O jornalista e escritor Amaury Ribeiro Jr., autor do livro A Privataria Tucana, afirma que resolveu investigar para comprovar as denúncias de que havia corrupção em todo o processo de privatizações de FHC
Luiz Felipe Albuquerque,
de São Paulo (SP)
Após a publicação, Amaury Ribeiro Jr. percorreu todo o país ao ser convidado a participar de debates, fóruns e palestras para compartilhar todo o processo que resultou no livro A Privataria Tucana. Em entrevista ao Brasil de Fato, o autor fala sobre o significado do livro, como se deram as investigações, e a repercussão que teve.
Brasil de Fato – Por que você resolveu escrever o livro?
Amaury Ribeiro Jr. – Quando começou a surgir na imprensa na década de 2000, tinha-se a suspeita de que havia propina nos processos de privatização e que foram bancados pela corrupção. Sempre apontou isso. Era uma coisa que era errada desde o início e resolvi investigar para comprovar as primeiras denúncias de que existia propina, corrupção dentro de todo esse processo.
E como se deu esse processo de investigação?
Foi basicamente levantamento de documentos em cartórios, juntas comerciais e em paraísos fiscais. O caminho foi investigar o percurso do dinheiro. Investigar como as pessoas e empresas envolvidas se enriqueceram dentro do processo das privatizações.
O que esse livro representa?
Quando lancei o livro achava que não representava muita coisa. Só depois é que fui ver a força. Virou uma bandeira das pessoas que sofreram com todo esse processo de privatização. Muita gente enlouqueceu, ficou doida. Muitas pessoas – funcionários dessas empresas estatais – que eram obrigadas a entrar nesses planos de demissão voluntária. Em cada história, em cada estado que viajei de norte a sul, via uma história de tragédia e o tanto que essas privatizações fizeram mal para a elas. Tenho visto que o livro tem se tornado um consolo, uma bandeira para essas pessoas.
Como você vê o significado político do conteúdo do livro?
Politicamente demonstra que o modelo deles, o neoliberal, que ocorreu em toda a América Latina é errado. É um modelo que nasceu falido e que só serviu para enriquecer gente. Vejam só: eles queriam privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobrás. Hoje esses dois bancos fazem um papel importante, demonstram a importância de se ter um banco estatal forte, baixando as taxas de juros.
E como foi esse processo de divulgação do livro?
Conheci muito mais o livro depois da publicação, porque em cada estado víamos uma situação, uma história de sofrimento dessas pessoas vítimas da privatização. O que me chamou atenção foi ouvir histórias de quem sofreu com isso. Quando se fala sobre um assunto desses parece que é questão só de macroeconomia, mas não é. Não é só uma política de governo, afetou a vida das pessoas, é uma coisa muito mais ampla que tem a ver com o dia a dia das pessoas.
E o que se espera com o livro?
Esperamos que os mesmo erros não se repitam. Que sirva de lição para que o país caminhe para frente e não se inspire nesse modelo. Tem setores da imprensa que se beneficiaram desse processo e que até hoje sonham com o retorno desse modelo neoliberal dos tucanos. Mas acho que o livro serviu para enterrar de vez esse projeto e mostrar o que era a verdadeira política econômica do PSDB.
Fale um pouco sobre o próximo livro que está escrevendo, A Privataria Tucana II.
Ainda estamos olhando os documentos, temos que analisá-los para concluir, mas chegaremos lá. Estamos trabalhando outros meios também, como que a imprensa e outros setores também se beneficiaram disso. Por que a imprensa toda apoia esse modelo? Porque se beneficiou. Mas estamos na busca de documentos, porque precisa estar muito embasado para escrever um livro desses.
Brasil de Fato
de São Paulo (SP)
Após a publicação, Amaury Ribeiro Jr. percorreu todo o país ao ser convidado a participar de debates, fóruns e palestras para compartilhar todo o processo que resultou no livro A Privataria Tucana. Em entrevista ao Brasil de Fato, o autor fala sobre o significado do livro, como se deram as investigações, e a repercussão que teve.
Brasil de Fato – Por que você resolveu escrever o livro?
Amaury Ribeiro Jr. – Quando começou a surgir na imprensa na década de 2000, tinha-se a suspeita de que havia propina nos processos de privatização e que foram bancados pela corrupção. Sempre apontou isso. Era uma coisa que era errada desde o início e resolvi investigar para comprovar as primeiras denúncias de que existia propina, corrupção dentro de todo esse processo.
E como se deu esse processo de investigação?
Foi basicamente levantamento de documentos em cartórios, juntas comerciais e em paraísos fiscais. O caminho foi investigar o percurso do dinheiro. Investigar como as pessoas e empresas envolvidas se enriqueceram dentro do processo das privatizações.
O que esse livro representa?
Quando lancei o livro achava que não representava muita coisa. Só depois é que fui ver a força. Virou uma bandeira das pessoas que sofreram com todo esse processo de privatização. Muita gente enlouqueceu, ficou doida. Muitas pessoas – funcionários dessas empresas estatais – que eram obrigadas a entrar nesses planos de demissão voluntária. Em cada história, em cada estado que viajei de norte a sul, via uma história de tragédia e o tanto que essas privatizações fizeram mal para a elas. Tenho visto que o livro tem se tornado um consolo, uma bandeira para essas pessoas.
Como você vê o significado político do conteúdo do livro?
Politicamente demonstra que o modelo deles, o neoliberal, que ocorreu em toda a América Latina é errado. É um modelo que nasceu falido e que só serviu para enriquecer gente. Vejam só: eles queriam privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobrás. Hoje esses dois bancos fazem um papel importante, demonstram a importância de se ter um banco estatal forte, baixando as taxas de juros.
E como foi esse processo de divulgação do livro?
Conheci muito mais o livro depois da publicação, porque em cada estado víamos uma situação, uma história de sofrimento dessas pessoas vítimas da privatização. O que me chamou atenção foi ouvir histórias de quem sofreu com isso. Quando se fala sobre um assunto desses parece que é questão só de macroeconomia, mas não é. Não é só uma política de governo, afetou a vida das pessoas, é uma coisa muito mais ampla que tem a ver com o dia a dia das pessoas.
E o que se espera com o livro?
Esperamos que os mesmo erros não se repitam. Que sirva de lição para que o país caminhe para frente e não se inspire nesse modelo. Tem setores da imprensa que se beneficiaram desse processo e que até hoje sonham com o retorno desse modelo neoliberal dos tucanos. Mas acho que o livro serviu para enterrar de vez esse projeto e mostrar o que era a verdadeira política econômica do PSDB.
Fale um pouco sobre o próximo livro que está escrevendo, A Privataria Tucana II.
Ainda estamos olhando os documentos, temos que analisá-los para concluir, mas chegaremos lá. Estamos trabalhando outros meios também, como que a imprensa e outros setores também se beneficiaram disso. Por que a imprensa toda apoia esse modelo? Porque se beneficiou. Mas estamos na busca de documentos, porque precisa estar muito embasado para escrever um livro desses.
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