Photo: RIA Novosti
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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, chamou de provocação as tentativas de interpretar o plano de Kofi Annan como uma exigência para que a Rússia force o governo sírio a cessar fogo.
Esta declaração foi feita pelo
ministro depois das negociações com seu colega iraniano, Ali Salehi.
Além da questão síria, os dois ministros discutiram o programa nuclear
iraniano.
A visita do ministro do Exterior russo ao
Irã foi anunciada no sábado, alguns dias após a reunião dos presidentes
da Rússia e do Irã na Cúpula da Organização para Cooperação de Xangai,
em Pequim. As conversações entre os dois países foram ampliadas em um
contexto de tentativas de criar obstáculos ao plano de Kofi Annan sobre a
regularização do problema sírio. Além disso, a reunião fez-se
necessária, uma vez que a reunião do "sexteto" de mediadores sobre o
programa nuclear iraniano deverá ser realizada no dia 18-19 de junho, em
Moscou. Ela contará com a participação da Rússia, EUA, Inglaterra,
França, China e Alemanha. O Irã será representado pelo chefe do Conselho
Supremo de Segurança Nacional, Said Jalili. Além disso, na reunião
estará presente a chefe da diplomacia européia, Catherine Ashton.
A
reunião deverá ser uma etapa importante nas negociações sobre o
programa nuclear iraniano, ressaltou o Ministério das Relações
Exteriores da Rússia. Moscou defende o uso de métodos diplomáticos para a
resolução deste problema e espera que haja um diálogo construtivo entre
todos os participantes da reunião em Moscou.
"Nós
falamos sobre os preparativos da reunião de Moscou, que tratará do
programa nuclear iraniano. A reunião deverá ser realizada juntamente com
o grupo "3+3" e o Sr. Jalili. Obviamente, durante a reunião com ele,
nós iremos dar uma atenção adicional ao assunto. Nós acreditamos que os
nossos colegas iranianos estão interessados em um acordo, que deverá dar
continuidade ao diálogo. Faremos de tudo para que nosso objetivo seja
atingido."
A questão da resolução do problema sírio é
mais uma parte importante das últimas negociações. Moscou insiste na
presença de Teerã na conferência Internacional sobre a Síria. Serguei
Lavrov ressaltou que a conferência deverá verificar quais os
participantes que defendem realmente o plano de Annan. Ao mesmo tempo, o
ministro das Relações Exteriores destacou que, na primeira etapa da
conferência, os representantes sírios não irão participar.
"O
nosso intuito é reunir todos os principais jogadores na primeira etapa.
Os sírios irão ser incluídos mais tarde, caso a ideia dê certo. Dentro
deste formato, que prevê a reunião com 15 representantes, queremos que
cada um dê a sua opinião. Para isso, é necessário que cada um dos
participantes use as suas influências nas partes sírias e forçar, deste
modo, o fim da violência, como exigem o plano de Kofi Annan e a
resolução do CS."
Durante a entrevista coletiva, os
ministros destacaram a proximidade das posições russas e iranianas sobre
a Síria. Ao mesmo tempo, Lavrov ressaltou que Moscou não atua como
advogado dos regimes do Oriente Médio, mas está interessada apenas em
defender as normas e princípios do Direito Internacional.
Fonte: ruvr.ru
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