Karol Assunção
Um
grito contra a impunidade e o assassinato de jovens. É com essa intenção que
organizações sociais realizarão, neste sábado (12), um ato "Por Justiça e Paz
na Baixada Santista”. A atividade está marcada para começar às 11h na Praça da
Paz Universal, em Santos, São Paulo. A ação marca a luta de seis anos das "Mães
de Maio”, movimento formado por mães, familiares e amigos/as de vítimas do
episódio conhecido como "Crimes de Maio”, ocorrido em 2006, em São Paulo.
De acordo com Débora Maria da Silva, coordenadora do movimento, a atividade é para chamar a atenção para os seis anos de impunidade dos crimes ocorridos em 2006 e também denunciar os novos assassinatos. "De seis anos para cá, a história se repete [...] A história se repetiu esse ano com nove homicídios em abril na Baixada Santista”, denuncia.
As vítimas seguem um perfil já conhecido: jovem, negro e pobre. "O que fazem é uma higienização da população empobrecida. Os ‘Crimes de Maio’ continuam. Cada jovem que cai é como se fosse nosso filho”, indigna-se.
Entre os dias 12 e 20 de maio de 2006, um conflito entre policiais e integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) deixou centenas de mortos. O relatório São Paulo sob Achaque: Corrupção, Crime Organizado e Violência Institucional em Maio de 2006, lançado em 2011 por Justiça Global e Clínica Internacional de Direitos Humanos da Faculdade de Direitos de Harvard, destacou que, durante os nove dias daquele maio, foram registradas 493 pessoas mortas a tiro no estado, sendo que pelo menos 122 foram vítimas de execuções com indícios de participação policial.
Débora ressalta que os "crimes foram arquivados” sem as devidas investigações e denuncia a falta de interesse do Estado em investigar e punir os responsáveis pelo caso. Uma das principais demandas é que os crimes sejam investigados pelo Governo Federal. Entretanto, de acordo com ela, o pedido pela federalização dos casos permanece há dois anos "sem resposta”.
No ano passado, o Tribunal de Justiça de São Paulo condenou o governo do estado a pagar uma indenização de R$ 165 mil e uma pensão mensal de um terço do salário mínimo a uma das "Mães de Maio” cujo filho foi morto por policiais durante a ação em Maio de 2006. Apesar de um avanço, Débora destaca que os crimes continuam sem investigação e punição, o que, na opinião dela, contribui para que novos crimes ocorram na região. "Se tivessem punido os algozes de nossos filhos não teriam tantos jovens mortos nesses seis anos”, acredita.
Isso porque, passados seis anos do episódio, Débora explica que outras mães continuam a perder os filhos. Ela destaca que, somente no mês de abril, nove pessoas morreram na Baixada Santista. Agências de notícias informam que a polícia investiga se os assassinatos têm relações com a morte de um policial militar no dia 10 de abril. Após o assassinato do policial, pelo menos outros oito jovens morreram na região.
Ato por Justiça e Paz
Para chamar a atenção para a impunidade dos "Crimes de Maio” e para os ataques que continuam a ocorrer na região, movimentos e organizações sociais se reúnem neste sábado (12) na Praça da Paz Universal, em Santos (SP). O ato marca ainda os seis anos de luta das "Mães de Maio” por justiça.
As atividades estão programadas para começar às 11h com intervenções culturais. Às 13h, realizarão encontros de saraus na Baixada. A programação de sábado seguirá com shows de rap e música popular e, às 18h, homenagem aos jovens mortos.
Fonte: Adital
De acordo com Débora Maria da Silva, coordenadora do movimento, a atividade é para chamar a atenção para os seis anos de impunidade dos crimes ocorridos em 2006 e também denunciar os novos assassinatos. "De seis anos para cá, a história se repete [...] A história se repetiu esse ano com nove homicídios em abril na Baixada Santista”, denuncia.
As vítimas seguem um perfil já conhecido: jovem, negro e pobre. "O que fazem é uma higienização da população empobrecida. Os ‘Crimes de Maio’ continuam. Cada jovem que cai é como se fosse nosso filho”, indigna-se.
Entre os dias 12 e 20 de maio de 2006, um conflito entre policiais e integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) deixou centenas de mortos. O relatório São Paulo sob Achaque: Corrupção, Crime Organizado e Violência Institucional em Maio de 2006, lançado em 2011 por Justiça Global e Clínica Internacional de Direitos Humanos da Faculdade de Direitos de Harvard, destacou que, durante os nove dias daquele maio, foram registradas 493 pessoas mortas a tiro no estado, sendo que pelo menos 122 foram vítimas de execuções com indícios de participação policial.
Débora ressalta que os "crimes foram arquivados” sem as devidas investigações e denuncia a falta de interesse do Estado em investigar e punir os responsáveis pelo caso. Uma das principais demandas é que os crimes sejam investigados pelo Governo Federal. Entretanto, de acordo com ela, o pedido pela federalização dos casos permanece há dois anos "sem resposta”.
No ano passado, o Tribunal de Justiça de São Paulo condenou o governo do estado a pagar uma indenização de R$ 165 mil e uma pensão mensal de um terço do salário mínimo a uma das "Mães de Maio” cujo filho foi morto por policiais durante a ação em Maio de 2006. Apesar de um avanço, Débora destaca que os crimes continuam sem investigação e punição, o que, na opinião dela, contribui para que novos crimes ocorram na região. "Se tivessem punido os algozes de nossos filhos não teriam tantos jovens mortos nesses seis anos”, acredita.
Isso porque, passados seis anos do episódio, Débora explica que outras mães continuam a perder os filhos. Ela destaca que, somente no mês de abril, nove pessoas morreram na Baixada Santista. Agências de notícias informam que a polícia investiga se os assassinatos têm relações com a morte de um policial militar no dia 10 de abril. Após o assassinato do policial, pelo menos outros oito jovens morreram na região.
Ato por Justiça e Paz
Para chamar a atenção para a impunidade dos "Crimes de Maio” e para os ataques que continuam a ocorrer na região, movimentos e organizações sociais se reúnem neste sábado (12) na Praça da Paz Universal, em Santos (SP). O ato marca ainda os seis anos de luta das "Mães de Maio” por justiça.
As atividades estão programadas para começar às 11h com intervenções culturais. Às 13h, realizarão encontros de saraus na Baixada. A programação de sábado seguirá com shows de rap e música popular e, às 18h, homenagem aos jovens mortos.
Fonte: Adital
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