© Colagem: Voz da Rússia
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Pela primeira vez, cientistas obtiveram uma prova convincente da existência de uma “ponte” de matéria escura entre dois aglomerados de galáxias. Esta ligação pode ser parte de uma enorme rede de matéria escura, que, segundo a maioria dos cientistas, é um “esqueleto” do Universo, segurando em si a matéria regular visível – estrelas e galáxias.
Cientistas começaram a falar sobre
o fenômeno da matéria escura várias décadas atrás, quando notaram a
rotação das galáxias. Com o aumento da distância de seus centros não
diminuem as velocidades das estrelas, ao contrário dos planetas do
sistema solar. Isto pode ser explicado apenas pela presença de uma
grande massa escura, distribuída ao longo de todo o plano galáctico, diz
o astrofísico do Instituto Astronômico Sternberg da Universidade
Estadual de Moscou, Vladimir Surdin.
"Além da matéria
comum, existe ainda algo que tem gravidade. Nós sentimos esse algo pela
atração para ele de estrelas e planetas, mas não o vemos. Foi por isso
que o chamamos de “escuro”. Esse algo não emite luz e não se manifesta
de forma alguma, com exceção da gravidade. Esta matéria existe no
universo em quantidades muito superiores às da matéria habitual. Foi a
matéria escura que, no início da evolução do universo, criou a sua
estrutura, sobre a qual, em seguida, foram colocadas, como contas num
fio, as estrelas e galáxias normais. Nós sempre sentimos a presença da
matéria escura lá, onde há grandes quantidades dela. Por exemplo, em
aglomerados de galáxias. Mas durante muito tempo não conseguíamos provar
que ela permeia todo o universo."
Coágulos de
matéria escura se comportam como uma lente – com sua gravitação desviam
partículas de luz que passam através deles a vindas de objetos
distantes, de modo que um observador na Terra já vê uma imagem
distorcida. Este fenômeno os cientistas chamaram de “lente
gravitacional”. Foi ele que ajudou a revelar a “ponte” fina de matéria
escura.
Jörg Dietrich de Munique, estudou o espaço
entre dois aglomerados de galáxias na constelação de Cetus a 2,7 bilhões
de anos-luz da Terra. Esse intervalo distorceu a imagem de 40.000
galáxias que estavam no fundo. Pelo grau de distorção foi calculada a
massa do intervalo inteiro. Estrelas, gás intergaláctico e poeira deram
em soma não mais de 19%. Por consequente, os restantes 81% são matéria
escura: nada mais poderia explicar um tão grande desvio dos raios de
luz. A propósito, a localização dos aglomerados de galáxias ajudou muito
os cientistas. A “ponte” entre eles está disposta ao longo da linha de
vista de um observador terrestre, o que aumenta várias vezes a refração
da luz.
Segundo o interlocutor da Voz da Rússia, a
descoberta confirma o modelo cosmológico padrão – a visão comum sobre o
desenvolvimento do universo, no qual a matéria escura desempenha um
papel fundamental. Além disso, foi obtida evidência confiável da
existência dessa matéria.
ruvr.ru
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