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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Guerra na Síria: declaração do Partido do Trabalho da Turquia

Guerra na SíriaO governo do AKP entusiasmado com a guerra na Síria
O governo do AKP (Partido Justiça e Desenvolvimento) da Turquia recebeu com entusiasmo a decisão dos imperialistas de lançar uma ofensiva armada contra a Síria, encabeçada pelos Estados Unidos e Inglaterra. O AKP espera que, com o ataque, seja possível levar a cabo uma intervenção militar direta.
Ahmet Davutoğlu, o ministro turco de Assuntos Exteriores, declarou que participaria sem vacilação em uma possível coalizão de intervenção na Síria. No entanto, apenas a Grande Assembleia Nacional de Turquia (TBMM), o parlamento turco, está autorizado em assuntos exteriores, como mandar soldados aos países estrangeiros e declarar a guerra.
O governo do AKP, antes de iniciarem os levantamentos populares no Oriente Médio, tinha a estratégia de desenvolver relações comerciais com os países da região e, mediante a pressão militar e econômica, aumentar sua força política na região sendo o principal aliados dos países imperialistas.
Depois dos levantamentos que se iniciaram primeiramente na Tunísia e que se estenderam por todos os países árabes, a Irmandade Mulçumana e outras forças religiosas conseguiram chegar ao poder na Tunísia, Líbia e no Egito. A partir dessa fase, o governo do AKP pretendeu-se protetor dos partidos políticos e governos islamitas-sunitas do Oriente Médio. Apoiou financeiramente os governos da Irmandade Mulçumana na Tunísia e no Egito. Transferido sua experiência de dez anos no governo, os ajudou a construir suas instituições policiais e agências de inteligência.
O primeiro ministro Recep Tayyip Ergdogan tinha relações íntimas com Bashar Al Assad antes dos levantamentos árabes, facilitando a obtenção de vistos entre ambos os países, organizando reuniões comuns do Conselho de Ministros, planificando aumentar o volume do comércio com a Síria, etc.
Após o ano de 2011 e das movimentações armadas de grupos com Al-Qaeda e Al-Nusra, virou as costas para Assad e se posicionou junto ao Qatar e a Arábia Saudita, os aliados mais importantes dos grupos terroristas islâmicos na região.
Enquanto o Qatar e a Arábia Saudita financiavam grupos terroristas, o governo do AKP lhes permitiu o estabelecimento de bases e acampamentos na Turquia e que realizassem ataques militares na fronteira da Turquia contra o Estado Sírio.
O AKP pretende colocar um governo islâmico-sunita na Síria, depois de já ter conseguido isto na Tunísia, Egito e na Líbia. Não obstante, a pesar do grande desejo de intervenção militar do governo do AKP, o povo da Turquia não apoia nenhuma intervenção militar na Síria. Pesquisas de opinião indicam que mais de 70% do povo está contra uma guerra com a Síria. Há 10 anos, antes da ocupação do Iraque, os Estados Unidos planejava usas as forças armadas da Turquia para intervir neste país. No entanto, em uma votação no parlamento foi rechaçada a autorização pedida pelo governo do AKP para enviar tropas ao Iraque. Naquele momento, inclusive, alguns deputados do governo votaram contra a proposta.
Hoje, todos os partidos políticos com representação no parlamento, exceto o AKP, estão contra a intervenção na Síria e a participação da Turquia em qualquer campanha militar contra este país. Desta maneira, o AKP pretende atropelar o parlamento para realizar a intervenção. Por isso, é muito provável que se produzam algumas provocações, a exemplo das que ocorreram antes com lançamento de morteiros a partir da Síria, a explosão de bombas que causaram a morte de 53 civis turcos em um distrito fronteiriço e vários disparos vindos do território Sírio que mataram civis turcos.
O EMEP, Partido do Trabalho da Turquia, está contra a intervenção na Síria e pede o fim do apoio imperialista às forças armadas não-sírias, ou seja, a grupos como Al-Qaeda e Al-Nusra.
Defendemos que o povo Sírio deve decidir sobre o futuro da Síria, de forma democrática e livre de qualquer ingerência externa.
Ante a situação política atual, nosso partido põe no centro de seu trabalho a luta pela paz, trabalhando pelo estabelecimento de uma frente popular de paz.
No dia 01 de setembro, o Dia de Paz, serão realizadas marchas pela Paz em Istanbul e em muitas outras cidades da Turquia. O Partido do Trabalho convoca a todos os partidos irmãos, às forças revolucionárias e democráticas a rechaçar a intervenção militar contra a Síria e apoiar a luta pelo estabelecimento da paz em todo Oriente Médio.
Emek Partisi (EMEP)
Partido do Trabalho
Turquia

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