Setores militares ficaram irritados com a
escolha da advogada Rosa Maria da Cunha, que defendeu a presidente
Dilma Rousseff no período militar, para a Comissão da Verdade. Embora
tenham sido unânimes em afirmar que os nomes da comissão "não foram tão
ruins como se pensava", como disse o general de Exército da reserva e
ex-comandante Militar do Leste Luiz Cesário da Silveira Filho, todos
atacaram a decisão da presidente de nomear a advogada Rosa Maria, que a
representou quando esteve presa durante o regime militar.
A reportagem é de Tânia Monteiro e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo,
O general de Exército da reserva Maynard
Santa Rosa, que perdeu o cargo há dois anos exatamente por condenar o
que chamou na ocasião de "a Comissão da Calúnia", observou que a
indicação de Rosa Maria demonstra a intenção da presidente de fazer
militância política, embora investida em cargo de Estado.
O general Cesário acha que a nomeação da
advogada de Dilma demonstra que a comissão será "facciosa". Já o
general Santa Rosa afirmou que a presidente, ao nomear "uma preposta",
está fazendo "militância político-partidária". Para ele, "na verdade, os
nomes não interessam porque esta comissão é uma aberração e está fadada
ao fracasso total". E emendou: "A comissão burla o espírito da Lei de
Anistia e não acredito que, neste prazo, será feito um trabalho
científico".
Na opinião do general Cesário, "64 é uma
história que não se apaga e nem se reescreve". Ele teme que "só os
militares fiquem expostos e crucificados". E desabafou: "Essa gente que
assaltou e que matou não vai se expor. Se esta gente da VAR-Palmares ou
da ALN, que queria instituir o comunismo no Brasil, tivesse vencido,
hoje viveríamos em um País igual a Cuba. Se hoje há liberdade é porque
defendemos este País".
O presidente do Clube Naval, almirante
Veiga Cabral, está certo de que a comissão penderá "para o lado dos
militantes". Ele pede que militares e parentes deles mortos por
guerrilheiros também sejam ouvidos. "Não foi só um lado que sofreu
violência."
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