Centro-esquerda pode vencer em até seis das sete circunsrições
Panorâmica do Velho Porto de Marselha, cidade onde o PS conquistou vitória inédita na última eleição presidencial
As eleições legislativas na França, que serão realizadas em dois turnos nos dias 10 e 17 de junho, devem, segundo as pesquisas, confirmar a vitória do Partido Socialista na eleição presidencial, vencida por François Hollande. Uma outra boa notícia para a centro-esquerda nas eleições desse ano é que, na cidade de Marselha, segunda maior do país, o partido deverá eleger a maioria dos deputados: das sete circunscrições, o PS tem chances de ganhar seis.
Pela primeira vez na história da Quinta República, os marselheses deram a vitória a um candidato à esquerda no segundo turno de uma eleição presidencial. Hollande teve 50,87% dos votos, mesmo que com apenas um ponto de diferença sobre Nicolas Sarkozy.
Marselha é tradicionalmente governada pela direita. O prefeito, Jean-Claude Gaudin, está à frente do executivo municipal desde 1995. E também é onde a Frente Nacional (extrema-direita) consegue alguns de seus melhores desempenhos. Nesta eleição, Marine Le Pen obteve 21,22% dos votos no primeiro turno na cidade, disputado em 22 de abril.
Na última legislatura, definida em 2007, os deputados da UMP (União por um Movimento Popular, direita conservadora) dominaram cinco das oito circunscrições, e agora só tem chances em três.
Regulamento
Na França, o voto para a Assembleia Nacional é distrital. A eleição legislativa francesa elege cada um de seus 577 deputados por circunscrição. Se um deputado não obtiver a maioria absoluta em uma delas, ele terá de disputar um segundo turno, com um ou até dois adversários (nesse caso, a disputa é chamadas de triangular), caso cada candidato atinja mais de 12,5% dos votos.
A geografia eleitoral foi redesenhada e a cidade de Marselha perdeu uma circunscrição para a eleição deste ano. Agora, o PS terá agora grande chance de obter uma vitória em uma nova região criada acerca do Velho Porto.
Examinando o desempenho dos partidos em cada uma das sete circunscrições na eleição presidencial, Nicolas Sarkozy, da UMP, venceu em apenas três (a 1ª, a 2ª e a 6ª), enquanto Hollande venceu nas outras quatro. A Frente Nacional conseguiu ultrapassar a barreira dos 20% em quatro dos setores e, embora não consigam chegar a vitória em nenhum deles, são fundamentais para tirar o voto da direita em eventuais casos de segundo turno triangular.
O quinto distrito deverá contar com um confronto de um ex-ministros com uma ministra recém-empossada: Renaud Muselier, do UMP, antigo secretário de Estado do Ministério de Relações Exteriores (com status ministerial)no governo de Jacques Chirac, que tenta seu quinto mandato consecutivo, e Marie-Arlette Carlotti (PS), ministra delegada aos portadores de deficiência.
Caso o PS não consiga maioria na Câmara de Deputados (ou 289 assentos), o país terá que ser governado por um governo de coabitação, com um primeiro-ministro de direita. Algumas disputas nos territórios ultramarinos serão disputados com uma semana de antecedência.
Fonte: Opera Mundi
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