A luta feroz contra os detratores do marxismo
começa, antes mesmo do eclodir da revolução proletária na Rússia (25 de
Outubro-7 de novembro de 1917), quando Lenin escreve O Estado e a Revolução,
cujo texto demonstra que a maior autoridade da II Internacional, o teórico Karl
Kautsky, deturpava a doutrina de Marx.
Na visão do renegado Kautsky, o marxismo deveria
ser esvaziado do seu conteúdo revolucionário de luta, isto é, da ditadura do
proletariado. Sem se deter na análise da deturpação teórica, contida na
argumentação de Kautsky, Lenin prossegue ajustando contas com aqueles que
insistem em caminhar a reboque da ideologia burguesa, isto é, os revisionistas
de diversos matizes.
Nessa categoria, também, encontra-se a judia polaca
Rosa Luxemburgo, que se destacou por atacar o programa dos marxistas russos e
negar o direito das nações à autodeterminação, com base apenas em definições
jurídicas e desconsiderando o aspecto sócio-econômico dos movimentos nacionais,
uma exigência da teoria marxista para a análise de qualquer questão social.
Sem perceber que autodeterminação significava a
formação do Estado nacional, morreu defendendo a espontaneidade das massas, no
lugar do trabalho de organização partidária, em total dissonância com os
princípios marxistas.
Ainda nessa linha de traição ao marxismo, no período pre- e pós- revolução
bolchevique, surge o mais nocivo dos revisionistas, Léon Trotski, a quem Lenin
deu um combate sem tréguas. Inimigo declarado da posição bolchevique, no seio
do Partido Comunista da URSS, Trotski trava uma luta declarada contra o
leninismo (o marxismo da era do imperialismo e da revolução proletária),
opondo-se ao programa de construção do socialismo na URSS.
Apesar da soberba, a sua "contribuição
teórica" ao marxismo beira à mediocridade, limitando-se a um opúsculo
sobre a revolução permanente, um escrito anticientífico, refutado pelo
desenvolvimento social na URSS, e vista por analistas isentos como uma
aplicação da doutrina sionista. Em sua escalada de injúrias ao Estado soviético,
Trotski buscou desintegrar a ditadura do proletariado e abrir caminho para a
contra-revolução. No entanto, as suas pretensões não se realizaram graças à
firmeza da direção leninista do Estado soviético.
Esses exemplos de revisão do legado de Marx não passavam de uma pretensão
descarada de reescrever o marxismo, com as tintas da ideologia burguesa. São o
que Lenin chamou de revisionismo, que não deve ser entendido de uma forma ampla
e positiva, mas, sim, como o rompimento com o socialismo real e científico de
Marx.
Do ponto de vista do seu conteúdo, o revisionismo
sempre caminhou a reboque da ciência acadêmica burguesa. E é dos meios
acadêmicos que brota uma nova forma de revisionismo, o marxismo ocidental.
Essa erva daninha surge, por volta de 1920, como um questionamento ao marxismo
soviético, que, segundo os marxistas ocidentais, valoriza mais o determinismo
econômico, no lugar da cultura, filosofia e da arte. Os defensores mais
destacados dessa interpretação oportunista do marxismo foram Giórgy Lukács,
Antonio Gramsci, Merleau-Ponty, Sartre e os representantes da Escola de
Frankfurt. Em comum, defendiam o retorno ao jovem Marx, a rejeição à dialética
de Engels, a valorização do papel dos intelectuais e a ênfase nos conceitos de
consciência e subjetividade.
O seguimento dessa guinada antimarxista é a teoria crítica lançada, em 1937,
por Max Horkheimer, diretor do Instituto para Pesquisa Social de Frankfurt, que
propunha a substituição do materialismo dialético por um materialismo mais
aceitável.
Embora se apresentassem como o resgate do vigor crítico do pensamento de Marx,
esses teóricos, diferentemente de Lenin, nada acrescentaram ao marxismo, pois
encontravam-se em total desacordo com a concepção que Marx tinha da história.
Longe de enriquecer o marxismo, tentaram sepultar e esquecer Marx, apesar das
honrarias acadêmicas do féretro.
