Moscou, 6 mar (Prensa Latina) O vice-ministro russo Vasili Nebenzya afirmou hoje que o ocorrido na Ucrânia foi consequência da equivocada política do Ocidente, com seu apoio às forças ultranacionalistas nesse país e à deposição do presidente legítimo Víktor Yanukóvich.
Durante sua intervenção no Parlamento estatal (câmara dos deputados), Nebenzya considerou que o Ocidente não pôde enxergar sobre o horizonte e olhar mais amplamente essa questão.
Explicou o vice-ministro de Relações Exteriores que a incitação e o aberto apoio aos grupos ultranacionalistas e de extrema direita - por parte dos Estados Unidos e da União Européia (EU) - conduziram à tomada violenta do poder nessa nação.
Em franco desconhecimento do acordo de 21 de fevereiro, assinado pelo destituído Yanukóvich e os líderes da oposição pró-ocidental, a elite direitista registrada nos partidos Batkivschina, Udar e Svoboda, usurparam os poderes Executivo e legislativo da Ucrânia.
Amparado nos comandos armados da extrema direita e neofascistas, os líderes opositores decretaram a destituição de Yanukóvich, puseram em vigor a Constituição de 2004 (da revolução laranja apoiada pelos Estados Unidos e aliados europeus) e fixaram eleições presidenciais antecipadas para 25 de maio.
Por outro lado, Nebenzya afirmou que a Rússia nunca teve um trato arrogante com a Ucrânia, mas boas relações de sócios, e considera natural que aspire ver esse país com uma liderança amistosa.
Espero que na Ucrânia haja forças com objetivos comuns, que entendam a necessidade de unir o país, que em si está dividido, acrescentou o diplomata russo.
Reiterou que Moscou continuará os esforços para uma solução da crise na Ucrânia, mas descreveu de inadmissíveis o ultimato.
A posição da Rússia, centrada em que a oposição ucraniana cumpra os pontos previstos no acordo de 21 de fevereiro e as denúncias de golpe de Estado nesse país, tem sido alvo de ameaças de sanções por parte de Washington e da UE.
Nebenzya disse que apesar das discussões ontem entre o chanceler Serguei Lavrov e o secretário norte-americano de Estado, Jonh Kerry, que foram duras, as partes acordaram na necessidade de afastar da linguagem o ultimato e avançar na busca de decisões conjuntas.
Todavia, o vice-ministro russo anunciou que é tecnicamente impossível a celebração em Kiev de uma sessão ao nível de chanceleres da Comunidade de Estados Independentes (CEI), mas descartou que seja uma negativa de Moscou ao diálogo.
O ministério de Relações Exteriores da Ucrânia convocou para 7 de março o encontro ministerial como parte da agenda da presidência pro tempore ucraniana da CEI neste ano.
A fonte diplomática russa considerou pouco provável esse encontro antes da reunião ordinária interministerial, programada para 4 de abril, em Moscou. |
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