Havana, 10 mai (Prensa Latina) Quase quatro anos depois do presidente
estadunidense Barak Obama assumir o poder, as expectativas de uma mudança de
atitude de seu governo com respeito a Cuba estão bem longe de serem cumpridas,
considerou aqui uma diplomata de alto escalão.
Ainda que Obama tenha
adotado algumas medidas de caráter positivo para a relação entre ambos países,
os aspectos fundamentais que caracterizam a política para a ilha não foram
modificados, afirmou a diretora da América do Norte da Chancelaria cubana,
Josefina Vidal.
Em uma entrevista concedida à corrente televisiva CNN em
espanhol, difundida aqui, a funcionária pública enfatizou que as sanções
econômicas como o bloqueio, cujas perdas ao país são estimadas em 975 bilhões de
dólares, seguem intactas.
"Também não foram revisados os chamados
programas para promover mudanças em Cuba, que são programas ilegais em nosso
país, porque tratam de buscar uma mudança que só a nosso povo lhe compete adotar
ou decidir", comentou.
Vidal expressou também que continuam as
transmissões radiais e televisivas desenhadas contra a ilha; e a permanência do
país nas listas negras do Departamento de Estado [dos EUA] que tratam de
deslegitimar a nação caribenha.
Reiterou também a disposição cubana a
sustentar um diálogo político, que abarque todos os problemas, para identificar
áreas de interesse comum e impulsionar a cooperação bilateral.
Com
respeito ao caso do estadunidense Alan Gross, preso aqui por atos contra a
independência nacional, a servidora pública afirmou que os meios tratam de
comparar seu processo com o de René González, antiterrorista cubano que cumpriu
uma sentença de 13 anos nos Estados Unidos e se encontra sob liberdade
condicional.
Ao ser interrogada sobre uma petição de Gross de visitar a
sua mãe doente, Vidal explicou que os casos são diferentes, pois o estadunidense
se encontra no começo de sua pena, e como ocorre em outros países, em tais
condições não está permitido que as pessoas saiam do território onde cumprem sua
sanção.
Recordou que Gerardo Hernández, outro dos cinco cubanos presos
junto a René González em 1998 por informar de ações terroristas perpetradas no
sul da Flórida contra a ilha, perdeu a sua mãe enquanto cumpria sua pena de
cárcere e não foi permitido viajar para uma visita.
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