TERCEIRA LEI: A CONTRADIÇÃO
Vimos que a dialética considera
as coisas como estando em perpétua mudança, evoluindo continuamente, numa
palavra, sofrendo um movimento dialético (1.ª Lei).
A dialética ensina-nos que as
coisas não são eternas: tem um começo, uma maturidade, uma velhice, que termina
num fim, a morte.
Todas as coisas passam por essas
fases: nascimento, maturidade, velhice, fim. Por que acontece assim? Por que
não são as coisas eternas.
Eis uma velha pergunta que
sempre apaixonou a humanidade. Por que é preciso morrer? Não se compreende esta
necessidade, e os homens, no decurso da história, sonharam com a vida eterna,
com os meios de mudar tal estado de coisas, na idade média, por exemplo,
inventando bebidas mágicas (elixires de juventude ou da vida).
Por que é que o que nasce é,
portanto, obrigado a morrer? Eis uma grande lei da dialética, que deveremos confrontar,
para bem a compreender, com a metafísica.
·
A vida e a morte.
Em poucas palavras, quando um metafísico examina
o fenômeno a que se chama vida, fá-lo sem o relacionar a qualquer outro. Vê a
vida, por si e em si, de uma maneira unilateral. Vê-a de um só lado. Se
examinar a morte, fará a mesma coisa; aplicarão seu ponto de vista unilateral,
e concluirá dizendo: a vida é a vida, a morte é a morte. Entre ambas, nada de
comum; não se pode estar ao mesmo tempo vivo e morto, porque são duas
coisas opostas, inteiramente contrárias uma à outra.
Ver assim as coisas é fazê-lo de uma maneira superficial. Se as
examinarmos um pouco mais de perto, veremos, primeiro, que não as podemos opor
uma à outra, não podemos mesmo separá-las tão brutalmente, uma vez que a
experiência e a realidade nos mostram que a morte continua a vida, que a morte
vem do vivo.
E a vida, pode sair da morte? Sim. Porque os elementos do corpo morto vão
transformar-se para dar origem a outras vidas e servir de adubo a terra, que
será mais fértil, por exemplo. A morte, em muitos casos, auxiliará a vida,
permitirá a esta nascer; e, nos próprios corpos vivos, a vida só é possível
porque há uma contínua substituição das células que morrem por outras que
nascem.
Portanto, a vida e a morte transformam-se continuamente uma na outra, e,
em todas as coisas, constatamos a constância desta grande lei: por toda a
parte, as coisas transformam-se na sua contrária.
·
As coisas transformam-se nas suas contrárias.
Se, portanto,
as coisas se transformam na sua contrária, como é isso possível? Como se
transforma a vida na morte?
Se houvesse apenas vida, a vida cem por cento, ela nunca poderia ser a
morte, e se a morte fosse totalmente ela própria, a morte cem por cento, seria
impossível que uma se transformasse na outra. Mas, já existe morte na vida e,
por conseguinte, vida na morte.
Observando de perto, veremos que um ser vivo é composto de células, que
estas se renovam, desaparecem e reaparecem no mesmo lugar. Vivem e morrem
continuamente num ser vivo, onde existe, portanto, vida e morte.
Sabemos, também, que a barba de um morto continua a crescer. O mesmo
acontece com as unhas e os cabelos. Eis fenômenos nitidamente caracterizados,
que provam que a vida continua na morte.
Na União Soviética, conserva-se, em condições especiais, sangue de
cadáveres, que serve para fazer transfusões: assim, com o sangue de um morto,
refaz-se um vivo. Podemos dizer que, por conseguinte, no seio da morte há a
vida.
“A vida é, pois, igualmente uma contradição «existente nas coisas e
nos fenômenos em si», uma contradição que, constantemente, se apresenta e
resolve; logo que a contradição cessa, a vida cessa também, intervém a morte”.(Engels:
“Anti-Duhring”)
Portanto, a dialética constata a mudança; mas, por que mudam as coisas?
Porque não estão de acordo consigo próprias, porque há luta entre as forças,
entre os antagonismos internos, porque há contradição. Eis a terceira lei da
dialética: As coisas mudam, porque contêm em si mesmas a contradição.
· Afirmação, negação e negação da
negação.
É necessário fazermos, aqui, uma
distinção entre o que se chama a contradição verbal-que significa responder
«não», quando alguém vos diz «sim» — e a que acabamos de ver, a chamada
contradição dialética, isto é, nos fatos, nas coisas.
Tomemos o exemplo de um ovo que é posto e chocado por uma galinha:
constatamos que, nele, se encontra o germe que, a uma certa temperatura e em
certas condições, se desenvolve. Desenvolvendo-se, dará um pintainho: deste
modo, o germe é já a negação do ovo. Veremos que, sem dúvida, no ovo há duas
forças: a que tende para que permaneça um ovo e a que tende a que se torne
pintainho. O ovo está, portanto, em desacordo consigo próprio, e todas as
coisas o estão consigo mesmas.
