são, portanto, materialistas. Isto também é bem o caso em França.
Mas, se não for, não haveria nada de mais simples do que velar por que a
magnífica literatura materialista francesa do século passado seja propagada em
massa entre os operários, essa literatura em que o espírito francês, segundo a
forma e o conteúdo, até hoje realizou o seu máximo e que — considerando o
estado da ciência de então —, pelo conteúdo, ainda hoje está infinitamente alto
e, pela forma, não voltou a ser alcançada. Mas isto não pode convir aos nossos blanquistas. Para demonstrar que eles são os
mais radicais de todos, tal como em 1793, deus é abolido por decreto.
«Que a Comuna liberte para sempre a humanidade
desse espectro da miséria passada» (deus), «dessa causa» (o deus não existente
[seria] uma causa!) «da sua miséria presente. — Na Comuna não há lugar nenhum para os
padres; toda a manifestação religiosa, toda a organização religiosa tem de ser
proibida.»
E esta
exigência de transformar as pessoas em ateus par ordre du mufti(3*) é assinada por dois
membros da Comuna que, contudo, verdadeiramente
tiveram oportunidade suficiente para experimentar que, em primeiro lugar, se
pode decretar imensa coisa no papel sem que, por esse facto, isso tenha de ser
realizado e, em segundo lugar, que perseguições são o melhor meio para promover
convicções indesejáveis! Isto [porém] é certo: o único serviço que, hoje em
dia, ainda se pode fazer a deus é o de declarar o ateísmo um artigo de fé
compulsório e ultrapassar as leis sobre a Igreja da Kulturkampf'[N282] de Bismarck por uma proibição da religião em
geral.
O segundo
ponto do programa é o comunismo. Encontramo-nos aqui já muito mais em casa,
porque o barco em que aqui navegamos chama-se: Manifesto
do Partido Comunista, publicado em Fevereiro de 1848. Já no Outono de 1872, os cinco blanquistas que saíram da Internacional professavam um programa
socialista que, em todos os pontos essenciais, era o do actual comunismo alemão
e só fundamentaram a sua saída em que a Internacional se recusava a brincar à
revolução à maneira desses cinco. O conselho dos trinta e três adopta agora
este programa com toda a sua visão materialista da história, ainda que a sua
transposição para o francês blanquista deixe muito a desejar ali onde o «Manifesto» não é conservado bastante
literalmente, como, p. ex., aconteceu nesta frase:
«Expressão
última de todas as formas de servidão, a burguesia libertou a exploração do
trabalho dos véus místicos que a obscureciam; governos, religiões, família,
leis, instituições do passado como do presente, mostraram-se, por fim, nesta
sociedade reduzida aos termos simples de capitalistas e de assalariados, como
os instrumentos de opressão por meio dos quais a burguesia mantém a sua
dominação, contém o proletariado.»
«Numa
palavra no lugar da exploração encoberta com ilusões religiosas e políticas, a
burguesia pôs a exploração seca, directa, desavergonhada, aberta.
«A burguesia despiu todas as actividades até aqui veneráveis e estimadas com piedosa reverência da sua aparência sagrada. Transformou o médico, o jurista, o padre, o poeta, o homem de ciência em trabalhadores assalariados pagos por ela.
«A burguesia arrancou à relação familiar o seu comovente véu sentimental e reduziu-a a uma mera relação de dinheiro», etc.
«A burguesia despiu todas as actividades até aqui veneráveis e estimadas com piedosa reverência da sua aparência sagrada. Transformou o médico, o jurista, o padre, o poeta, o homem de ciência em trabalhadores assalariados pagos por ela.
«A burguesia arrancou à relação familiar o seu comovente véu sentimental e reduziu-a a uma mera relação de dinheiro», etc.
Porém,
assim que descemos da teoria à prática, a particularidade dos trinta e três
mostra-se [logo]:
«Somos
comunistas porque queremos chegar a esse objectivo sem pararmos nos meios
termos, compromissos que, adiando a vitória, são um prolongamento da
escravatura.»
Os
comunistas alemães são comunistas porque, através de todas as estações
intermediárias e compromissos — que não são criados por eles mas pelo
desenvolvimento histórico — entrevêem claramente o objectivo final: a abolição
das classes, a edificação de uma sociedade em que não exista mais qualquer
propriedade privada da terra e dos meios de produção. Os trinta e três são
comunistas porque imaginam que, assim que eles tiverem só a boa vontade
de saltar por cima das estações intermediárias e compromissos, as coisas
estarão arranjadas e, se, como é bem certo, a [coisa] «começa» nestes dias e
eles chegam ao leme, «o comunismo» será «introduzido» depois de amanhã. Se isto
não for possível de imediato, eles também não são, portanto, comunistas. Que
ingenuidade infantil avançar a impaciência como fundamento teórico convincente!