Quando retiraram o conteúdo revolucionário da
teoria de Marx, reduziram uma filosofia transformadora a uma filosofia do
sujeito, onde a existência paira acima de tudo e de todos. Teóricos da
superestrutura, fugiam da crítica da economia política. Com o passar dos anos,
a Escola de Frankfurt acabou ficando na crítica pela crítica, isto é, atendo-se
apenas a especulações estéreis e esquecendo o aspecto revolucionário da filosofia
marxista. É o exemplo gritante da esperteza do dever ser.
Com uma postura arrogante e odienta, em relação ao campo soviético, o marxismo
ocidental, em todas as suas vertentes, jamais se propôs reinterpretar a teoria
de Marx, de maneira séria e honesta, com base no papel histórico do primeiro
Estado socialista do mundo, que enfrentava o cerco imperialista e a sabotagem
interna dos cooptados pela contra-revolução. Longe disso, essa corrente
revisionista fingia ignorar que a essência de qualquer Estado é a ditadura da
classe dominante, no caso, o proletariado que tomara em suas mãos o poder
político.
Portanto, ao fugir da realidade, o marxismo
ocidental foi, paulatinamente, absorvido pela ideologia burguesa e, hoje, não
passa de um instrumento teórico a serviço do capitalismo. Sem medo de errar,
pode-se afirmar que o marxismo ocidental contribuiu para o aniquilamento do
campo socialista, em especial, quando solapou a influência positiva da União
Soviética, nas lutas de libertação nacional dos povos coloniais. O seu trabalho
de sapa prosseguiu e se fez sentir, quando da realização do XX Congresso do
Partido Comunista da URSS, em 1956, oportunidade em que Kruschev, adotando uma
postura revisionista, dá início à destruição do regime soviético, pela via da
demonização de Stálin.
Nessa data, sob a influência do marxismo ocidental, as discussões teóricas
buscaram afastar o partido dos princípios mais caros do marxismo, como ditadura
do proletariado, centralismo democrático e luta de classes, ao mesmo tempo em
que se faziam revelações caluniosas e sem provas contra aquele que libertou o
mundo do nazismo, o Marechal Stálin. A consequência imediata da denúncia
irresponsável e revanchista foi semear a dúvida e estimular a dissidência, no
bloco socialista, além de jogar no antissovietismo a maioria dos partidos
comunistas, cujos dirigentes, por oportunismo e fraqueza teórica, tonaram-se
reféns da forma mais nefasta do revisionismo de direita.
Nessas circunstâncias, não é de surpreender que, no Brasil, não seja diferente.
Em outras palavras, aqui, também, os ditos Partidos Comunistas se deixaram
influenciar por uma academia que ainda confunde marxismo ocidental com a teoria
de Marx. Em nosso meio universitário, diga-se de passagem, com baixo lastro
intelectual, o que mais se vê são acadêmicos que não pensam com o próprio
bestunto, acostumados, que são, a pensarem com as cabeças de teóricos europeus
e americanos.
Dessa gente, pode-se dizer que até a alma é
colonizada, pois possuídos de um sentimento de inferioridade, incutido pela
classe dominante, jamais ousam questionar o entulho teórico alienígena. Para
eles, é mais confortável passar para os trilhos do revisionismo, adotando um
discurso antissocialista, do que prosseguir na defesa de uma formulação
teórica, capaz de questionar o modo de produção capitalista.
Já que é assim, só lhes resta, Partidos Comunistas e seus mentores
intelectuais, desmerecer as obras de Marx, Engels, Lenin e Stálin e surfar, na
onda festiva do marxismo ocidental, enaltecendo o revisionismo de Lukács,
Gramsci e Néstor Khoan e vendo aspectos positivos em Trotski.
THELMAN MADEIRA DE SOUZA
Foto: Kautsky
Nota: Estes artigos de opinião são para discutir com classe e com a devida
argumentação, não para lançar pueris ataques na página de Facebook sem qualquer
fio de comentário inteligente. Grato pela compreensão. Timothy
Bancroft-Hinchey, Director e Chefe de Redacção da versão portuguesa da
Pravda.Ru
Ainda nessa linha de traição ao marxismo, no período pre- e pós- revolução bolchevique, surge o mais nocivo dos revisionistas, Léon Trotski, a quem Lenin deu um combate sem tréguas. Inimigo declarado da posição bolchevique, no seio do Partido Comunista da URSS, Trotski trava uma luta declarada contra o leninismo (o marxismo da era do imperialismo e da revolução proletária), opondo-se ao programa de construção do socialismo na URSS.