Uma coisa começa por ser uma afirmação que sai da negação. O
pintainho é uma afirmação resultante da negação do ovo. É esta uma fase do
processo.
Mas a galinha será, por sua vez, a transformação do pintainho, havendo,
no centro desta transformação, uma contradição entre as forças que lutam para
que o pintainho se torne galinha e as que lutam para que permaneça pintainho. A
galinha será, pois, a negação do pintainho, que vinha, por sua vez, da negação
do ovo.
A galinha será, por conseguinte, a negação da negação. E isso é a marcha
geral das fases da dialética.
1. Afirmação diz-se também Tese.
2. Negação ou Antítese.
3. Negação da negação ou Síntese.
Estas três palavras resumem o desenvolvimento dialético. Empregam-se para
representar o encadeamento das fases, para indicar que cada uma é a destruição
da precedente.
A destruição é uma negação. O pintainho é a negação do ovo, uma vez que,
nascendo, o destrói. A espiga de trigo é, da mesma maneira, a negação do grão
de trigo. O grão, na terra, germinará; essa germinação é a negação do grão de
trigo, que dará a planta, que, por sua vez, florirá e dará uma espiga; esta
será a negação da planta ou a negação da negação.
Vemos, pois, que a negação de que fala a dialética é uma maneira resumida
de falar da destruição. Há a negação do que desaparece, do que é destruído.
Mas, se a negação significa destruição, não se trata de qualquer
destruição, mas de uma destruição dialética.
Assim, quando esmagamos uma pulga, ela não morre por destruição interna,
por negação dialética. A sua destruição não é o resultado de fases
autodinâmicas; é o de uma mudança puramente mecânica.
Como outro exemplo, daremos o da filosofia materialista.
No início, encontramos um materialismo primitivo, espontâneo, que, por
ignorante, cria a sua própria negação: o idealismo. Mas este, negando o antigo
materialismo, será negado pelo moderno ou dialético, porque a filosofia se
desenvolve e provoca, com as ciências, a destruição do idealismo. Também aqui, portanto,
temos; afirmação, negação e negação da negação.
Vemos, pois, que a contradição é uma grande lei da dialética. Que a
evolução é uma luta de forças antagonistas. Que não só as coisas se transformam
umas nas outras, mas, também, cada uma na sua contrária.
Que as coisas não estão de acordo consigo próprias, porque há, nelas,
luta entre forças opostas, uma contradição interna.
· Recapitulemos
Só a dialética nos permite compreender o desenvolvimento, a evolução das
coisas; só ela nos permite compreender a destruição das antigas e o nascimento
das novas. Só a dialética nos faz compreender todos os desenvolvimentos nas
suas transformações, conhecendo-os como todos formados de contrárias. Porque, para
a concepção dialética, o desenvolvimento natural das coisas, a evolução, é uma
luta contínua de forças e princípios opostos.
Assim, pois, para a dialética, a primeira lei é a constatação do
movimento e da mudança: «Nada permanece o que é, nada fica onde está» (Engels).
Sabemos, agora, que a explicação desta lei reside em que as coisas mudam, não
só transformando-se umas nas outras, mas, também, nas suas contrárias. A
contradição é,portanto, uma grande lei da dialética.
Estudamos o que é, do ponto de vista dialético a contradição, mas é
necessário insistir ainda, para fazer certas precisões e, também, para
assinalar alguns erros que é preciso não cometer.
É bem certo que, primeiro, é necessário familiarizarmo-nos com esta
afirmação, que está de acordo com a realidade: a transformação das coisas nas
suas contrárias. Certamente, ela fere o entendimento, admira-nos, porque
estamos habituados a pensar com o velho método metafísico. Mas, vimos porque é
assim; vimos, de uma maneira detalhada, por meio de exemplos, que isso está na
realidade e porquê as coisas se transformam nas suas contrárias.
É por isso que se pode dizer e afirmar que, se as coisas se transformam,
mudam, evoluem, é porque estão em contradição com elas próprias, trazem em si a
sua contrária, contêm a unidade das contrárias.
· Unidade das contrárias.
A unidade das contrárias, para
um metafísico, é uma coisa impossível: Para ele, as coisas são feitas de uma
só peça, de acordo com elas próprias, e eis que afirmamos o contrário, ao saber
que são feitas de duas peças — elas próprias e as suas contrárias — e que nelas
há duas forças que se combatem, porque as coisas não estão de acordo com elas
próprias, se contradizem a si mesmas.
No entanto, se olharmos os fatos, vemos que não dão lugar a uma oposição
tão rígida. Vemos que, primeiramente, reinou a ignorância, depois é que veio a
ciência; e, aí, verificamos que uma coisa se transforma na sua contrária: a
ignorância em ciência.
