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sexta-feira, 16 de março de 2012

Cuidado Dilma, chantagistas do senado trazem consigo o DNA do golpismo

uidado Dilma, chantagistas do senado trazem consigo o DNA do golpismo
"Coronéis da política" impõe suas vontades com intransigência para esgotar governo. Se a crise é a negação ao que pedem alguns aliados, Dilma pode ganhar mais apoio popular
O Brasil e os coronéis

A campanha contra Juscelino Kubitschek feita pela classe média e os pseudo moralistas da burguesia brasileira elegeram o matogrossense-paulista Jânio Quadros como candidato da vassoura. Da oposição, Jânio só falava em sua campanha de corrupção.

Com comportamento que Freud teria dificuldade de analisar, renunciou falando em "forças ocultas".

A eleição exigia chapa de candidato à presidente e à vice - o eleitor elegia também o vice. Não era como hoje, em que o único votado é o candidato à presidência. O eleito foi João Goulart, da chapa de oposição a Jânio Quadros. Mas, na realidade, em vários estados do Brasil, Jânio, traindo seu partido, fazia a chapa Jan-Jan.

No momento da renúncia, João Goulart estava na China - quase que um palavrão para os coronéis da época. Mao Tsé-Tung representava o que havia de pior na cabeça daqueles coronéis.

Os coronéis ameaçaram tudo para que Jango não assumisse, até uma tal Operação Mosquito, na qual o avião que traria o já Presidente João Goulart poderia ser abatido no ar.

Quase todos os coronéis da época se rebelariam se Jango assumisse.

Jango teve que ceder ao parlamentarismo, teve que ceder na indicação de seu primeiro primeiro-ministro, teve que ceder o Ministério da Fazenda, ceder na reforma agrária.

Jango tinha relações amistosas com seus ministros militares, que o odiavam, e alguns trabalharam para derrubá-lo.

Jango cedeu e caiu.

Naquele momento, até o conhecido Ademar de Barros, que tinha o slogan "rouba, mas faz", rezando o terço, envolveu a Igreja na conspiração do golpe de estado que depôs João Goulart.

Hoje, novamente os "coronéis", só que sem farda, mas ricos, latifundiários e grandes empresários - fundamentalmente do setor de comunicação do Norte e do Nordeste - se entrincheiram para fazer exigências à presidenta Dilma Rousseff. Ela também tem o apoio popular em algumas intervenções que faz para moralizar a administração pública, e não pode ceder.

Dilma cede para os “coronéis” da soja, fazendo com que um partido inteiro receba o Transporte para viabilizar o escoamento da safra, reduzindo o custo e favorecendo o preço no momento da exportação. Cede na reforma do Código Florestal. Por uma obervação feita sobre o comportamento de um parlamentar, cede mais uma vez, e nomeia um pescador de homens que, em nome de Deus, diz que resolve problemas espirituais e materiais. Cede à Fifa, que quer fazer o que bem entender com o país; cede para os "coronéis" do futebol o direito à entrada gratuita em estádios de idosos e estudantes, tirando também o lugar de proprietários de cadeiras cativas. Cede ainda para "coronéis" do etanol e do álcool.

Enfim, Dilma resolve não ceder mais, pois a soberania nacional não lhe permite ceder, senão para o interesse de todo o país, e não para grupos privilegiados.

A presidenta sabe que, mesmo tendo uma oposição forte nos segmentos midiáticos, o povo estará ao seu lado nesse confronto.

Com o respeito que mantém ao processo democrático, não vai falar em "forças ocultas" nem temer qualquer força de "coronéis".

Dilma sabe que conta com o apoio do povo e do maior líder da história do Brasil dos últimos tempos, Luiz Inácio Lula da Silva.

JB on line

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