Moscou, 12 mar (Prensa Latina) Utilizando-se do pretexto da proclamação da independência da república autônoma da Crimeia, dentro da Ucrânia, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) reviveu hoje planos congelados sobre o ingresso da Geórgia no bloco.
Segundo o jornal russo Kommersant, a OTAN está disposta a iniciar com Tiflis o plano de ações voltadas à adesão desse país caucasiano, um desejo do governo georgiano que tem sido bloqueado desde 2008 por aliados influentes como a Alemanha e a França.
Uma fonte citada pelo jornal de maior tiragem neste país detalhou que a iniciativa poderia ser analisada na Cúpula do próximo mês de setembro, no Reino Unido.
Acrescentou que caso a Rússia reconheça o pedido de unificação da Crimeia e que o projeto seja levado adiante, a incorporação de Geórgia seria quase um fato certo.
O Kommersant relembra que o único obstáculo poderia ser a posição da Alemanha, por suas relações mais favoráveis com a Rússia, entre o restante dos estados aliados.
Contudo, a fonte não identificada pelo jornal russo expressou estar seguro de uma mudança da postura de Berlim já que nenhuma das demais autoridades das nações da União Europeia admite uma eventual unificação de Crimeia à Rússia.
O plano de ações da OTAN, como preâmbulo do ingresso, supõe o cumprimento pelo país solicitante de um pacote de condições políticas, econômicas, legais e militares, que no fundo representam perda de soberania, anexação, ocupação do território e dependência, além de ampliar o cerco ao redor da Rússia.
Com esse status participam hoje Bósnia Herzegóvina, Macedônia e Montenegro, territórios que separados da antiga Iugoslávia após conflitos armados instigados pelos Estados Unidos e pela OTAN, seguidos da agressão aliada.
Por outro lado, o Parlamento de Crimeia emitiu ontem uma declaração de independência dessa república autônoma, ao invocar o respaldo que Kosovo recebeu do Ocidente, e em particular o veredicto da Corte Internacional de Justiça da ONU, do dia 22 de julho de 2010, contra a Sérvia.
A sentença, recordaram os deputados em sessão extraordinária, afirma que a declaração unilateral de independência de parte de um Estado não viola nenhuma norma internacional, daí é que se tomou esta decisão, indicaram os parlamentares, em uma votação de 78 deputados a favor, dos 100 presentes.
A declaração era um requisito indispensável para a realização do referendo sobre o status do território, marcado para o próximo domingo.
Além disso, a Prefeitura (prefeitura) da cidade de Sebastopol se pronunciou pela independência e pela celebração de um plebiscito, amparado no direito dos povos à autodeterminação.
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