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quinta-feira, 4 de julho de 2013

Itamaraty quebra o silêncio e critica europeus por ofensa à Bolívia





Antonio Patriota tem conversado com os norte-americanos sobre o assento do Brasil no Conselho de Segurança da ONU


O ministro Antonio de Aguiar Patriota, do Itamaraty, conversou com o chanceler da Bolívia, David Choquehuanca, na tarde desta quarta-feira, “para expressar o repúdio do Brasil com atitude considerada arrogante por parte de países europeus”. Esta, no entanto, foi a última expressão de apoio de um dos seus vizinhos, na América Latina. Todos os demais já haviam expressado preocupação com a atitude dos governos de Espanha, França e Portugal, de não permitir o ingresso, em seus espaços aéreos, da aeronave que transportava o presidente Evo Morales.
“A não autorização de sobrevoo causou surpresa por não estar de acordo com práticas internacionais consagradas”, segue o pronunciamento, no Twitter do Ministério das Relações Exteriores (MRE). O chanceler Antonio Patriota também anunciou que o Palácio do Planalto emitiria uma nota assinada pela presidenta Dilma Rousseff e que o Brasil “atuará em coordenação com outros países da UnaSul para ação conjunta”.


Nota da Presidenta Dilma Rousseff
O Governo brasileiro expressa sua indignação e repúdio ao constrangimento imposto ao Presidente Evo Morales por alguns países europeus, que impediram o sobrevôo do avião presidencial boliviano por seu espaço aéreo, depois de haver autorizado seu trânsito.
O noticiado pretexto dessa atitude inaceitável – a suposta presença de Edward Snowden no avião do Presidente –, além de fantasiosa, é grave desrespeito ao Direito e às práticas internacionais e às normas civilizadas de convivência entre as nações. Acarretou, o que é mais grave, risco de vida para o dirigente boliviano e seus colaboradores.
Causa surpresa e espanto que a postura de certos governos europeus tenha sido adotada ao mesmo momento em que alguns desses mesmos governos denunciavam a espionagem de seus funcionários por parte dos Estados Unidos, chegando a afirmar que essas ações comprometiam um futuro acordo comercial entre este país e a União Européia.
O constrangimento ao Presidente Morales atinge não só à Bolívia, mas a toda América Latina. Compromete o diálogo entre os dois continentes e possíveis negociações entre eles. Exige pronta explicação e correspondentes escusas por parte dos países envolvidos nesta provocação.
O Governo brasileiro expressa sua mais ampla solidariedade ao Presidente Evo Morales e encaminhará iniciativas em todas instâncias multilaterais, especialmente em nosso Continente, para que situações como essa nunca mais se repitam.


Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil

Fonte: Correio do Brasil

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