Ambos
partidos trocaram opiniões sobre a situação internacional e sobre as
respectivas situações nacionais, assim como sobre as tarefas que delas
decorrem.
Sobre
a situação internacional
1.
A crise capitalista mundial manifestada em 2008 e cujos efeitos continuam,
agrava as condições de vida do proletariado e dos povos do mundo, fazendo
surgir em todo o planeta variadas formas de luta pela libertação.
2.
A aparição em escala mundial de novas potências chamadas emergentes (BRICS),
cujo núcleo é Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, alimenta as
rivalidades interimperialistas e a multiplicação de conflitos locais, o que
constituem elementos de uma nova guerra mundial.
A
primeira contraofensiva das potências imperialistas clássicas para deter o
crescimento dos países “emergentes” aconteceu na Líbia. Conseguiram fazer a
guerra em acordo com China e Rússia e contra os povos africanos. Ao fim desse
conflito, a França ficou com 35% do petróleo líbio.
A
segunda contraofensiva é sobre a Síria, mas encontram resistência na
determinação do povo sírio e também na política de Rússia e China. Algo
parecido acontece com o desenrolar da situação do Irã.
Sobre
o continente africano
1.
Na África se manifestam todas as contradições mundiais: abundância de riquezas
inexploradas; tremenda miséria da maioria da população; ganância dos
imperialistas; dominação cultural, agressões militares contra os povos;
instalação de bases militares em certos países que servem de Base de Operações
Avançadas, como é o caso da Costa do Marfim e da República de Djibuti. A
rivalidade é forte entre as antigas potências e as novas qualificadas de
emergentes. Essa rivalidade é a base de todos os conflitos de que são vítimas
os povos africanos.
2.
Para proteger seu “quintal”, o imperialismo francês recorre à ocupação militar
direta de suas antigas colônias. O dispositivo militar dos imperialistas
(franceses e estadunidenses, Africom, etc.) trata de controlar a África com
tropas de agressão mediante as bases militares no Djibuti, Chade, Gabão, Costa
do Marfim, na região subsaariana, no Golfo de Guiné, etc. Dessa forma, Abidjan
(importante cidade da Costa do Marfim), atualmente, serve de retaguarda da
agressão contra os povos da região.
A
última intervenção militar é a que se leva a cabo na República Centro Africana.
Se utiliza qualquer pretexto para justificar a intervenção nos países
africanos: “derrocar um déspota que se nega a aceitar o resultado das urnas”,
na Costa do Marfim; “socorrer o povo líbio que se rebela contra o ditador
Kadafi”; “combater os jihadistas e restabelecer a integridade territorial” do
Mali; “reestabelecer a segurança e a ordem e deter os massacres” na República
Centro Africana. A tática do imperialismo é a mesma: ascender o fogo para
ter o pretexto de intervir para apagá-lo. Mas é sabido que foi a intervenção
francesa na República Centro Africana que exacerbou as relações étnicas e
religiosas no país ao desarmar a “Seleka” e facilitar os crimes das chamadas
milícias cristãs.
O
PCR da Costa do Marfim e o Partido Comunista do Benim declaram que o
imperialismo francês e suas forças militares são os únicos responsáveis dos
massacres atuais contra cidadãos centroafricanos, particularmente dos
muçulmanos, que sofrem com o genocídio praticado no país.
O
PCR da Costa do Marfim e o Partido Comunista do Benim denunciam e condenam as
agressões militares do imperialismo internacional, particularmente do francês,
que se cobre com as forças da ONU e se comporta como bombeiro para conservar
seu “quintal” africano. Rendemos homenagem a todos os africanos mortos pelas
balas dos agressores franceses na Líbia, Costa do Marfim, Mali, República
Centro Africana, etc., vítimas que consideramos heróis e mártires por seu
patriotismo africano.
3.
O PCR da Costa do Marfim e o Partido Comunista do Benim se alegram pelas
vitórias alcançadas pelo povo irmão tunisiano sob a direção do Partido dos
Trabalhadores e da Frente Popular da Tunísia; vitórias da democracia, contra o
obscurantismo islamita e por uma constituição democrática.
Saudamos
também o povo nigeriano que luta bravamente contra o saque de suas riquezas
minerais, particularmente do urânio, que leva a cabo o grupo AREVA, e pela
soberania de seus recursos naturais.
A
situação no Benim e na Costa do Marfim
1.
A situação no Benim e na Costa do Marfim se caracteriza pela dominação do
imperialismo francês, cujos monopólios controlam importantes setores da
economia nacional (portos, bancos, energia, etc.).
2.
No Benim, Yayi Boni, depois de saquear a economia e as finanças do país, que
restaurar uma ditadura fascista. Contra ele o povo se levanta para impedi-lo e
para instaurar o poder dos trabalhadores e do povo. O PCR da Costa do Marfim
apoia firmemente a luta dos trabalhadores e da juventude do Benim pela
emancipação total, e manifesta sua esperança de que alcance um final feliz.
3.
Na Costa do Marfim, com o falso pretexto de desenvolvimento depois do desastre
da guerra, o poder de Uattara confiscou os meios de comunicação do Estado,
amordaçando as liberdades. Trata agora de proibir as organizações dos
estudantes e colocar em seu lugar estruturas fantoches. O Partido Comunista do
Benim apoia a luta do povo da Costa do Marfim e do Partido Comunista
Revolucionário em seu combate contra o imperialismo francês e contra o regime
de Uattara e para libertar o país da dependência colonialista.
4.
PCR da Costa do Marfim agradece ao Partido Comunista do Benim e ao Instituto
Internacional de Pesquisa e Formação pelo convite às manifestações em
comemoração à Jornada Internacional da Língua Materna e à festa dos povos do
Benim.
O
PCR da Costa do Marfim e o Partido Comunista do Benim convocam os democratas e
a juventude:
Não às intervenções militares contra os povos!
Não às bases militares estrangeiras de agressão no solo africano!
Fora imperialismo!
Cotonu, 23 de fevereiro de 2014
Gnagnon Yokoré
PCR da Costa do Marfim
Noudjenoume Philip
Partido Comunista do Benim
Nenhum comentário:
Postar um comentário