Pizzolato
argumenta que há provas no processo, capazes de inocentá-lo
integralmente dos crimes a que foi condenado no relatório de Joaquim
Barbosa
Nos autos do STF sobre a AP 470, então, três auditorias internas do Banco do Brasil atestam a regularidade dos repasses do Fundo Visanet à DNA Propaganda. O Laudo 2828 e o regulamento do Fundo Visanet, além de outros documentos do BB que comprovam a isenção de Henrique Pizzolato também reforçam a tese de que os fundos usados para abastecer o esquema do ‘mensalão’ eram de uma empresa privada.
O Dossiê Pizzolato, como ficou conhecido o conjunto de documentos que o réu na AP 470 transportou para a Itália, onde se encontra, reúne, entre outras, uma das auditorias do BB sobre o Visanet, a qual atesta que os recursos constantes do Fundo eram de propriedade da Companhia Brasileira de Meios de Pagamento (CBMP) e seriam utilizados “exclusivamente para ações de incentivo aprovadas pela Visanet, não pertencendo os mesmos ao BB Banco de Investimentos e nem ao Banco do Brasil”.
Miguel do Rosário publica, ainda “dois pareceres, também do BB, atestando que os recursos do Fundo Visanet não são públicos; pertenciam exclusivamente à multinacional Visanet, embora ao BB, assim como outros bancos participantes do convênio, cabia apontar as propostas de publicidade e a agência que seria responsável pelas campanhas. Detalhe: os recursos do Fundo Visanet ficavam armazenados no Bradesco. Segundo o regulamento do Fundo, ao BB cabia nomear um gestor para aprovar campanhas e pagamentos, e este gestor do BB, na época em que tudo aconteceu, jamais foi Henrique Pizzolato”.
Cai por terra, assim, a acusação de que os R$ 73,85 milhões do Fundo Visanet foram desviados. “Foram usados em campanhas publicitárias. A (Rede) Globo recebeu R$ 5,5 milhões desse dinheiro”, afirma O Cafezinho. E continua:
“Todas as auditorias e o regulamento do Fundo Visanet mostram que os recursos eram privados. Eles eram disponibilizados pela Visanet, uma multinacional que fatura centenas de bilhões de dólares no mundo, a um conjunto de bancos brasileiros, para que estes fizessem a publicidade dos cartões de débito e crédito com a bandeira Visa”.
Ainda segundo Rosário, “é preciso entender que o BB não é casa da mãe Joana. Nenhum servidor tem o poder de ‘repassar’ R$ 74 milhões do BB para nenhuma empresa. No caso do Visanet, o BB havia nomeado um gestor para cuidar dos assuntos relativos ao Fundo Visanet. Era Leo Baptista”.
Os documentos apresentados também desmentem “que o Bônus de Volume (BV) teria sido apropriado indevidamente pela DNA, e pertenceria ao BB. Mentira. É muita hipocrisia da Globo, pois ela inventou o BV no Brasil, ou pelo menos é a empresa que mais o utiliza. Além disso, é uma contradição. Se a DNA recebeu R$ 2,9 milhões de BV é porque veiculou uma quantidade enorme de anúncios nos meios de comunicação, e portanto, o serviço foi realizado. O BV referente a campanha da publicidade do BB-Visanet entra numa relação privada entre veículos de mídia e a DNA. O BB jamais recebeu BV por nada. Perguntem a Secom (da Presidência da República) se ela cobra devolução de algum BV para os cofres públicos”.
“O Banco do Brasil quer saber se dinheiro foi desviado e quer o ‘reembolso’. A acusação, enviada pelo Procurador Geral da República e pelo relator Joaquim Barbosa, dizia que o ‘mensalão’ foi sustentado pelo dinheiro do Banco do Brasil junto ao Fundo Visanet, os R$ 74 milhões. No entanto duas pericias realizadas antes do julgamento mostraram que não houve desvios de dinheiro no Banco do Brasil”, afirma Rosário.
Ainda segundo O Cafezinho, outra pericia mostrou “que o Fundo Visanet é um fundo privado, na qual uma multinacional o controla”
“O fundo visanet hoje se tornou o CIELO. De acordo com Barbosa, o dinheiro público teria sido desviado do Fundo Visanet que é uma empresa privada. No entanto, o inquérito 2474, encaminhado ao STF, que correu sob segredo de justiça até tempo atrás mostra que o dinheiro do Fundo Visanet foi em grande parte para as Organizações Globo através da DNA propaganda de Marcos Valério e Barbosa não colocou em juízo a Rede Globo também no caso”, afirmou.
Leia aqui a íntegra do documento.
Fonte: Correio do Brasil
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