O líder da frente de partidos de
esquerda no parlamento grego, a Syriza, disse que vai tentar formar uma
coalizão com a intenção de "rasgar" os termos do acordo de resgate da
UE/FMI.
À frente do bloco que ficou em segundo lugar na
votação de domingo e que agora foi incumbido de tentar formar um
governo, Alexis Tsipras disse que os eleitores gregos "claramente
anularam o contrato de empréstimo".A Comissão Europeia, órgão Executivo da União Europeia e a Alemanha querem que o país mantenha os cortes previstos no acordo.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, disse nesta terça-feira: "O que os Estados membros têm a fazer é ser consistentes e implementar as políticas com as quais concordaram."
Mas agora, depois do avanço de partidos contrários à imposição das medidas de austeridade em países como Grécia e França - onde os eleitores escolheram um novo presidente no domingo, François Hollande, que tem defendido um foco maior no crescimento econômico -, a União Europeia poderá ter que considerar novas ideias para determinar a rota de recuperação econômica de vários de seus países.
No próximo dia 23, os líderes europeus ouvirão novas propostas de Hollande em um encontro informal do bloco.
A chanceler alemã, Angela Merkel, enviou carta ao presidente eleito francês, dizendo que "cabe a nós... preparar nossas sociedades para o futuro e proteger e promover a prosperidade de forma sustentável".
'Prosperidade de forma sustentável'
O crise da dívida provocou grande agitação social na Grécia e levou a uma profunda desconfiança quanto aos partidos considerados arquitetos de austeridade.Na segunda-feira, o líder do partido de centro-direita Nova Democracia (ND), Antonis Samaras, abandonou as tentativas de formar uma coalizão.
"Cabe a nós... preparar nossas sociedades para o futuro e proteger e promover a prosperidade de forma sustentável"
Angela Merkel, chanceler alemã
Em troca de dois pacotes de resgate - no valor de um total de 240 bilhões de euros - a Grécia concordou em fazer cortes profundos nas pensões, aumentar impostos e cortar milhares de empregos no setor público.
Os votos dos partidos que apoiaram os pacotes de austeridade foram drenados nas eleições de domingo em favor dos pequenos partidos à esquerda e à direita. A frente Syriza amealhou quase 17% dos votos. Mas, como a ND ficou em primeiro, teve um bônus de 50 assentos no Parlamento, e foi inicialmente convidado a formar governo.
Se o Syriza não conseguir formar um governo, caberá ao terceiro colocado nas eleições, o Pasok, tentar montar uma coalizão. ND e Pasok integravam o gabinete que assinou o acordo de austeridade com o FMI e a UE.
Caso nenhum partido consiga formar um governo, serão convocadas novas eleições no país.
Fonte: BBC Brasil
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