“O presidente Obama deveria perceber
que a Cúpula de Cartagena não foi propícia para aconselhar democracia a Cuba”, destacou
Raul Castro.
Via Opera
Mundi
O governo de Cuba considera que, na
última Cúpula das Américas, a América Latina e o Caribe fizeram uma “rebelião” contra
os Estados Unidos, que teria ficado isolado e obrigado a “exercer um veto imperial
por falta de ideias e de autoridade política e moral”.
“O presidente Obama deveria perceber
que a Cúpula de Cartagena não foi propícia para aconselhar democracia a Cuba (...).
Melhor se ocupar com suas guerras, crise e politicagem, que os cubanos se ocupam
com Cuba”, destacou Raul Castro no jornal Granma
em texto intitulado “Pela segunda independência”.
De acordo com Cuba, na cidade colombiana
de Cartagena das Índias foi demonstrado “o abismo crescente entre nossa América
e o Norte revolto e brutal que nos despreza”.
“Foi impressionante a sólida postura
unitária da Nossa América em torno do bloqueio, da exclusão de Cuba e das Malvinas”,
ressalta a declaração. O texto destaca que a novidade da reunião continental foi
que boa parte dos governos, apesar de diferentes enfoques, agiu com solidariedade
e complementariedade.
Raul elogiou a atuação de diversos
presidentes latino-americanos como o colombiano Juan Manuel Santos, por seu respeito
com a Ilha e o mérito de ter introduzido diretamente o tema do bloqueio e da exclusão
do país. Também foram elogiadas as posições do boliviano Evo Morales, do venezuelano
Hugo Chavez e do nicaraguense Daniel Ortega, assim como a “firmeza” da argentina
Cristina Kirchner e a “serena dignidade” de Dilma Rousseff.
Para Cuba, os EUA subestimaram processos
políticos da região, como o nascimento da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos
e do Caribe) e a tentativa frustrada de golpe em abril de 2002 na Venezuela, que
completou dez anos.
Na opinião de Raul, na 6ª Cúpula das
Américas, “Obama esteve totalmente isolado, obrigado a exercer um veto imperial
por falta de ideias e de autoridade política e moral, e dedicado à demagogia, caminhando
para eleições escabrosas”.
O texto acrescentou que a OEA (Organização
dos Estados Americanos) é um “cadáver insepulto” e que com o consenso de soberania
regional demonstrado em Cartagena, a América Latina tem a oportunidade de resolver
graves problemas de desigualdade nas riquezas, defesa da paz e “preservação da espécie
humana”.
Cuba e sua exclusão das Cúpulas das
Américas foi um dos grandes assuntos da última reunião continental realizada em
Cartagena das Índias, que acabou sem uma declaração final pela falta de consenso
neste e outros temas.
Os EUA e o Canadá se opõem à inclusão
de Cuba nestes encontros, pois alegam que falta liberdades democráticas na ilha.
Os países latino-americanos deixaram claro, no entanto, que não haverá uma nova
cúpula sem a presença de Cuba.
Fonte: Sintese Cubana
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