Conhecida fora do mundo da ciência como “partícula de Deus”, trata-se da última fronteira não resolvida pela física. Nos anos 60, Peter Higgs desenvolveu uma teoria na qual uma energia invisível preencheria um vácuo no espaço.
Uma corrida bilionária que já durou meio século pode estar chegando
ao seu fim e a ciência estaria a um passo de uma de suas maiores
descobertas: a existência da partícula subatômica que poderia ser o
bóson de Higgs.
Na manhã desta quarta-feira (4), o Centro Europeu de Pesquisas
Nucleares (Cern) anunciou em Genebra o que é a mais importante prova da
existência da partícula que, para muitos, fecharia a explicação sobre a
formação do Universo. A apresentação apontou a descoberta de uma nova
partícula subatômica que poderia ser o bóson de Higgs, abrindo uma nova
era para a Física.
“Atingimos um marco no nosso entendimento da natureza”, declarou Rolf Heuer, diretor do Cern. “A descoberta é consistente com o bóson de Higgs”, disse.
A teoria é que é essa partícula que garante massa a todas as demais
e, portanto, central na explicação do Universo. Conhecida fora do mundo
da ciência como “partícula de Deus”, trata-se da última
fronteira não resolvida pela física. Nos anos 60, Peter Higgs
desenvolveu uma teoria na qual uma energia invisível preencheria um
vácuo no espaço.
Depois de acumular dados de milhares de choques de partículas no acelerador subterrâneo
(foto acima) construído entre a Suíça e França e que custou US$ 8
bilhões, os cientistas praticamente confirmam a existência de sinais da
partícula. Dois experimentos diferentes – os detectores Atlas e o CMS-
se lançaram na corrida pela partícula no Cern e hoje estão comparando
seus resultados.
Joe Incandela, porta-voz do CMS, confirmou que seu experimento
detectou fortes sinais do bóson. “São resultados muito sólidos”, disse.
Ao mostrar a tabela, ele mesmo confessou: “nem posso acreditar”. “São
indícios muito fortes”, disse. A margem de erro ou variação no dado é de
um a cada 1 milhão de eventos.
O assunto é quase esotérico de tão teórico e desdobra-se de formas
que mal podemos imaginar (teletransporte, viagens no espaço e no tempo),
mas esse vídeo abaixo mastiga bem o assunto – que deve infestar o noticiário científico (e além) nos próximos anos.
No Cern, cientistas insistem que o resultado final e a revelação sobre o “Santo Graal” da física só teria como rival a descoberta da estrutura do DNA,
há 60 anos. “Essa é a semana mais excitante da história da física”,
declarou Joe Lykken, do Fermi National Accelerator Lab (Fermilab) que
conduziu as pesquisas nos Estados Unidos nesta semana. Se for confirmada
sua existência, a descoberta abrirá o caminho para detalhar o
funcionamento de átomos e do próprio Universo.
Com agências
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