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segunda-feira, 2 de julho de 2012

Quando a Veja teve de se explicar sobre Demóstenes




Augusto Nunes e o clube dos cafajestes



por Altamiro Borges


Augusto Nunes, o agressivo blogueiro da Veja, resolveu pedir a cabeça de Demóstenes Torres. Em artigo postado hoje, ele clama: “Renuncie ao mandato, senador”. Ele só não faz autocrítica por ter paparicado, durante tanto tempo, o líder dos DEM. Nunes e o seu patrão sempre trataram Demóstenes Torres como um paladino da ética e um “oposicionista engajado”.

No texto, o jornalista ainda estrebucha. Fiel à famiglia Civita, ele tenta vender a ideia de que a Veja foi a principal responsável por desmascarar o demo. Pura balela! A revista protegeu o quanto pode o líder do DEM, que até agora não virou sequer chamadinha de capa. Maroto, ele também elogia seus leitores, tentando criar um colchão de proteção aos textos bajuladores do passado publicados na revista.


Os "canalhas" da velha mídia


Para o “decepcionado” colunista da Veja, Demóstenes capitulou, é um desertor. “Paciência”. Na sua ótica rancorosa, o senador “escancarou o abismo que separa o Brasil que presta do país reduzido pela Era Lula a um imenso clube dos cafajestes”. A culpa seria do Lula e das esquerdas, e não do “clube dos cafajestes”, do qual ele é sócio, que projetou o falso líder moralista da direita nativa.

Sabendo que já é alvo de chacota, Augusto Nunes parte logo para o contra-ataque, com seus adjetivos grosseiros e agressivos. Ele não admite que errou na escolha do seu “herói”, do seu “arauto da ética”. Trata os críticos como “canalhas”, como “a turma da esgotosfera”. Mas, no final do patético artigo, ele admite que o seu ídolo “já foi condenado à morte política” e pede a sua renúncia:


"A multidão dos decepcionados"


“Restam-lhe duas opções. A primeira é ignorar as provas e evidências, apostar no corporativismo da Casa do Espanto e vagar feito zumbi pelo Congresso até ser formalmente sepultado na próxima eleição. A outra é pedir desculpas aos eleitores ultrajados, devolver o cargo e voltar para casa".

Na sua avaliação, a segunda alternativa “é menos indigna e ofereceria à multidão de decepcionados” – na qual, com certeza, ele se inclui, mas sem confessar abertamente – “o consolo de saber que alguns políticos ainda conseguem envergonhar-se dos pecados cometidos”. Será que Augusto Nunes se envergonha dos seus, que tantos estragos causam à cabeça dos leitores da Veja.

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