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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A China não vê com bom olhos proposta da França sobre a Síria

Por Paulo Nogueira - de Londres


A China reagiu com frieza nesta quarta-feira a uma proposta francesa de resolução do Conselho de Segurança da ONU para o controle das armas químicas da Síria, dizendo que eventuais decisões devem se basear num consenso e levar a uma solução pacífica.

A proposta redigida pela França dá 15 dias para que a Síria apresente um inventário completo do seu programa de armas químicas, e que abra imediatamente todos os locais relacionados a inspetores da ONU.

O texto, ao qual a agência inglesa de notícias Reuters teve acesso, acrescenta que, em caso de descumprimento, o Conselho de Segurança se reserva ao direito de “adotar novas medidas necessárias de acordo com o Artigo 7º.” da Carta da ONU.

O artigo 7º. trata do poder conferido ao Conselho para impor sanções ou intervenções militares. Essa referência, segundo diplomatas, deixou a Rússia relutante em apoiar a proposta francesa.
O porta-voz da chancelaria chinesa, Hong Lei, não manifestou explicitamente apoio ou reprovação à proposta chinesa, mas fez algumas ressalvas.

“A China apoia o Conselho de Segurança da ONU desempenhando um papel importante nas questões da paz mundial e da segurança, e está disposto a permanecer em contato com todas as partes a respeito os próximos passos pelo Conselho de Segurança”, disse.
- Também acreditamos que uma ação do Conselho de Segurança deve se basear no consenso alcançado após discussões completas com todos os lados, deve ajudar a melhorar a atua tensão na Síria, ser útil para manter a paz e a estabilidade na Síria e na região, e ser útil para uma solução política – acrescentou Hong.

Rússia e China já vetaram várias tentativas anteriores de impor punições ao governo sírio por intermédio do Conselho de Segurança.

Hong repetiu a oposição chinesa a qualquer ação militar unilateral na Síria, e disse que a proposta original da Rússia, prevendo a entrega do arsenal químico sírio ao controle internacional, criou uma “oportunidade importante” para uma solução política da crise.

- Esperamos que todas as partes possam aproveitar essa oportunidade e se esforçar proativamente para resolver a questão síria por meios políticos e diplomáticos – afirmou.

A proposta feita pela Rússia levou o governo dos EUA a reverem, ao menos temporariamente, sua intenção de bombardear a Síria para punir o governo de Bashar al Assad pelo suposto uso de armas químicas contra civis. Assad nega ter cometido o ataque com gás sarin em 21 de agosto.

Fonte: Correio do Brasil

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