Jorge Arreaza lembrou a reação negativa à ida de profissionais de saúde da ilha caribenha à Venezuela
Por Luciana Taddeo no Opera Mundi
O
vice-presidente da Venezuela, Jorge Arreaza, afirmou na noite desta
quarta-feira (24/07) que apesar da resistência à contratação de médicos
cubanos, até a “oligarquia” é beneficiada com o atendimento dos
profissionais desta nacionalidade nos postos médicos públicos do país,
conhecidos como CDIs (Centros de Diagnósticos Integrais).
“Como
foram duros a oligarquia venezuelana e os meios de comunicação
privados, com o comandante [Hugo] Chávez, porque (...) decidiu estreitar
a sua máxima expressão as relações com Cuba”, disse Arreaza. “Vocês
lembram como falavam da ‘cubanização’ [da Venezuela]? (...como se metiam
com os médicos cubanos? Depois eles são vistos indo aos CDIs que ficam
perto das urbanizações de classe média, para ser atendidos. E saem
felizes, porque são bem tratados”, manifestou.
Segundo
Arreaza, os médicos cubanos podem ser vistos “em qualquer cidadezinha
da Venezuela, por mais longe que seja este povoado, nas planícies ou na
floresta amazônica, aí está um companheiro ou uma companheira cubana,
sempre à frente do processo de solidariedade com nosso povo, com os mais
humildes”, expressou, num evento de abertura do 7º Encontro Continental
de Solidariedade com Cuba.
O
vice-presidente venezuelano também ressaltou a atuação dos
profissionais cubanos ao redor do mundo, como em países africanos e no
Haiti. “O Haiti é a primeira pátria livre da nossa América Latina, com a
qual temos uma imensa dívida, e Fidel [Castro] tem clareza disso e por
isso tem missões médicas cubanas no Haiti há muitos anos”, disse,
complementando que é possível encontrar doutores desta nacionalidade "em
qualquer país".
Alfabetização
Além
da atuação de profissionais de saúde, Arreaza também recordou a
resistência ao “Yo sí puedo”, programa criado em 2003 pelo governo
cubano para a alfabetização de adultos iletrados. “Como se meteram com a
Missão Robinson, diziam que era mentira, que assim não se podia
aprender”, disse sobre a campanha implementada em seu país com o método
de alfabetização cubano, que fez com que, em um ano, 1,5 milhão de
pessoas aprendessem a ler e escrever. Em dezembro de 2005, a Unesco
decretou que o analfabetismo havia sido erradicado da Venezuela.
Para
o vice, é “um milagre” que, apesar do bloqueio econômico promovido
pelos Estados Unidos contra a ilha caribenha, médicos cubanos estejam
atuando há anos no Haiti. “Cuba é um país oprimido, localizado a poucas
milhas do maior e pior império que a humanidade conheceu, e no entanto,
se manteve incólume, firme, com dignidade suprema e conseguiu não só
continuar, como levar solidariedade a outras partes do mundo. Ou por
acaso não é um milagre encontrar um médico cubano no Haiti?”, expressou o
vice venezuelano.
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