Esses exemplos de revisão do legado de Marx não passavam de uma pretensão descarada de reescrever o marxismo, com as tintas da ideologia burguesa. São o que Lenin chamou de revisionismo, que não deve ser entendido de uma forma ampla e positiva, mas, sim, como o rompimento com o socialismo real e científico de Marx.
Essa erva daninha surge, por volta de 1920, como um questionamento ao marxismo soviético, que, segundo os marxistas ocidentais, valoriza mais o determinismo econômico, no lugar da cultura, filosofia e da arte. Os defensores mais destacados dessa interpretação oportunista do marxismo foram Giórgy Lukács, Antonio Gramsci, Merleau-Ponty, Sartre e os representantes da Escola de Frankfurt. Em comum, defendiam o retorno ao jovem Marx, a rejeição à dialética de Engels, a valorização do papel dos intelectuais e a ênfase nos conceitos de consciência e subjetividade.
O seguimento dessa guinada antimarxista é a teoria crítica lançada, em 1937, por Max Horkheimer, diretor do Instituto para Pesquisa Social de Frankfurt, que propunha a substituição do materialismo dialético por um materialismo mais aceitável.
Embora se apresentassem como o resgate do vigor crítico do pensamento de Marx, esses teóricos, diferentemente de Lenin, nada acrescentaram ao marxismo, pois encontravam-se em total desacordo com a concepção que Marx tinha da história. Longe de enriquecer o marxismo, tentaram sepultar e esquecer Marx, apesar das honrarias acadêmicas do féretro.
Com uma postura arrogante e odienta, em relação ao campo soviético, o marxismo ocidental, em todas as suas vertentes, jamais se propôs reinterpretar a teoria de Marx, de maneira séria e honesta, com base no papel histórico do primeiro Estado socialista do mundo, que enfrentava o cerco imperialista e a sabotagem interna dos cooptados pela contra-revolução. Longe disso, essa corrente revisionista fingia ignorar que a essência de qualquer Estado é a ditadura da classe dominante, no caso, o proletariado que tomara em suas mãos o poder político.
Nessa data, sob a influência do marxismo ocidental, as discussões teóricas buscaram afastar o partido dos princípios mais caros do marxismo, como ditadura do proletariado, centralismo democrático e luta de classes, ao mesmo tempo em que se faziam revelações caluniosas e sem provas contra aquele que libertou o mundo do nazismo, o Marechal Stálin. A consequência imediata da denúncia irresponsável e revanchista foi semear a dúvida e estimular a dissidência, no bloco socialista, além de jogar no antissovietismo a maioria dos partidos comunistas, cujos dirigentes, por oportunismo e fraqueza teórica, tonaram-se reféns da forma mais nefasta do revisionismo de direita.
Nessas circunstâncias, não é de surpreender que, no Brasil, não seja diferente. Em outras palavras, aqui, também, os ditos Partidos Comunistas se deixaram influenciar por uma academia que ainda confunde marxismo ocidental com a teoria de Marx. Em nosso meio universitário, diga-se de passagem, com baixo lastro intelectual, o que mais se vê são acadêmicos que não pensam com o próprio bestunto, acostumados, que são, a pensarem com as cabeças de teóricos europeus e americanos.
Já que é assim, só lhes resta, Partidos Comunistas e seus mentores intelectuais, desmerecer as obras de Marx, Engels, Lenin e Stálin e surfar, na onda festiva do marxismo ocidental, enaltecendo o revisionismo de Lukács, Gramsci e Néstor Khoan e vendo aspectos positivos em Trotski.
THELMAN MADEIRA DE SOUZA
Foto: Kautsky
Nota: Estes artigos de opinião são para discutir com classe e com a devida argumentação, não para lançar pueris ataques na página de Facebook sem qualquer fio de comentário inteligente. Grato pela compreensão. Timothy Bancroft-Hinchey, Director e Chefe de Redacção da versão portuguesa da Pravda.Ru
Nenhum comentário:
Postar um comentário