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domingo, 2 de dezembro de 2012

Rússia festeja aniversário de Jorge Amado


 
 
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Da esquerda para a direita: Jorge Amado, Gabriel García Márquez, Adonias Filho
 

Jorge Amado é, provavelmente, o autor brasileiro mais lido na Rússia. O público russo o conheceu ainda nos tempos soviéticos. No centésimo aniversário do seu nascimento, no fim de novembro, teve lugar em Moscou a apresentação do seu livro Tocaia Grande, traduzido para o russo.

Para a tradutora de Tocaia Grande, Varvara Roll, esta foi a primeira experiência de tradução de um autor brasileiro. Questionada por que acha que os leitores russos têm que conhecer o livro Tocaia Grande , ela responde : “Porque neste livro, tal como nos outros, há muitas coisas que faltam na nossa vida russa... Por exemplo, uma grande paixão...”
As primeiras publicações das obras do Jorge Amado na Rússia, foram os romances Cacau e Suor que surgiram na União Soviética em 1934, em uma revista literária.
Jorge Amado se tornou muito popular, primeiro, por motivos políticos. Os camponeses soviéticos, que haviam passado pelos anos de fome na década de 1930, lendo Seara Vermelha, identificavam-se com a vida dos camponeses brasileiros, viam-na como uma história sobre si mesmos.
Mas a ideologia não foi nem a única, nem a principal causa do sucesso de Jorge Amado na Rússia. Como sabemos, Jorge Amado ficou desapontado com o comunismo nos anos 50 e a União Soviética caíu só em 1991... No entanto, apesar disso, Jorge Amado é ainda mais admirado na Rússia, mais do que Machado de Assis.
Elena Beliakova, tradutora e especialista na obra do escritor, tentou explicar a particularidade desse autor baiano num jornal literário russo:
“É o autor mais brasileiro dos autores brasileiros, é famoso e amado em todo o mundo. A característica distintiva de todos os brasileiros é uma alegria, um otimismo natural. Através do talento dele, essa particularidade brasileira tornou-se conhecida na cultura mundial. Jorge Amado enriqueceu a cultura mundial com as imagens do Brasil”.
A tradutora russa se correspondeu com autor baiano durante algum tempo. Ela agora fala desse contato com o escitor em suas palestras para estudantes de língua portuguesa. A história da correspondência entre o escritor e a tradutora pareceu aos alunos muito romântica... Infelizmente, Elena foi ao Brasil somente após a morte do autor e eles nunca se chegaram a encontrar...
Elena diz aos seus alunos: "Quando leio Jorge Amado, minha alma canta", - e a maioria dos estudantes está de acordo com ela.
 
fonte: ruvr.ru

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