Após o primeiro turno das eleições francesas, em que a Frente de Esquerda foi a grande novidade, obtendo uma importante votação (11% dos votos), o PCOF – Partido Comunista dos Operários da França – lançou um comunicado que publicamos a seguir.
Derrotar Sarkozy e Implantar a Frente de Esquerda
O primeiro turno das eleições presidenciais foi, sobretudo, um fracasso de Sarkozy e de seu partido de direita, a UPM, que tinha como objetivo situar-se à cabeça no primeiro turno. O total dos votos da direita Sarkozy e Bayrou, Dupont-Aignant é um claro retrocesso em relação às eleições de 2007. O repúdio à Sarkozy, à sua política, à sua prepotência… está claro.
Entretanto, evidentemente, são os resultados de Marine Le Pen que provocam mais inquietação. Le Pen melhorou os resultados obtidos em 2002.
A estratégia de Sarkozy foi trabalhar com os mesmos temas reacionários de M. Le Pen, o que em definitivo beneficiou a ela. O imediato chamamento de Sarkozy aos eleitores da FN – Frente Nacional – foi para fortalecer os laços políticos e ideológicos que ele costurou com esse partido.
As causas e fontes do voto na FN são múltiplos, em um contexto de profunda crise que alimenta o medo, a desistência, a frustração. M Le Pen manobrou com a forte hostilidade contra a construção européia, que generaliza a política de austeridade e menospreza a vontade dos povos. M Le Pen aglutinou a corrente de extrema direita «tradicional» reavivando seus temas reacionários.
O combate contra a FN foi tratado frontalmente por Melenchon, o candidato da Frente de Esquerda, o que arrancou a máscara «social» com a qual ela pretendia camuflar-se, desautorizando-a a falar em nome dos trabalhadores. Era um combate inevitável e coube à Frente de Esquerda havê-lo realizado e demonstrado que é possível fazer a FN retroceder nesse terreno. Precisamos continuar este combate, com coragem e determinação, sobre os problemas nos quais a FN e M. Le Pen continuam enganando os setores populares.
A Frente de Esquerda lançou uma dinâmica e uma força que marcou profundamente esta campanha eleitoral, expondo as exigências do movimento operário e popular mediante concentrações cada vez maiores nas praças das grandes cidades. Deu confiança a dezenas de milhares de homens e mulheres que se integraram nesta campanha e que querem seguir o combate por uma ruptura verdadeira com este sistema desumano.
Esta força tem que continuar a se inserir e desenvolver nas áreas populares, ganhar a juventude, atrair cada vez mais sindicalistas e militantes que lutam pela emancipação da mulher, contra o Estado policial, a criminalização do protesto social, de todos os que lutam contra a política destruidora do meio ambiente, de todos os que lutam contra a política de guerra e trabalham para desenvolver a solidariedade entre os povos… Esse é o sentido do compromisso assumido no último grande comício da Frente de Esquerda para «continuar juntos», de manter viva a Frente de Esquerda para avançar para uma Frente Popular.
As tarefas e compromissos próximos estão claros:
*O 1º de Maio, nas ruas, com o movimento sindical, com as exigências sociais traçadas nesta campanha pela Frente de Esquerda.
*No segundo turno das eleições, não pode faltar nenhum voto para derrotar Sarkozy e impedir assim a formação de um governo de direita-FN.
* Lançar a Frente de Esquerda numa campanha para conseguir eleger o maior número de deputados sobre a base do programa da Frente de Esquerda.
Partido Comunista dos Operários da França
Membro da Frente de Esquerda
Membro da Frente de Esquerda
Fonte: AVERDADE
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