
Quem
com ferro fere com ferro será ferido, diz o imemorial adágio sobre
quem se vale de métodos espúrios para atingir a honra de alguém em
benefício próprio ou de terceiros. Pois uma enorme lâmina acaba de
atravessar o fígado do semanário Veja, pródigo em assacar acusações
contra desafetos do partido de José Serra, em particular membros dos
governos legitimamente eleitos pelos brasileiros `a partir do
encerramento do ciclo de poder tucano em plano federal. Investigações
realizadas pela Polícia Federal sobre as atividades do mafioso Carlos
Cachoeira levaram `a prisão de dois chantagistas ligados ao esquema de
jogos de azar e a ninguém mais ninguém menos que ao chefe da sucursal da
revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior. O acontecimento chega no
pior momento para o Grupo Abril, empresa que pública o título, quando a
queda de assinaturas devido ao esvaziamento de leitores para noticiosos
na internet e a perda de grandes anunciantes tem levado seus sócios do
grupo sul-africano Napsters a questionar a conveniência mercadológica da
linha editorial da publicação. O potencial explosivo dos fatos que
vieram `a luz é proporcional `a notoriedade dos personagens envolvidos
nos episódios, o senador da República Demóstenes Torres, presidenciável
do DEM, e o governador tucano de Goiás Marconi Perillo. Todos com
poderosos inimigos nos gabinetes palacianos e nos corredores do
Congresso devido `as acusações de que já foram promotores na mídia. E o
efeito da explosão será o de revelar `a nação que tipo de vínculo afinal
havia entre os dois principais partidos de oposição e a revista Veja:
uma espécie de associação para o crime a fim de desestabilizar governos
sufragados pelo voto em favor de partidos golpistas que, em troca,
designava políticos corruptos para o acobertamento das fontes criminosas
de informação. Algo como a esfinge da cobra engolindo o próprio rabo,
capaz de produzir escândalos de conveniência como o do chamado mensalão,
que quase chegou a produzir um golpe branco contra Lula da Silva não
fosse o apoio decisivo dos sindicatos e movimentos sociais a seu
governo, e contra-dossiês cuja finalidade era a de desacreditar dossiês
procedentes, como o que envolvia os crimes da família Serra, agora
objeto de CPI no Congresso. O escândalo que vem a tona agora imobiliza a
revista Veja e a torna ainda mais dependente da tolerância do governo
Dilma, a quem buscou impedir a vitória por todos os meios. Compromete
sobretudo o jogo que estava prestes a ser jogado a fim de impedir uma
vitória avassaladora das forças políticas de apoio ao governo federal
nas eleições municipais que se avizinham, o de usar o julgamento do caso
do “mensalão” como instrumento de proselitismo político em favor das
oposições. Para essa nova armação já estavam a postos membros da corte
superior de justiça do País, o STF, ligados ao senador integrante do
bando do gangster Cachoeira que levariam a julgamento e condenariam
ainda neste ano os supostos apelados do PT e máquina de propaganda
formada pela grande imprensa: Rede Globo, jornais Folha de São Paulo e a
própria revista Veja. Deverão pensar em outro estratagema rapidamente
as oposições e seus sequazes na mídia para impedir que os brasileiros
decidam como querem ser governados `a partir do ano que vem.
http://brasilquevai.blogspot.com.br/2012/03/o-escandalo-veja.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário