Demétrio Magnoli foi mais um a defender Policarpo Júnior, ao dizer que jornalistas podem ter fontes criminosas, desde que não soneguem do público notícias relevantes (exatamente o que a revista Veja fez)
O sociólogo Demétrio Magnoli bem que tentou socorrer a revista Veja,
mas seu artigo “Os bons companheiros”, publicado ontem, no jornal O
Globo, na prática, condena o jornalismo praticado pela revista – e, em
especial, pelo diretor da sucursal brasiliense, Policarpo Júnior.
Na sua argumentação, Magnoli sustenta que jornalistas podem, sim, se
aproximar de fontes criminosas, desde que essa aproximação os ajude a
revelar fatos e notícias de interesse público. Mas, na frase seguinte,
ele afirma que jornalistas não têm, no entanto, o direito de sonegar do
público notícias relevantes.
É exatamente aí que Magnoli se trai e acaba condenando o jornalismo
praticado por Veja. Na sua relação de uma década com Carlos Cachoeira,
Idalberto Matias e Jairo Martins, Policarpo Júnior tinha plena ciência
de quem eram e do que faziam os personagens. Chamava Cachoeira de
“empresário de jogos”, quando, no Brasil, essa espécie, proibida por
lei, não existia – o que há são bicheiros.
Veja também tinha total conhecimento de que Cachoeira era o
verdadeiro “segredo do sucesso” da empreiteira Delta no Centro-Oeste –
há, inclusive, um grampo em que um repórter da revista tranquiliza Dadá
sobre uma reportagem que sairia no fim de semana, dizendo que o alvo não
era a construtora (leia mais aqui).
Segundo Magnoli, o suposto ataque à liberdade de imprensa, nas
críticas que vêm sendo feitas a Policarpo Júnior, teria sido organizado
por uma máfia de “bons companheiros”. No entanto, o que ficou claro com a
Operação Monte Carlo é que os verdadeiros “bons companheiros” eram
Policarpo, Dadá, Jairo e Cachoeira.
Brasil 247
Fonte: Pragmatismo Político
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