Cairo, 25 jul (Prensa Latina) O Egito sente cada hora que o separa de amanhã, quando o comando militar espera receber um mandato popular para terminar com um protesto de quase três semanas feito por seguidores do deposto presidente Mohamed Morsi.
Nesta amanhã membros de entidades islamistas encabeçadas pela Irmandade Muçulmana (IM) se concentraram nas proximidades do Instituto Islâmico Al Azhar, a mais alta autoridade religiosa sunita egípcia, para exigirem a renúncia do grande Imã Ahmed Tayyeb, por seu apoio à derrubada de Morsi.
A marcha, ruidosa, mas em seu transcurso pacífica, ocorre após a convocação feita ontem pelo ministro da Defesa general Abdel Fattah al-Sisi pedindo manifestações em todo o país como um mandato popular para terminar com o que descreveu como violência e embrião de terrorismo, em alusão aos protestos dos islamistas.
Ontem três homens morreram na cidade de Arish, na península do Sinai, quando o veículo em que viajavam explodiu.
Fontes do Ministério do Interior disseram que se tratava de três membros de organizações radicais islâmicas que iam realizar um ato terrorista, mas algo saiu errado com a bomba que transportavam.
Partidos seculares, sindicatos, grêmios e organizações de profissionais aderiram à proposta do general Al Sisi, pela qual se afastam do partido salafista Al Nour e do Movimento Juvenil 6 de Abril, que coincidiram em que as Forças Armadas "não precisam mandato para cumprir seu dever dentro dos limites da lei".
Helicópteros da Força Aérea egípcia sobrevoam a concentração em frente ao Azhar desde as primeiras horas do dia, filmando o protesto, na prevenção de incidentes como os ocorridos no início do mês nas proximidades do Quartel Geral da Guarda Republicana nos quais morreram 53 pessoas.
O Imã sunita enviou uma delegação à mesa de reconciliação inaugurada ontem pelo presidente interino Adli Mansour, na que participam também representantes da igreja cristã copta egípcia, da Frente de Salvação Nacional, dos sindicatos, assim como dos partidos, além de personalidades independentes.
O protesto dos islâmicos aparece como uma sorte de ensaio geral de outros convocadas para amanhã em todo o país para se contrapor às propostas do comando militar, uma coincidência que pode desembocar em choques violentos dada a crescente hostilidades entre as partes do conflito.
Prensa Latina |
Nenhum comentário:
Postar um comentário