Não há ignorância sem ciência, não há ignorância cem por cento. Um
indivíduo, por muito ignorante que seja, sabe reconhecer, pelo menos, os objetos,
a sua alimentação; não há nunca ignorância absoluta; existe sempre uma
percentagem de ciência na ignorância. A ciência está já, em germe, na
ignorância; é, pois, justo afirmar que a contrária de uma coisa está na coisa
em si.
Vejamos, agora, a ciência. Pode haver ciência cem por cento? Não.
Ignora-se sempre qualquer coisa. Disse Lenine: «O objeto do conhecimento é
inesgotável»; o que significa que há sempre que aprender. Não há ciência
absoluta. Todo o saber, toda a ciência contém uma parte de ignorância.
(Engels «A
história das ciências é a da eliminação progressiva do erro, isto é, da sua
substituição por um erro novo, mas cada vez menos absurdo.»)
O que existe, na realidade, é uma ignorância e uma ciência relativas, uma
mistura de ambas.
Não é, portanto, a transformação das coisas nas suas contrárias
que constatamos neste exemplo, mas, é, na mesma coisa, a existência das
contrárias ou a unidade das contrárias.
Poderíamos retomar os exemplos que já vimos: a vida e a morte, a verdade
e o erro, e constataríamos que, num e noutro caso, como em todas as coisas,
existe uma unidade das contrárias, isto é, que cada uma contém, ao mesmo tempo,
ela própria e a sua contrária. É por isso que Engels dirá: “Se, na pesquisa,
nos inspirarmos constantemente neste ponto de vista, deixa-se, de uma vez para
sempre, de procurar soluções definitivas e verdades eternas; tem-se sempre
consciência do caráter necessariamente imitado de todo o conhecimento
adquirido, da sua dependência acerca das condições nas quais foi
adquirido; não mais deixar-se iludir pelas antinomias, irredutíveis
para a velha metafísica sempre em uso, do verdadeiro e do falso, do bem e do
mal, do idêntico e do diferente, do fatal e do fortuito; sabe-se que estas têm
apenas um valor relativo, que o que é conhecido agora como verdadeiro tem o seu
lado falso escondido, que aparecerá mais tarde, assim como o que é atualmente
reconhecido como falso tem o seu lado verdadeiro, graças ao qual pôde,
anteriormente, ser considerado como verdadeiro”.(Engels:”Ludwig Feuerbach”)
Este texto de Engels mostra-nos bem como é preciso compreender a
dialética e o sentido verdadeiro da unidade das contrárias.
· Erros a evitar.
É preciso explicar bem essa grande lei da dialética que é a contradição,
para não criar mal-entendidos.
Primeiro, é-nos necessário compreendê-la de uma maneira mecânica. É
desnecessário pensar que, em todo o conhecimento, existe a verdade mais o
erro, ou o verdadeiro mais o falso.
Se aplicasse essa lei assim, dar-se-ia razão aos que dizem que, em todas
as opiniões, há uma parte de verdadeiro mais uma parte de falso, e que:
«retiremos o que é falso, ficará o verdadeiro, o que é bom». Diz se isso em
certos meios pretensamente marxistas, em que se pensa que o marxismo tem razão
em mostrar que, no capitalismo, há fábricas, monopólios, bancos que têm nas
mãos a vida econômica, que têm razão para dizer que esta caminha mal; mas, o
que é falso no marxismo, acrescente-se, é a luta de classes:
deixemos de lado a teoria da luta de classes, e teremos uma boa doutrina.
Diz-se, também, que o marxismo, aplicado ao estudo da sociedade, é justo,
verdadeiro, «mas, para quê misturar-lhe a dialética? Eis o lado falso,
retiremos esta, e guardemos como verdadeiro o resto do marxismo!».
São estas interpretações mecânicas da unidade das contrárias.
Eis, ainda, um outro exemplo: Proudhon pensava, depois de ter tomado
conhecimento da teoria das contrárias, que, em cada coisa, havia um lado bom e
outro mau. Também, ao constatar que, na sociedade, existe a burguesia e o
proletariado, dizia: Retiremos o que é mau: o proletariado! E é assim que põe
de pé o seu sistema de créditos, que deviam criar a propriedade parcelar, isto
é, permitir aos proletários tornar-se proprietários; dessa maneira, só haveria
burgueses, e a sociedade seria boa.
Sabemos bem, no entanto, que não há proletariado sem burguesia e
que esta só existe pelo proletariado: são duas contrárias inseparáveis.
Tal unidade é interna, verdadeira: é uma união inseparável. Não basta, pois, para
suprimi-las, separar uma da outra. Numa sociedade baseada na exploração do
homem pelo homem, existem, obrigatoriamente, duas classes antagônicas: amos e
escravos, na antiguidade, senhores e servos, na
idade média, burguesia e proletariado, nos nossos dias.
