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O presidente do Equador, Rafael Correa, durante programa televisivo estatal Enlace Ciudadano
Os meios de comunicação privados do Equador não irão mais receber
publicidade oficial do governo. A decisão do presidente do país, Rafael
Correa, acontece após veículos da oposição acusarem sua administração de
"inundar" os jornais com propaganda governamental. Para eles, se
tratava de "um atentado à liberdade de expressão".
"De agora em diante, não enviaremos publicidade para a mídia
mercantilista", ordenou Correa ao secretário-nacional de Comunicação,
Fernando Alvarado, na edição 282 do Enlace Ciudadano, um programa de
televisão estatal transmitido aos finais de semana. “Porque não
precisamos gastar o dinheiro dos equatorianos para beneficiar o negócio
de seis famílias equatorianas”, explicou o presidente para a rede
televisiva no último sábado (28/07).
A medida foi imediatamente criticada pelos meios de comunicação locais, como o El Comercio, Diario Hoy, La Hora, Ecuavisa eTeleamazonas, que apontaram "violação dos direitos de informação e de liberdade de expressão", informou o jornal El Tiempo.
Em 16 de junho, Correa pediu aos meios de comunicação para rejeitar a
publicidade do governo que fosse indesejada por meio de um comunicado
aos órgãos públicos competentes. Em uma entrevista a uma emissora de
rádio local, Diego Cornejo, presidente da Associação Equatoriana de
Editores de Jornais, respondeu que os veículos não enviariam nenhuma
carta renunciando a propaganda porque “isso vai contra a lógica do
negócio”. Cornejo ainda acrescentou que o governo poderia retirar seus
anúncios caso desejasse.
Como os meios de comunicação admitiram publicamente sua finalidade
mercantil, o presidente equatoriano decidiu aceitar a opção de retirar
toda publicidade oficial dos veículos privados. “Para que continuar
enchendo os bolsos de meia dúzia de famílias, quando nos dizem
claramente que colocam seus negócios à frente do direito de
comunicação”, disse Correa. “Então, por que com o dinheiro do povo
equatoriano vamos beneficiar estes negócios”, acrescentou ele.
Opera Mundi
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