No meu entendimento, superada a fase das tarifas que significaram uma vitória para o movimento popular, deve-se dar continuidade ao movimento, levantando bandeiras de interesse da população, tais como: carestia, saúde e educação, e não entrar em temas corporativos que só interessam a grupos, como as PECs. A nova pauta dever ser produto de um debate entre os movimentos de forma harmoniosa e consensual e não pode ser excludente. Assim, penso eu. Passamos a carta do nosso amigo:
As lutas do povo e o jornalismo cagão
Por Miguel Gonçalves Trujillo Filho
Desculpem o uso da feia expressão "cagão" mas às vezes é preciso usar toda a riqueza da língua portuguesa. E este é o caso. Recebi vários e-mails e posteriormente vi no facebook diversos posts medrosos com relação a uma possível articulação para um golpe através das manifestações de protestos que pipocam Brasil afora. A mais mirabolante e vergonhosa matéria (entre várias que li) foi a do Brasil de Fato: Novo estilo de golpe http://www.brasildefato.com.br/node/13274.
Eu não vou comentar as bobagens desse e de outros jornalistas,
que estão vendo golpistas debaixo da cama, junto com o penico. É preciso
ter claro que:
1- nos
momentos de acirramento das lutas de classes ou outras lutas há sempre
os vacilões, os medrosos, os que temem a própria sombra. A receita
contra isso já foi dada por Marighella: "É preciso não ter medo". Este é
um momento de ação, de iniciativa, de participação. É nestes momentos
que se vê quem é quem. Até onde vai a iniciativa e coragem política.
2- não temer a direita:
enfrentá-la na luta política, na luta ideológica, nas palavras de ordem e
se necessário, fisicamente. Quem não tem isso em mente não entende o
momento histórico que estamos vivendo. Está simplesmente brincando de
fazer política.
3- Pensar que as diversas
organizações de direita, a mídia, os agentes provocadores da polícia e
forças armadas não iriam se aproveitar das manifestações para tentar
encaminhá-las para sua agenda ou sabotá-las é coisa de principiante. O
mesmo pode ser dito em relação à "ultra esquerda", aos anarquistas e
similares.
4- Ao império não interessa
desestabilizar Dilma. Para a Grande Estratégia (que é muito mais do que a
estratégia nacional ou a estratégia militar) estado-unidense o Brasil é
um contraponto ao bolivarianismo e à influencia da ALBA. Dilma segue
uma política econômica que não confronta o imperialismo. Para que
desestabilizá-la?
5- As direitas golpistas não
tem uma boa organização; estão divididas, enfraquecidas, não tem voto.
São no máximo aqueles 3% odioso e rancoroso que sempre aparecem nas
pesquisas achando o governo ruim ou péssimo. São virulentos nas cartas
da Veja e nos seus blogs e Facebooks, cultivam o ódio a tudo que é
democrático, nacional e popular, mas não há esse clima nos quartéis,
como em 1964. A extrema direita brasileira está sem perspectiva de
futuro.
Como e quando essas
manifestações vão acabar é impossível predizer. Mas algo é certo: a vida
política brasileira mudou. E quem não entender isso vai ficar de fora.
Se essas manifestações não arrefecerem tão cedo e o ódio aos operadores
políticos e indignação contra o estilo de fazer política, às políticas
públicas deficientes, etc continuarem, só há uma solução possível de
imediato: uma ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE.
Por fim, para que conheçam o
novo estilo de golpes da CIA vai anexo um livreto (95 pg) criado para
orientar os movimentos de oposição que ela favorece, financia e orienta.
Está em espanhol e serviu de guia para diversas "revoluções". Deu certo
na Tchecoslováquia, Sérvia, Georgia, Líbano e Ucrânia. Deu errado na
Bielorrússia, Irã e na Venezuela. Não é para assustá-los. É para que
conheçam e saibam como os inimigos da humanidade agem. O manual tem
muita coisa interessante que podemos utilizar também.
Abraço,
Miguel
Anexo o livro da CIA: Lucha No Violenta - Los 50 puntos cruciales.pdf (8 MB);
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