Agremiação reconquistou cidades-chave como Évora, Loures e Beja, e outras emblemáticas, como Grândola e Cuba
O Partido Comunista Português (PCP), em aliança com os “verdes”, saiu das urnas após as eleições deste domingo (29/09) com os melhores resultados em 15 anos, como o favorito de 11% dos eleitores e a terceira força política do país. O sucesso obtido em trinta e quatro cidades (com vitória absoluta em 29 delas) coloca o partido à frente de cerca de um milhão de habitantes –aproximadamente 10% da população de Portugal.
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Os eleitores penalizaram o Partido Social Democrata (centro-direita)
do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que perdeu sete pontos
percentuais em relação a 2009. O fôlego a candidatos independentes, como
Rui Moreira na cidade do Porto – tradicional bastião dos
social-democratas –, o índice recorde de abstenções (47%) e a fatia de
36% dos votos conquistada pelos socialistas podem ser lidos, junto com a
vitória dos comunistas, como uma clara rejeição popular às medidas de
austeridade implementadas pelo governo central desde o resgate
financeiro ao país, em 2011.
[Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP]
Por outro lado, o Bloco de Esquerda teve uma redução no número de representantes eleitos nos municípios portugueses, principalmente nas freguesias - de onde caiu de 235 eleitos em 2009 para 138 agora.
Esse resultado vem duas semanas depois de o partido “A Esquerda” (Die Linke), na Alemanha, ter se tornado a terceira força do Bundestag, o parlamento do país. O Linke é o partido resultante do SED (Partido Socialista Unificado da Alemanha), que governou a antiga Alemanha Oriental até pouco depois da queda do Muro de Berlim, em 1989.
Oposição mais forte
Em discurso na capital, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, comemorou a vitória dos vermelhos com uma crítica ao governo central. “O governo tem os dias contados, é um governo derrotado e isolado dos portugueses”. O ex-operário de 66 anos reforçou “a necessidade, possibilidade e urgência” da demissão do atual primeiro-ministro.
[Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP]
Por outro lado, o Bloco de Esquerda teve uma redução no número de representantes eleitos nos municípios portugueses, principalmente nas freguesias - de onde caiu de 235 eleitos em 2009 para 138 agora.
Esse resultado vem duas semanas depois de o partido “A Esquerda” (Die Linke), na Alemanha, ter se tornado a terceira força do Bundestag, o parlamento do país. O Linke é o partido resultante do SED (Partido Socialista Unificado da Alemanha), que governou a antiga Alemanha Oriental até pouco depois da queda do Muro de Berlim, em 1989.
Oposição mais forte
Em discurso na capital, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, comemorou a vitória dos vermelhos com uma crítica ao governo central. “O governo tem os dias contados, é um governo derrotado e isolado dos portugueses”. O ex-operário de 66 anos reforçou “a necessidade, possibilidade e urgência” da demissão do atual primeiro-ministro.
Os comunistas reconquistaram cidades-chave como Évora, Loures e Beja, e outras emblemáticas, como Grândola (que dá nome à canção usada na Revolução dos Cravos) e Cuba, consideradas feudos vermelhos e que estavam nas mãos dos socialistas. Além disso, conseguiram manter os quadros na maioria dos municípios onde governavam, perdendo o poder em apenas quatro.
Os resultados coloriram de vermelho o mapa do sul do país. Tradicionalmente, os comunistas sempre foram populares nas zonas rurais do Alentejo e nas industriais dos distritos de Setúbal e Lisboa. Na cidade de Loures, Bernardino Soares derrotou João Nunes (PS) após iniciar a campanha com uma desvantagem de 25% dos votos em relação ao então favorito. A vitória afastou da cidade os socialistas, no poder há 12 anos.
O PCP faz hoje uma oposição radical ao governo de Passos Coelho e à troika, grupo de credores internacional. Fundado em 1921, o partido teve grande participação na Revolução dos Cravos de 1974, que pôs fim a 41 anos de ditadura do Estado Novo. Enquanto os esquerdistas na Europa rumaram ao socialismo e à social-democracia, ele manteve-se fiel aos dogmas comunistas. No programa do partido, que se define como marxista e leninista, um dos objetivos é construir “uma sociedade liberta da opressão e da exploração capitalistas”.
Fonte: operamundi
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