Finalmente,
os nossos trinta e três são, porém, «revolucionários». Ora, nesta especialidade
que diz respeito às palavras volumosamente inchadas, como é sabido, o humanamente
possível já foi realizado pelos bakuninistas; apesar disso, os nossos blanquistas têm o dever de ainda os
ultrapassar. E como? Como é sabido, todo o proletariado socialista, de Lisboa e
Nova Iorque até Pest e Belgrado, prontamente assumiu en bloc(4*) a responsabilidade
pelas acções da Comuna
de Paris. Para os
nossos blanquistas isto não é suficiente:
«Quanto a
nós, reivindicamos a nossa parte de responsabilidade nesses actos justiceiros
que» (sob a Comuna) «se abateram sobre os inimigos
do povo» (segue-se a lista dos fuzilados), «reivindicamos a nossa parte de
responsabilidade nesses incêndios que destruíam instrumentos de opressão
monárquica e burguesa ou protegiam os combatentes.»
Em toda a
revolução acontece inevitavelmente uma série de imbecilidades, precisamente,
como em qualquer outro tempo e, quando, finalmente, se reuniu de novo a
tranquilidade bastante para se ser capaz de crítica, chega-se necessariamente à
conclusão: fizemos muitas coisas de que mais valia que nos tivéssemos abstido e
abstivemo-nos de muito que mais valia que tivéssemos feito e por isso as coisas
correram mal. Mas, que falta de crítica não reside em canonizar sem rodeios a Comuna, em declará-la infalível, em
pretender que com cada casa que ardeu, que com cada refém executado, se fez
estritamente justiça até que os pontos ficassem postos nos ii? Não significa
isto pretender que, durante a semana de Maio, foram executadas pelo povo,
precisamente, as pessoas que era preciso executar, e não mais, que foram
queimados precisamente os edifícios que tinham de ser queimados, e não mais?
Não significa isto o mesmo do que dizer da primeira revolução francesa: a cada
guilhotinado individual aconteceu o devido, primeiro, àqueles que Robespierre mandou guilhotinar e, depois, ao
próprio Robespierre? É a semelhantes criancices que
se chega, quando pessoas no fundo de índole boa dão livre curso à ânsia de
parecerem horripilantes. Basta. Apesar de todos os disparates de refugiado e
apesar de todas as tentativas caídas no cómico de tornar terrível o menino Karl
(ou Eduard?(5*)), não é de desconhecer
que há neste programa um progresso essencial. E o primeiro manifesto em que operários
franceses se reclamam do comunismo alemão actual. E, ainda por cima,
operários daquela orientação que considera os franceses como o povo eleito da
revolução e Paris como a Jerusalém revolucionária. Que eles a isso tenham
chegado, é mérito incontestado de Vaillant, que é um dos signatários e que,
como é sabido, conhece aprofundadamente a língua alemã e a literatura
socialista alemã. Os operários socialistas alemães, porém, que em 1870
demonstraram que estão completamente livres de qualquer chauvinismo nacional,
poderão sempre encarar como um bom sinal que os operários franceses assumam
princípios teóricos correctos, ainda que eles venham da Alemanha.
Notas de
rodapé:
(2*) Heine, Romanzero.
Drittes Buch. Hebràische Melodien. Disputation [Romanceiro. Livro terceiro. Melodias
hebraicas. Disputa], v. 86. (retornar ao texto)
(3*) Em francês no texto: por ordem do mufti, isto é, por ordem
superior. (Nota da edição portuguesa.) (retornar ao texto)
Notas de
fim de tomo:
[N132] Blanquistas: partidários da corrente do movimento
socialista francês chefiada por Louis
Auguste Blanqui,
destacado revolucionário, representante do comunismo utópico francês. O lado
fraco dos blanquistas era a sua convicção de que a revolução poderia ser
realizada por um pequeno grupo de conspiradores, a sua incompreensão da
necessidade de atrair as massas operárias para o movimento revolucionário. (retornar ao texto)
[N279] A obra de F. Engels Programa dos Refugiados Blanquistas da
Comuna é o artigo II da série «Literatura de Refugiados», que foi publicada
no jornal Volksstaat de Junho de 1874 a Abril de 1875. Descrevendo as
novas tendências do desenvolvimento do movimento socialista francês, Engels
revela os erros fundamentais dos refugiados blanquistas da Comuna que se reflectiram na brochura Aux
Communeux, por eles editada. Assinalando uma considerável viragem nas
concepções dos refugiados blanquistas em Londres (a sua aproximação do
comunismo científico), Engels critica ao mesmo tempo agudamente a sua táctica
conspirativa, o seu voluntarismo, a completa negação de quaisquer compromissos
no curso da luta revolucionária do proletariado. (retornar ao texto)
[N281] Le Père Duchesne (O Tio Duchesne): jornal francês
publicado em Paris em 1790-1794 por Jacques
Hébert;
exprimia os sentimentos das massas urbanas semi-proletárias. Le Père
Duchêne: diário francês publicado por Eugène
Vermersch em Paris
de 6 de Março a 21 de Maio de 1871; a sua orientação era próxima da imprensa blanquista. (retornar ao texto)
[N282] Kulturkampf (luta pela cultura): designação dada ao
sistema de medidas do governo de Bismarck nos anos 70 do século XIX,
introduzidas sob a bandeira da luta por uma cultura secular e dirigidas contra
a Igreja Católica e o partido do centro, que apoiavam as tendências
separatistas e antiprussianas dos latifundiários, da burguesia e em parte do
campesinato das regiões católicas da Prússia e dos Estados da Alemanha do
Sudoeste. (retornar ao texto)
(Artigo II da série «Literatura de Refugiados»)[N279]
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