Washington, (Prensa Latina) O ex-secretario de Estado norte-americano Henry Kissinger criticou hoje os esforços ocidentais em demonizar o presidente de Rússia, Vladimir Putin, e fez propostas para uma solução na Ucrânia.
Em um artigo para o diário The Washington Post, Kissinger sublinhou que uma guerra entre a Rússia e os Estados Unidos é uma loucura.
Para o Ocidente, demonizar Putin não é uma política, senão uma desculpa pela ausência desta, assinalou o ex-chefe da diplomacia estadunidense, quem afirmou que a crise na Ucrânia não deve ser um obstáculo entre o Ocidente e Oriente, senão uma ponte entre os dois.
O reconhecido especialista em relações internacionais desconsiderou que a nação europeia possa ser o centro de um combate determinante entre um ou outro lado e acrescentou que se esse país quer sobreviver não deve ser convertido em um apoio de um lado na luta contra o outro.
Além disso alertou que o Ocidente deve entender que para a Rússia, a Ucrânia nunca será simplesmente outro país. "A história russa origina-se na Rus de Kiev, o berço da religião russa. Durante séculos a Ucrânia foi parte da Rússia", explicou.
Opinou que Kiev não deve ser unida à OTAN, senão procurar um status semelhante ao da Finlândia, isto é, colaborar com o Ocidente na maioria de assuntos mas evitar qualquer hostilidade institucional com relação à Rússia.
O assessor internacional indicou que esse enfoque beneficiaria a todos, respeitando os valores e os interesses de segurança de todas as partes.
Nessa quinta-feira, a crise ganhou novas cores quando a Casa Branca aprovou medidas contra Moscou, incluindo a suspensão das negociações comerciais e a cooperação militar.
As autoridades russas acusam o Ocidente de promover um golpe de Estado na Ucrânia contra o governo constitucional e pela polarização da sociedade nesse país.
O presidente Barack Obama conversou nessa quinta-feira por telefone com Putin para discutir a atual crise em Ucrânia.
Durante o diálogo o presidente justificou as ações de seu país alegando que a incursão militar da Rússia na península da Crimeia da Ucrânia violou a soberania do país.
Um comunicado da Casa Branca assinala que o presidente estadunidense propôs que "há uma maneira de resolver a situação diplomaticamente, que aborde os interesses de Rússia, o povo de Ucrânia, e a comunidade internacional".
Obama indicou que o secretário de Estado John Kerry continuará as conversas com o chanceler russo, Serguéi Lavrov, o governo de Ucrânia, e outros sócios internacionais para avançar nesses objetivos.
Enquanto isso, um comunicado oficial de Rússia assinala que ambos países mantêm visões divergentes em torno dos acontecimentos e da situação em Ucrânia, em relação à conversa entre seus dirigentes.
Durante o diálogo, o presidente Putin sublinhou que as autoridades ucranianas, que chegaram ao poder como resultado de um golpe de Estado, carecem de um mandato nacional.
O estadista assegurou que em relação com a situação da Crimeia, a Rússia atua em plena correspondência com as normas do direito internacional, indica a nota. |
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