Por Rafael Arzuaga no CubaDebate /Tradução do Diário Liberdade
Neste sábado, no Palácio de Convenções de Havana, os parlamentares cubanos concorrentes à sessão extraordinária da VIII Legislatura da Assembleia Nacional do Poder Popular, aprovaram por unanimidade a nova Lei de Investimento Estrangeiro, consequência de um processo prévio de consulta aos deputados, especialistas, organismos, entidades e instituições docentes relacionadas ao assunto.
Entre
15 e 19 de março foi cumprida uma das etapas do cronograma de discussão
do anteprojeto de lei, que constou de cinco reuniões em diferentes
regiões do país. Nelas participaram 575 dos 612 deputados (92%) e vários
convidados, nas quais se recolheram 47 propostas, que propiciaram 7
modificações no projeto original.
A
nova norma, aprovada em sessão presidida pelo General do Exército Raúl
Castro Ruz, oferece garantias ao investidor estrangeiro, assim como
mantém o respeito e a soberania de Cuba sobre seus recursos humanos,
naturais, tecnologicos e de mercados nos setores produtivo e de
serviços, porque assim foi exigido e aprovado pelos deputados.
A
esse respeito, Rodrigo Malmierca, ministro de Comércio Exterior e
Investimento Estrangeiro, foi preciso: "A Lei de Investimento
Estrangeiro e suas normas complementares atrairão capital estrangeiro
com regras claras e respeito à soberania da nação em benefício mútuo".
Seu
primeiro objetivo, assim expôs no documento, é fortalecer o
desenvolvimento econômico e social cubano, que contribua no empenho
governamental de elevar a qualidade de vida de todo o povo.
"Se
trata — disse Malmierca — de conquistar um marco legal que acompanhe e
garanta com total transparência o invetimento estrangeiro, com o
objetivo de desenvolver a economia nacional".
Segundo
o vice-presidente do Conselho de Ministros Marino Murillo, em uma
apresentação antes do início da discussão final, Cuba necessita cerca de
2,5 bilhões de dólares anuais em investimentos para estimular em
desenvolvimento que reverta em prosperidade e sustentabilidade para seu
projeto econômico socialista.
Murillo
assegurou que há necessidade de atrair o capital estrangeiro para
elevar a média da taxa de crescimento da nação que, na última década,
foi de 1,8%, quase a metade da média na América Latina.
Para
o economista, o plano de crescimento de Cuba para 2014 é de 2,2% e pode
ser cumprido, mas a cifra é inferior aos 5% ou 7% necessários e ao que
pode chegar em caso de que seja devidamente implementado o investimento
estrangeiro direto.
Se
bem pensado e executado, o investimento de capital em nossa economia
não significa, sob nenhum conceito, que estejamos oferecendo as riquezas
e riquezas do país, explicou Murillo.
Logo,
em um momento do debate, Rodrigo Malmierca Díaz assegurou que nenhum
cidadão do mundo será impedido de investir em Cuba, ao responder se os
cubano-americanos poderiam injetar capital à economia insular.
"Sempre
que se trate de pessoas que não tenham posições adversas ao processo
revolucionário e que não estejam vinculadas à máfia terrorista miamense.
Além disso, devem oferecer possibilidades de acordo com a carteira de
investimentos que já temos ou que ofereçam negócios de interesse
substancial para o país", esclareceu.
Na
Assembleia, por outro lado, chegou-se ao consenso de que se aplique um
mecanismo para informar e orientar com detalhes os interessados em
chegar à Cuba com a intenção de investir, para evitar fraudes,
distorções ou erros irreversíveis.
Para
conseguir o objetivo de atrair investimentos do exterior, Cuba
apresentará e promoverá em diferentes espaços expositivos e suportes
técnicos sua carteira de projetos integrais para realmente encadear
processos produtivos e, entre mais ambições, modernizar e criar
infraestruturas, contribuir à mudança da matriz energética, produzir
alimentos, criar fontes de emprego, captar métodos gerenciais, utilizar
tecnologias competitivas e aproveitar novos mercados.
Essa
política se dirigirá, primeiramente, ao desenvolvimento agrícola e
florestal, crescimento do comércio atacadista, indústrias, turismo e
construção, biotecnologia, além dos setores de energia, minas e
transporte. Para isso, foi ampliada a carteira de projetos abertos ao
investimento e se priorizará o desenvolvimento da Zona Econômica
Especial de Mariel.
Os
deputados, nas discussões anteriores e neste sábado, indistintamente
expressaram que é necessário que a empresa estatal socialista ganhe
notação de risco de crédito, estabilidade econômica e que os decisores
atuem com total transparência em todas as esferas, para que possa
enfrentar as possíveis campanhas de deturpação da Lei.
Também
se pronunciaram para superar a situação de endividamento interno,
resolver a escassez de divisas e não repetir os erros cometidos na
aplicação da Lei anterior.
A
nova legislação também autoriza, com caráter excepcional, o
investimento estrangeiro em organizações econômicas de propriedade não
estatal de pessoa jurídica, juntamente com sociedades mercantis de
capital cubano.
É
mantida a exceção ao investimento nos serviços de saúde e educação e à
população e de todas as instituições armadas, salvo em seus sistemas
empresariais.
A
Lei, que deve entrar em vigor 90 dias após sua publicação na Gazeta
Oficial de Cuba, foi considerada pelos deputados como garantia de
segurança e proteção para o investidor, que poderá dispor de força de
trabalho qualificada e apta para utilizar tecnologias novas, de um
território quase completamente com eletricidade, de um país estável
socialmente e em processos de integração, que o colocam no centro de
importantes rotas comerciais.
O
presidente do Parlamento Cubano, Esteban Lazo, estacou o processo
democrático que antecedeu ao processo de preparação da legislação, o que
facilutará sua instrumentalização e aplicação exitosa. Também destacou o
valor do novo nstrumento legal para o desenvolvimento futuro da
economia com o objetivo fundamental de atualizar e consolidar o
socialismo cubano.
Fonte: Solidários
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