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terça-feira, 15 de maio de 2012

Ex-Diretor da CIA faz um giro pela America do SUL

        

            


Marcos Domich

O Sr. León Panetta - ex Diretor da CIA - ocupa há alguns meses o cargo de Secretário de Defesa, portanto é o chefe do Pentágono, o comandante das forças armadas mais poderosas e temíveis do planeta. Panetta combina sua experiência adquirida na maior agência de espionagem do mundo que está, como se diz em termos coloquiais, “até a tampa” com a força do Pentágono, que se mete até mesmo onde, também em termos coloquiais, “Judas perdeu as botas”.

Este bom senhor, bom enquanto não se prove o contrário, realizou há pouco tempo um giro pela América do Sul. Abarcou três países: começou pela Colômbia, continuou no Brasil e terminou no Chile.

A visita a Colômbia é explicável. É o país que mais ajuda militar recebe, e, segundo se sabe sobre isso, perde apenas para Israel. É a ponta de lança contra a Venezuela. Porém, é nesse país (Colômbia) que se cometem os piores abusos contra a população civil, particularmente contra os trabalhadores rurais. A título de combater às FARC, desalojaram milhares deles; lhes despojando de suas terras e, finalmente, assassinando muitos deles a título de “guerrilheiros” ou cooperantes dos guerrilheiros. Ali surgiu o termo “falsos positivos”. Apresentavam pessoas mortas como atuantes guerrilheiros, mas eram simples trabalhadores rurais que o governo disfarçava para assassiná-los.

A passagem de Panetta pelo Brasil tem uma só explicação: neutralizá-lo na questão bélica e fazer dele ponta de lança, por acaso, para a suposta luta contra o narcotráfico. Porém, sua estada no Chile encerra ainda mais perigo, sobretudo para o Cone Sul e para a Bolívia.

Acontece que no dia 05 de abril inauguraram o “Centro de Trenamento para Pessoal de Missões de Paz nos Centros Urbanos”. Diz que, os soldados assim treinados atuariam em situações de catástrofes naturais (inundações, terremotos, etc.) e também… (aqui vem a verdade e Panetta já não é tão bom assim) “para executar operações de manutenção da paz ou de estabilidade civil”. Estes dados foram publicados na página da web do Consulado Estadunidense no Chile.

Para o treinamento de pessoal foram investidos 500.000 dólares na construção de 8 tipos de edifícios civis urbanos. O centro está concentrado próximo de Valparaíso na localidade costeira de Concón. Foi instalado na base pelo Acordo de Cooperação subscrito pelo Subsecretário de Defesa, Oscar Izurieta, e pelo Chefe do Comando Sul dos EUA, Gal. Douglas Frazer, em 2 de setembro de 2011.

O mais preocupante de tudo isto é que já se conhece o treinamento de pessoal em “práticas policiais” para controlar estudantes. Se mostra como se “reduz a civis, com o uso de armamento militar de similares características à de um cenário de guerra interna”. Não acaba nisto as projeções do acordo. Ele permite “a presença de tropas dos EUA no caso de que o exército chileno seja derrotado”. Porém não apenas isso, senão que o acordo estabelece “a missão de velar pela estabilidade política da América do Sul”. “Patente de corso”. Na verdade querem o lítio e os hidrocarbonetos bolivianos. Podem apresentar como pretexto a intranquilidade social imperante e o narcotráfico. Podem querer “proteger” a população civil. Como fizeram na Líbia.

(*) Artigo publicado resumido em OPINIÓN de Cochabamba.

Tradução: PCB – Partido Comunista Brasileiro

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