Em nota, ex-presidente do PT e ex-ministro da Casa
Civil diz que não se calará diante do que considera a "injusta
sentença" que hoje lhe foi imposta pelo STF. "Na ditadura, quando nos
opusemos colocando em risco a própria vida, fui preso e condenado.
Banido do país, tive minha nacionalidade cassada, mas continuei lutando e
voltei ao país clandestinamente para manter nossa luta. Reconquistada a
democracia, nunca fui investigado ou processado. Entrei e saí do
governo sem patrimônio", afirmou. Leia o documento
247 - Condenado a dez anos e dez meses de prisão, José Dirceu
acaba de publicar nota sobre o que considera uma injustiça. Nela, diz
que continuará lutando para tentar provar inocência. Leia:
Injusta sentença
Dediquei minha vida ao Brasil, à luta pela democracia e ao PT. Na
ditadura, quando nos opusemos colocando em risco a própria vida, fui
preso e condenado. Banido do país, tive minha nacionalidade cassada, mas
continuei lutando e voltei ao país clandestinamente para manter nossa
luta. Reconquistada a democracia, nunca fui investigado ou processado.
Entrei e saí do governo sem patrimônio. Nunca pratiquei nenhum ato
ilícito ou ilegal como dirigente do PT, parlamentar ou ministro de
Estado. Fui cassado pela Câmara dos Deputados e, agora, condenado pelo
Supremo Tribunal Federal sem provas porque sou inocente.
A pena
de 10 anos e 10 meses que a suprema corte me impôs só agrava a infâmia e
a ignomínia de todo esse processo, que recorreu a recursos jurídicos
que violam abertamente nossa Constituição e o Estado Democrático de
Direito, como a teoria do domínio do fato, a condenação sem ato de
ofício, o desprezo à presunção de inocência e o abandono de
jurisprudência que beneficia os réus.
Um julgamento realizado
sob a pressão da mídia e marcado para coincidir com o período eleitoral
na vã esperança de derrotar o PT e seus candidatos. Um julgamento que
ainda não acabou. Não só porque temos o direito aos recursos previstos
na legislação, mas também porque temos o direito sagrado de provar nossa
inocência.
Não me calarei e não me conformo com a injusta
sentença que me foi imposta. Vou lutar mesmo cumprindo pena. Devo isso a
todos os que acreditaram e ao meu lado lutaram nos últimos 45 anos, me
apoiaram e foram solidários nesses últimos duros anos na certeza de
minha inocência e na comunhão dos mesmos ideais e sonhos.
Brasil247
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