Nesta quinta-feira, diplomacia norte-americana cogitou agir à revelia das decisões do Conselho de Segurança da ONU
Reunida com outras autoridades diplomáticas em Genebra, na Suíça, a embaixadora brasileira nas Nações Unidas, Maria Nazareth Farani Azevêdo, defendeu que o próprio governo sírio, de forma autônoma e independente, negocie uma solução para os confrontos entre civis e forças do regime de Bashar al Assad. De acordo com seus argumentos, a ONU deveria se ater às investigações de violações de direitos humanos no país, o que já está sendo feito por sua Comissão de Inquérito.
“Não há solução militar para a atual crise na Síria e o governo sírio é o principal responsável por criar as condições necessárias para que o plano de seis pontos negociado por Kofi Annan possa prosperar”, disse a diplomata. Ela acrescentou que os oficiais do Itamaraty estão extremamente preocupados com os relatos que descrevem a atual situação na Síria como uma “pré-guerra civil”.
A possibilidade de uma intervenção militar na Síria foi defendida nesta quinta-feira (31/05) por Susan Rice, embaixadora dos EUA nas Nações Unidas. Elevando seu tom de crítica à Rússia, país que tem o regime de Bashar al Assad como principal aliado no Oriente Médio, ela destacou que o Conselho de Segurança e a comunidade internacional estão diante de uma única alternativa: "avaliar se estão preparados para tomar decisões independentes do plano de paz do ex-secretário-geral Kofi Annan e da autoridade do organismo”.
Qualquer que seja o posicionamento da China e, principalmente, da Rússia sobre a forma de pressionar Al Assad pelo fim da violência contra civis, Rice deixou claro que os EUA estão dispostos a ignorar o Conselho de Segurança das Nações Unidas e agir da forma como bem entender sobre a questão.
Não é o que defende a embaixadora Maria Nazareth Azevedo, que reiterou a necessidade de a própria ONU investigar as acusações de crimes de violação de direitos humanos no país á. “Em conformidade com o nosso apoio a todas as resoluções anteriores sobre abusos de direitos humanos na Síria adotadas por este Conselho, pela Assembleia Geral da ONU e pela Unesco, o Brasil insta a Comissão de Inquérito a investigar as mortes e estabelecer responsabilidades por esses crimes”, frisou a diplomata.
O Brasil admite possuir um “senso de urgência” diante dos relatos de massacre e deixou claro que está consciente “dos assassinatos confirmados por observadores das Nações Unidas”.
“É imperativo que o governo sírio coopere plenamente com a Missão de Supervisão das Nações Unidas na Síria e ponha fim imediato ao movimento de tropas em direção às áreas urbanas”, concluiu Maria Nazareth.
Opera Mundi
Nenhum comentário:
Postar um comentário