O que conta é o princípio: a dialética e as suas leis obrigam-nos a
estudar as coisas para descobrir a evolução e as forças, as contrárias que
determinam essa evolução. É-nos preciso, pois, estudar a unidade das contrárias
contida nas coisas, e esta equivale a dizer que uma afirmação não é nunca
uma afirmação absoluta, uma vez que contém, em si mesma, uma parte de
negação. E isso é o essencial: é por as coisas conterem a sua própria
negação que se transformam. A negação é o «dissolvente»: se não existisse,
as coisas não mudariam. Como, de fato, estas se transformam, é preciso, na
verdade, que contenham um princípio dissolvente. Podemos, de antemão, afirmar
que existe, uma vez que vemos as coisas evoluir, mas, não podemos descobrir tal
princípio sem um estudo minucioso da própria coisa, porque ele não tem o mesmo
aspecto em todas as coisas.
· Consequências praticas da dialética.
Praticamente, portanto, a dialética
obriga-nos a considerar sempre, não apenas um lado das coisas, mas ambos: não
considerar nunca a verdade sem o erro, a ciência sem a ignorância. O grande
erro da metafísica é, justamente, considerar só um dos seus lados, julgar de
uma maneira unilateral, e se cometemos muitos erros é sempre na medida em que
vemos apenas um lado das coisas, é porque temos, muitas vezes, raciocínios
unilaterais.
Se a filosofia idealista afirma que o mundo existe só nas ideias dos
homens, é preciso reconhecer que há, com efeito, coisas que não existem senão
no nosso pensamento. Isso é verdade. Mas o idealismo é unilateral, vê apenas
esse aspecto. Vê só o homem que inventa coisas que não estão na realidade, e,
daí, conclui que nada existe fora das nossas ideias. O idealismo tem razão em
sublinhar essa faculdade do homem, mas, aplicando apenas o critério da prática,
não vê senão isso.
O materialismo metafísico também se engana, porque vê apenas um lado dos
problemas. Vê o universo como uma mecânica. A mecânica existe? Sim! Desempenha
um papel importante? Sim! O materialismo metafísico tem, pois, razão em afirmar
isso, mas, é um erro ver só o movimento mecânico.
Naturalmente, somos levados a ver um só lado das coisas e das pessoas. Se
julgamos um camarada, vemos, quase sempre, apenas o seu lado bom ou o mau. É
preciso ver um e outro, sem o que não seria possível ter quadros nas
organizações. Na prática política, o método do julgamento unilateral leva ao
sectarismo. Se encontramos um adversário pertencente a uma organização reacionária,
julgamo-lo segundo os seus chefes.
E, no entanto, não é mais, talvez, que um modesto empregado revoltado,
descontente, e não o devemos julgar como a um importante patrão fascista. Pode,
da mesma maneira, aplicar-se este raciocínio aos patrões, e compreender que, se
nos parecem maus, é, muitas vezes, porque eles próprios são dominados pela
estrutura da sociedade, e que, noutras condições sociais, seriam,
talvez, diferentes.
Se atendermos à unidade das contrárias, consideraremos as coisas sob os
seus múltiplos aspectos. Veremos, portanto, que esse reacionário é reacionário,
por um lado, mas, por outro, é um trabalhador, havendo nele uma contradição.
Investigando, verificaremos porque aderiu a essa organização, procurando, ao
mesmo tempo, indagar porque deveria não ter aderido. E, então, julgaremos e
discutiremos, assim, de uma maneira menos sectária.
Devemos, pois, de acordo com a dialética, considerar as coisas sob todos
os ângulos que se lhe possam distinguir.
Para resumir, e como conclusão teórica, diremos: as coisas mudam, porque
encerram uma contradição interna (elas próprias e as suas contrárias). As
contrárias estão em conflito, e as mudanças nascem desses conflitos; assim, a
mudança é a solução do conflito.
O capitalismo contém esta contradição interna, esse conflito entre o
proletariado e a burguesia; a mudança explica-se por tal conflito, e a
transformação da sociedade capitalista em socialista é a sua supressão.
Há mudança, movimento, onde haja contradição. Esta é a negação da
afirmação, e quando o terceiro termo, a negação da negação, se alcança, aparece
à solução, porque, nesse momento, a razão da contradição é eliminada, ultrapassada.
Pode, pois, dizer-se que, se as ciências: a química, a física, a
biologia, etc, estudam as leis da mudança que lhes são particulares, a dialética
estuda as mais gerais. Engels disse:
A dialética é apenas a ciência das leis gerais do movimento e do
desenvolvimento da natureza, da sociedade humana o do pensamento. (Engels:
“Anti-Duhring”)
Próxima: Quarta Lei: A transformação da quantidade em qualidade
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